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DICA DA SEMANA: Uma Sombra na Nuvem (2020)

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Uma Sombra na Nuvem

Quando “Uma Sombra na Nuvem” (Shadow in the Cloud) foi lançado, surgiram diversas críticas pesadas e comentários negativos a seu respeito. A priori fiquei com pé atrás e bem desconfiado desse hate todo por dois motivos: primeiro por ser um filme de terror/suspense com uma guerra como pano de fundo e em segundo, por ser de uma diretora. No caso, a neo-zelandesa Roseanne Liang se aventurando no gênero em uma grande produção.

Eis que o tempo passou e agora o filme entrou no catálogo da Prime Video. E lhes confesso que a “curta” duração de 1h23min também me ajudou a matar a curiosidade a respeito deste filme tão polêmico.

Veja só como é a história de “Uma Sombra na Nuvem“: a oficial Garrett (Chloë Grace Moretz) sobe à bordo de um avião de caça em 1943 numa base área aliada na Nova Zelândia. Ela embarca trazendo consigo ordens confidenciais para proteger um pacote com um conteúdo delicado e ultrasecreto.

O “problema” no caso é que ela é uma mulher e nesta tripulação só existem homens tóxicos. E nem é preciso ir longe pra imaginar que mesmo sem considerar o período histórico, os soldados ali não estavam para serem gentis com a convidada.

A todo instante ela se vê vítima de bullying e assédio com gracejos, piadinhas e tentativas de diminuí-la pelo que é e representa, mesmo sendo uma militar. O constrangimento é tamanho que o único lugar que lhe oferecem para viajar é em um compartimento embaixo da aeronave que serve como torre de artilharia.

Assim que decolam, partimos para encarar com ela a situação de estar em um avião de guerra sobrevoando o Pacífico em meio ao momento mais crítico daquele conflito mundial. Mas o que nem ela e nem os demais tripulantes esperavam é que uma criatura aparecesse junto da fuselagem no vôo.

Isso lembra alguma coisa? É uma referência direta ao famoso episódio “Pesadelo a 20 mil pés” da série “Além da Imaginação” onde um passageiro vê um monstro do lado de fora do avião, mas ninguém ali acredita nele… A história é tão boa que também ganhou também uma sequência no filme “No Limite da Realidade” e mais um bocado de paródias.

Voltemos… No caso do filme neo-zelandês, quem primeiro avisa o “gremlin” é a oficial Garrett, e que logo é chamada de histérica e paranoica pela equipe. É quando se inicia uma árdua batalha contra esse bicho sem que ela sequer possa pedir ajuda, uma vez que a tripulação cortou a comunicação com ela pra não lhe ouvir reclamar.

Mas não pense que falei demais. Isso tudo é literalmente só o começo de um longa que vai além de ser um filme de guerra ou de horror. “Uma Sombra na Nuvem” tem obviamente muito de um sci-fi nostálgico, tem sequências quase cartunescas e muito de teatro, além de ser recheado de sequências inesperadas (inesperadas mesmo!).

Vale avisar que grande parte das cenas da primeira metade dele se passa em um único cenário onde ouvimos mais do que vemos o que acontece. Porém, se engana quem acha que isso diminui ou torna a ação menor. Tudo só reforça a tensão, a claustrofobia e a angústia dos personagens que precisam reagir a ameaças de aviões kamikazes e ao gremlin que está tentando entrar na aeronave.

Bem conduzido, “Uma Sombra na Nuvem” deve ser o pesadelo de todo Incel que vai buscando um filme de monstro e acaba vendo personagens femininas empoderadas e um discurso antimachista por trás.

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DICA DA SEMANA: O Abominável Dr. Phibes (1971)

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Dr. Phibes

Quem acompanhou as sessões da CPI da Covid ficou sabendo do escândalo envolvendo a empresa Prevent Senior. Várias matérias foram feitas sobre a operadora de planos de saúde, inclusive sobre o fato de seus proprietários serem membros de bandas de rock.

Uma delas leva o nome Doctor Pheabes, e as reportagens sensacionalistas mostravam que ela era “inspirada em um filme de terror sobre um médico sádico”, fazendo um contraponto com o fato de os caras serem profissionais de saúde. Porra, foda-se a Prevent Senior e deixem O Abominável Dr. Phibes em paz!

O filme dirigido por Robert Fuest e estrelado pelo nosso querido Vincent Price é uma pérola do horror. “Love means never having to say you are ugly“, diz o pôster do filme. Sensacional.

Vamos à sinopse: Dr. Anton Phibes vive recluso, amargurado e com ódio no coração. Primeiro ele ficou desfigurado, após um acidente de carro. Como se isso não bastasse, nosso malvado favorito perdeu a mulher, que morreu durante uma operação. Quanto a isso, Phibes culpa a equipe médica e monta uma vingança contra eles. O plano é uma maravilha. Ele pretende matar um por um dos responsáveis, usando armadilhas e inspiradas nas dez pragas do Egito (!!!).

Vincent Price dá um show nesse filme. Seu personagem, por conta do acidente, perdeu as cordas vocais e fala através de um gramofone plugado na garganta. Assim, o que vemos na tela é um Price fazendo caras e bocas o tempo todo para se expressar. E isso ele faz como ninguém.

Nosso ídolo ainda toca um órgão bizarro, que é uma clara referência ao Fantasma da Ópera, e nos brinda com cenas toscas de dança com sua assistente gata e malvada, Vulnavia (Virginia North). O Abominável Dr. Phibes é Vincent Price em estado bruto. Nenhum fã do cinema pode ficar sem assistir essa pérola. No YouTube tem como assistir a versões legendada e dublada em português.

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DICA DA SEMANA: Mortos que Matam (1964)

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Mortos que Matam

[Por Geraldo de Fraga]

Muito antes de Francis Lawrence dirigir a mega produção Eu Sou a Lenda, com Will Smith e Alice Braga, o livro de Richard Matheson já tinha sido adaptado para o cinema em duas oportunidades. Mortos que Matam (The Last Man on Earth) foi a primeira, lá em 1964, em uma parceria entre Estados Unidos e Itália. Inclusive o longa foi rodado em Roma. (mais…)

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DICA DA SEMANA: A Volta dos Mortos-Vivos 3 (1993)

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A Volta dos Mortos-Vivos 3

Vamos falar de continuações, de novo! O filme da vez é “A Volta dos Mortos-Vivos 3” (Return of the Living Dead 3), um dos principais filmes do cânone de zumbis pós-George Romero.

Não é preciso explicar que o primeiro longa desta franquia, dirigido por Dan O’Bannon é super divertido e cravou no universo pop a expressão “Braaains!” ao se referir aos seres bizarros semi-mortos que atacam humanos. Também não é preciso ir muito longe para falar que o segundo é praticamente uma cópia do anterior sem muita criatividade.

Mas o que faz com que a obra de Brian Yuzna se destaque em uma franquia que dava sinais de desgaste, é que ele acabou juntando dois filmes em um. No caso, pegou as referências do LivingDeadVerso e juntou com o que fez com a “Noiva do Re-Animator” anteriormente.

E se você nunca viu, o lance é o seguinte… um casal de jovens tipicamente fora da linha, daqueles que usam casaco de couro, possuem amigos “da pesada” e andam de moto, resolve entrar clandestinamente em uma base militar. Como o boyzinho é filho de um coronel de alta patente, ele consegue acesso à base com o crachá do pai e inadvertidamente vê com sua namorada um experimento ultra-secreto.

Basta saber que aquele gás chamado de Trioxin que reanima os mortos no primeiro filme da franquia é o mesmo que os milicos estão usando para testar em cadáveres como cobaias. O problema é que uma vez morto, mesmo que “reviva”, o ser decomposto só quer saber de atacar e devorar os vivos. E não tem bala, faca, murro ou qualquer tentativa de golpe que os detenha.

Nisso aí, o casal Curt (J. Trevor Edmond) e Julie (Melinda Clarke) com medo do que presenciaram, resolvem fugir às pressas. No entanto, a adrenalina e a emoção da fuga foi tão grande que perderam o controle na estrada ao desviar de um caminhão e Julie acabou morrendo ao se chocar com um poste.

A história dos dois pombinhos poderia ter acabado aí, se não fosse a “brilhante” ideia do namorado que acha que podia resolver o problema ao levar a noiva cadáver para a base militar e usar o Trioxin “do jeito certo”. Neste caso, apesar dos atropelos, a missão foi “bem sucedida”, mas reacordou a mulher desorientada e com muita “fome”. O efeito colateral é que ao abrir o tambor de Trioxin, eles ajudaram a despertar outros monstrengos. Daí em diante é fácil entender o que se sucede, considerando que este é uma obra de terror.

Sendo que o mais legal em “A Volta dos Mortos-Vivos 3” é a transformação gradual de Julie, que era apenas uma jovem rebelde em uma zumbi sedutora e masoquista que se auto-mutila com caco de vidro, agulhas, pregos e o que mais tiver, convertendo-se num ícone do cinema de horror. E nesta saga inevitável rumo a um desfecho trágico, esta versão from hell de “Romeu & Julieta” segue sendo interessante pra ver e rever trinta anos depois.

O resultado é um bizarra história de amor e zumbis que funciona tanto pelo lado do horror, quanto do romance ou da comédia. Depende de como estiver seu clima no dia. E se você nunca viu (2), aproveite as facilidades da Internet para assistir a “A Volta dos Mortos-Vivos 3” no catálogo do Plex ou da Darkflix.

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