Connect with us

Críticas

CRÍTICA: Slender Man – Pesadelo Sem Rosto (2018)

Published

on

[Por Jarmeson de Lima]

Cria da rede mundial de computadores, o famigerado Slender Man é personagem frequente em um bom número de sites, montagens, videos amadores e reportagens de qualidade questionável que abordam o tema do sobrenatural com casos inexplicáveis. É claro que esse mito urbano do homem alto e esguio sem rosto que mexeu com a imaginação de vários jovens pelo mundo, um dia ia cair na tela do cinema.

Após um bom tempo sendo tratado como especulação e uma produção que ninguém dava bola, eis que finalmente a Sony e a Screen Gems resolveram jogar pro mundo “Slender Man – Pesadelo Sem Rosto” sem que houvesse alarde comparável a outras tantas obras do gênero. O trailer lançado no começo do ano não parecia lá essas coisas e nem repercutiu como pensavam. Foi o suficiente para mexerem aqui e ali e entregarem um produto mais pálido do que as fotos que “mostram” a criatura sinistra.

Com classificação indicativa 12 Anos (PG-13 no exterior), você já deve imaginar que desse mato não vai sair um cachorro. De fato, é daqueles filmes de terror que gente morre e desaparece mas que você não vê uma só gota de sangue na tela. E na falta do que apresentar como novidade e sem ousadia para cenas impactantes, a produção usa e abusa de sequências de sonhos e alucinações para fazer valer o trabalho da equipe de efeitos especiais.

Dito isto, caso resolva arriscar, prepare-se para ver uma história enfadonha e pouco cativante que, apesar de ser o grande debut do personagem para as massas, dá apenas umas pitadas de mistério e explicações rasas da gênese deste ser oriundo da deep web. Em suma, é “apenas” mais uma história de terror adolescente enfrentando o sobrenatural com todos os clichês que se tem direito.

No filme, quatro garotas desta geração millenial moram em uma cidade nos cafundós dos Estados Unidos onde o tédio domina. Certa noite descobrem que os paqueras se reuniram para invocar o Slender Man. Sim, isso… do nada eles quiseram fazer essa brincadeira e uma das garotas incentivou as demais a fazer o mesmo. Como num passe de mágica e graças à Internet, logo elas encontram um video bizarro que é a porta de entrada para o mundo do Slender Man que até há poucos minutos nenhuma dela conhecia a existência.

Nem é preciso dizer que elas assistem ao video, que mais parece um gif inspirado em “Ringu” e ficam morrendo de medo do que acontecerá em seguida. Sem desgrudar do celular e falando mais em chats do que ao vivo, elas vão percebendo que as amigas estão desaparecendo ou ficando com um comportamento estranho. Tudo isso, lógico, foi culpa da criatura sobrenatural que entrou em contato com elas.

De tão previsível, você torce logo para que todo mundo morra e o filme acabe o quanto antes. No entanto, ele se arrasta por uma hora e meia apenas para testar a receptividade do público perante o vilão. E no que depender da bilheteria nacional e de críticas como esta, espero que não vejamos nem tão cedo produções como “Slender Man x Aliens” ou “O Natal do Slender Man“. Querendo saber mais sobre esta lenda, esqueça este longa e fique com o documentário, as fanfics ou as montagens de Photoshop.

Escala de tocância de terror:

Título original: Slender Man
Diretor: Sylvain White
Roteiro: David Birke e Victor Surge
Elenco: Joey King, Julia Goldani Telles e Jaz Sinclair
Ano de lançamento: 2018

* Filme visto na cabine de imprensa promovida pela Espaço Z no Cinemark Rio Mar

Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!

Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Críticas

CRÍTICA: Rua do Medo – Rainha do Baile (2025)

Published

on

Rua do Medo - Rainha do Baile

Comprada pela Netflix, a franquia “Rua do Medo” (Fear Street) se revelou um baita sucesso para a plataforma de streaming. Os primeiros filmes arrebataram tanto os fãs dos livros em que foi baseada, como também um novo público. E agora quatro anos depois daquele primeiro lançamento, um novo filme foi lançado.

No ano de 1988, a cidade de Shadyside está prestes a presenciar mais um massacre quando um misterioso assassino mascarado está eliminando todas as candidatas a Rainha do Baile e qualquer um que apareça em seu caminho. Alheias a isso num primeiro momento, as candidatas se envolvem em dramas teens no mesmo estilo Meninas Malvadas (2004) e vão em breve descobrir que os problemas adolescentes são os menores dos problemas que enfrentarão.

Eu já adianto que não sou grande fã da franquia. Gostei mesmo do segundo filme “Rua do Medo: 1978” (2023) que é uma homenagem aos slashers de acampamento. Partes do terceiro filme da saga, “Rua do Medo: 1666” (2023) também merece uma olhada, já que ele segue a linha do folk horror. Dito isso, não estava muito animado com o hype para esse novo capítulo da saga.

Ainda assim posso dizer que a produção me surpreendeu. E como era de se esperar, “Rua do Medo: Rainha do Baile” é um divertido slasher teen no melhor e pior sentido. A estrutura básica é a mesma de sempre, podendo ter desenvolvido mais a maioria das personagens para que não fossem só pedaços de carne indo para o abate. Eu sei que a maioria dos slashers são assim e eu amo, mas seria um diferencial. A protagonista tem um bom pano de fundo e a atriz é carismática, coisa que não aconteceu com as protagonistas dos filmes anteriores.

A direção é bem convencional e poderia ter brilhado nos momentos de perseguição, mas eu acho que o diretor estava com certa preguiça de criar tensão nesses momentos ou medo de deixar o público alvo muito nervoso. Agora, onde o filme brilha mesmo são nas sequências de assassinatos. O sangue jorra e o longa brilha prestando homenagens a slashers não tão conhecidos como “Quem Matou Rosemary“, “Pouco Antes do Amanhecer” e, claro, “A Morte Convida Para Dançar“. Todos vindos dos anos 80.

Resumindo… “Rua do Medo: Rainha do Baile” diverte a quem curte slashers. O filme é meio boboca e sangrento, mas mesmo sem ter muitas conexões com os filmes anteriores, isso não me irritou. E por isso mesmo pode ser visto de forma isolada pra quem ficou com preguiça de ver os demais da série.

Escala de tocância de terror:

Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!

Continue Reading

Críticas

CRÍTICA: Until Dawn – Noite de Terror (2025)

Published

on

Until Dawn - Noite de Terror

Eu tenho um carinho especial por Until Dawn. Foi o game que me fez querer de fato um PlayStation 4. Tanto é que ganhei da minha irmã pouco antes de ter o console. E como sabem, slashers são minha paixão antiga. Com isso, a chance de moldar os eventos do game foi muito tentadora. O jogo é uma clássica história desse subgênero e no fim me diverti muito. E quando o filme foi anunciado, fiquei cabreiro. Quando saiu o trailer, o receio parecia real. Hoje, tendo assistido ao longa “Until Dawn – Noite de Terror“, fiquem com as minhas impressões abaixo…

Antes, vamos ao enredo. Uma garota viaja acompanhada com seus amigos a procura de pistas de sua irmã desaparecida um ano atrás. A busca os leva para uma casa no meio do nada que esconde um segredo mortal: todas as noites algo tenebroso ronda o local e o objetivo é sobreviver até o amanhecer, sendo que a morte não significa o fim. Uma vez tendo falhado, você volta pouco antes do anoitecer para uma nova rodada de terror com novas ameaças, repetindo o ciclo até conseguir derrotar as criaturas terríveis ou se tornar parte da escuridão.

Olha, eu nunca imaginei uma adaptação direta do game porque por mais que tenha gostado no fim é uma história básica… Um slasher com todos os clichês possíveis com o diferencial da possibilidade de moldar a história. A adaptação me pareceu ser um roteiro que já estava pronto e os roteiristas e diretor só incluíram alguns detalhes visuais do jogo pra justificar o título como um desses filmes com loop de tempo.

Nunca reclamei de elenco de slashers… Geralmente são atores fracos mesmo e em início de carreira, mas aqui eles meteram o louco e escalaram atores tão ruins, mas tão ruins que não conseguem nem o básico. Sério, fiquei impressionado com a mediocridade desses personagens mesmo sendo rascunho de pessoas e sendo estereótipos ambulantes.

A trama segue fraca servindo uma colcha de retalhos de vários estilos, mas nenhum deles realmente dignos de nota. “Until Dawn” tem, obviamente, jumpscares tão cretinos que até eu que levo susto com minha sombra não fui afetado. O real chamariz é o gore e o filme de fato justifica sua classificação 18 anos. O sangue, vísceras e partes de corpos explodem com gosto pra cima da tela.

Esse filme faz parte de uma iniciativa da PlayStation em expandir suas franquias para outras mídias. Na Tv e no streaming, por exemplo, a série The Last Of Usestá sendo um sucesso total, mas no cinema, a empresa de games ainda não encontrou algo pra chamar de hit. Basta ainda lembrar do fraco “Uncharted: Fora do Mapa” (2023).

Mas bem, sinceramente esperem “Until Dawn – Noite de Terror” em algum serviço de streaming porque no cinema não dá pra recomendar.

Escala de tocância de terror:

Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!

Continue Reading

Críticas

CRÍTICA: Pecadores (2025)

Published

on

Se você continua a dançar com o diabo, um dia ele vai te seguir até sua casa.”
Estas são as palavras do pastor Jedidiah para o filho que volta para casa, como na parábola do filho pródigo. Cansado, machucado e arrependido, ele é a testemunha dos acontecimentos que conheceremos ao longo da história de Pecadores (Sinners).

Mississippi, 1932. Os irmãos Elias e Elijah, mais conhecidos como Fuligem e Fumaça (interpretados por Michael B. Jordan), retornam à sua cidade natal após uma temporada em Chicago, com o objetivo de abrir um juke joint (um tipo de inferninho com comida farta, bebida, jogatina e muita música) e recomeçar suas vidas. Para a inauguração do estabelecimento, os gêmeos começam a reunir sua “trupe”.

É assim que conhecemos ‘Pastorzinho’ Sammie (o cantor Miles Caton, em sua estreia), o jovem do começo do filme, primo dos gêmeos, que, apesar da pouca idade, se mostra um talentoso bluesman. O pianista Delta Slim (Delroy Lindo, fazendo jus ao sobrenome como sempre), os Chow (Yao e Helena Hu), Cornbread (Omar Miller) e Annie (Wunmi Mosaku), ex-esposa de Fumaça e sacerdotisa hoodoo, que será responsável pela cozinha do lugar (e também por explicar aos demais os acontecimentos sobrenaturais que virão). Com a chegada inesperada de Mary (Hailee Steinfeld), ex-namorada de Fuligem, o núcleo está completo.

Ryan Coogler, que dirigiu anteriormente filmes como Creed: Nascido para Lutar e os Pantera Negra, não tem pressa em chegar às vias de fato: dedica a primeira hora de Pecadores a um drama com tons ensolarados e ritmo refinado.

O foco está na construção cuidadosa de um mundo marcado pela persistente sombra da escravidão e pelas desigualdades de um Sul dos Estados Unidos em que pessoas que acordam antes do amanhecer para colher algodão recebem o pagamento em moedas de madeira ou títulos de plantação, em vez de dinheiro; presidiários acorrentados trabalham nas estradas; e a Ku Klux Klan que pode, a qualquer momento, bater à sua porta.

Nessa realidade, o blues oferece uma fuga e uma cura. A música, que permeia todo o filme, é refúgio e ponte entre o passado e o futuro. Isso é demonstrado de forma magistral em um dos momentos mais belos — e ao mesmo tempo estranhos — do filme, durante a inauguração do empreendimento dos gêmeos. Mas tanta energia positiva, gerada por aqueles que são musical ou metafisicamente talentosos, acaba atraindo seu oposto. E é aí que entra o charmoso e ameaçador Remmick.

Remmick (Jack O’Connell) bate à porta de Bert (Peter Dreimanis) e sua esposa Joan (Lola Kirke) — que logo descobrimos serem membros da KKK —, pedindo ajuda e alegando estar sendo perseguido por “terríveis indígenas”. No entanto, tudo não passa de um disfarce para conseguir ser convidado a entrar na casa deles. O convite selará seus destinos (e também mudará o ritmo da história dali em diante).

Apesar de ser o primeiro trabalho totalmente autoral de Coogler, Pecadores também confirma parcerias de longa data. O compositor Ludwig Göransson e Michael B. Jordan estão presentes em todos os filmes do diretor. O mesmo vale para a montagem de Michael P. Shawver. A direção de fotografia é de Autumn Durald Arkapaw, que também trabalhou em Pantera Negra: Wakanda para Sempre. Enfim, trata-se de um filme em que o entrosamento da equipe é notável e que Ryan conduz como um blues de Buddy Guy (que faz uma pontinha na cena entre-créditos): de vez em quando tem umas notinhas fora, mas ainda assim é uma obra-prima.

P.S.: Tem uma cena pós-créditos que quem gostou do filme, como eu, vai curtir.

P.S.2: Não vou postar teaser nem trailer pois eles têm muita revelação desnecessária. Aliás, façam como eu e não leiam mais nada além dessa resenha, nem assistam os trailers de Pecadores. Apenas vão pro cinema e assistam (no IMAX, se possível).

Escala de tocância de terror:

Título original: Sinners
Diretor: Ryan Coogler
Roteiro: Ryan Coogler
Elenco: Michael B. Jordan, Miles Caton, Delroy Lindo
Origem: EUA
Ano de produção: 2024

* Filme visto em pré-estreia promovida pela Espaço Z no IMAX do UCI Recife

Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!

Continue Reading

Trending