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DICA DA SEMANA: A Vila (2004)
Para algumas pessoas, 2004 foi o ano em que a carreira de M. Night Shyamalan desandou. Foi quando “A Vila” saiu. Essas pessoas, no entanto, estão completamente enganadas. Você pode até não embarcar na história de crítica ao mundo violento dos dias de hoje ou na história de amor entre a dupla de protagonistas, mas é inegável a parte técnica do filme e os detalhes narrativos que permeiam o roteiro.
Em “A Vila“, acompanhamos uma comunidade rural americana do século XIX, que vive isolada do resto do mundo. Por conta disso, o povoado sofre com alguns problemas, como a falta de acesso a medicamentos. Quando uma criança fica doente e morre, Lucius (Joaquin Phoenix) pede autorização aos conselho de anciões para ir até a cidade mais próxima e adquirir os remédios que lhes faltam.
O simples pedido, no entanto, tem um grande empecilho. A floresta que rodeia o vale é habitada por criaturas monstruosas, que proíbem os humanos de entrar em seus domínios. Acostumado a criar reviravoltas em seus enredos, Shyamalan já nos dá a primeira bem antes do fim, quando a história muda de protagonista e Ivy Walker (Bryce Dallas Howard) entra em cena.
Após um ataque de ciúmes, Noah Percy (Adrien Brody) esfaqueia Lucius e cabe a Ivy, que é cega, se encarregar da ideia inicial e partir rumo ao desconhecido para conseguir os remédios que salvarão a vida do seu noivo. É aí que começam as grandes discussões da obra. Os líderes da comunidade temem que seu isolamento, algo construído a duras penas e tido como um ideal de vida, chegue ao fim caso um dos jovens deixe a vila.
Por outro lado, o chefe do povoado, Edward Walker (William Hurt), se sente responsável pelo acontecimento, já que a vida de Lucius não está em risco por um acidente ou doença e sim por uma tentativa de assassinato. É nos explicado que aquele aglomerado de pessoas escolheu seu estilo de vida para fugir da violência do mundo exterior, então aquilo que eles mais temiam ocorreu em seu santuário.
Como eu disse anteriormente, talvez as metáforas do roteiro não agradem todo mundo, mas se é terror que vocês querem, tem também. Começo elogiando a forma como Shyamalan filma as criaturas, mostrando-as sempre por detalhes e algumas vezes fora de foco para manter o mistério sobre sua aparência. Até mesmo quando o diretor nos revela o grande segredo. A cena de perseguição na floresta é outro grande momento.
Destaco também as atuações do trio Bryce Dallas Howard, Joaquin Phoenix e Adrien Brody. Esses dois últimos protagonizam uma cena de tentativa de assassinato dirigida de forma quase brilhante. Enfim, tem gente que odeia “A Vila” mas eu amo, vi no cinema e já virei fã desde aquela época. Para quem quiser conhecer ou rever tem no streaming da Disney+.
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DICA DA SEMANA: O Abominável Dr. Phibes (1971)
Quem acompanhou as sessões da CPI da Covid ficou sabendo do escândalo envolvendo a empresa Prevent Senior. Várias matérias foram feitas sobre a operadora de planos de saúde, inclusive sobre o fato de seus proprietários serem membros de bandas de rock.
Uma delas leva o nome Doctor Pheabes, e as reportagens sensacionalistas mostravam que ela era “inspirada em um filme de terror sobre um médico sádico”, fazendo um contraponto com o fato de os caras serem profissionais de saúde. Porra, foda-se a Prevent Senior e deixem O Abominável Dr. Phibes em paz!
O filme dirigido por Robert Fuest e estrelado pelo nosso querido Vincent Price é uma pérola do horror. “Love means never having to say you are ugly“, diz o pôster do filme. Sensacional.
Vamos à sinopse: Dr. Anton Phibes vive recluso, amargurado e com ódio no coração. Primeiro ele ficou desfigurado, após um acidente de carro. Como se isso não bastasse, nosso malvado favorito perdeu a mulher, que morreu durante uma operação. Quanto a isso, Phibes culpa a equipe médica e monta uma vingança contra eles. O plano é uma maravilha. Ele pretende matar um por um dos responsáveis, usando armadilhas e inspiradas nas dez pragas do Egito (!!!).
Vincent Price dá um show nesse filme. Seu personagem, por conta do acidente, perdeu as cordas vocais e fala através de um gramofone plugado na garganta. Assim, o que vemos na tela é um Price fazendo caras e bocas o tempo todo para se expressar. E isso ele faz como ninguém.
Nosso ídolo ainda toca um órgão bizarro, que é uma clara referência ao Fantasma da Ópera, e nos brinda com cenas toscas de dança com sua assistente gata e malvada, Vulnavia (Virginia North). O Abominável Dr. Phibes é Vincent Price em estado bruto. Nenhum fã do cinema pode ficar sem assistir essa pérola. No YouTube tem como assistir a versões legendada e dublada em português.
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DICA DA SEMANA: Mortos que Matam (1964)
[Por Geraldo de Fraga]
Muito antes de Francis Lawrence dirigir a mega produção Eu Sou a Lenda, com Will Smith e Alice Braga, o livro de Richard Matheson já tinha sido adaptado para o cinema em duas oportunidades. Mortos que Matam (The Last Man on Earth) foi a primeira, lá em 1964, em uma parceria entre Estados Unidos e Itália. Inclusive o longa foi rodado em Roma. (mais…)
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DICA DA SEMANA: A Volta dos Mortos-Vivos 3 (1993)
Vamos falar de continuações, de novo! O filme da vez é “A Volta dos Mortos-Vivos 3” (Return of the Living Dead 3), um dos principais filmes do cânone de zumbis pós-George Romero.
Não é preciso explicar que o primeiro longa desta franquia, dirigido por Dan O’Bannon é super divertido e cravou no universo pop a expressão “Braaains!” ao se referir aos seres bizarros semi-mortos que atacam humanos. Também não é preciso ir muito longe para falar que o segundo é praticamente uma cópia do anterior sem muita criatividade.
Mas o que faz com que a obra de Brian Yuzna se destaque em uma franquia que dava sinais de desgaste, é que ele acabou juntando dois filmes em um. No caso, pegou as referências do LivingDeadVerso e juntou com o que fez com a “Noiva do Re-Animator” anteriormente.
E se você nunca viu, o lance é o seguinte… um casal de jovens tipicamente fora da linha, daqueles que usam casaco de couro, possuem amigos “da pesada” e andam de moto, resolve entrar clandestinamente em uma base militar. Como o boyzinho é filho de um coronel de alta patente, ele consegue acesso à base com o crachá do pai e inadvertidamente vê com sua namorada um experimento ultra-secreto.
Basta saber que aquele gás chamado de Trioxin que reanima os mortos no primeiro filme da franquia é o mesmo que os milicos estão usando para testar em cadáveres como cobaias. O problema é que uma vez morto, mesmo que “reviva”, o ser decomposto só quer saber de atacar e devorar os vivos. E não tem bala, faca, murro ou qualquer tentativa de golpe que os detenha.
Nisso aí, o casal Curt (J. Trevor Edmond) e Julie (Melinda Clarke) com medo do que presenciaram, resolvem fugir às pressas. No entanto, a adrenalina e a emoção da fuga foi tão grande que perderam o controle na estrada ao desviar de um caminhão e Julie acabou morrendo ao se chocar com um poste.
A história dos dois pombinhos poderia ter acabado aí, se não fosse a “brilhante” ideia do namorado que acha que podia resolver o problema ao levar a noiva cadáver para a base militar e usar o Trioxin “do jeito certo”. Neste caso, apesar dos atropelos, a missão foi “bem sucedida”, mas reacordou a mulher desorientada e com muita “fome”. O efeito colateral é que ao abrir o tambor de Trioxin, eles ajudaram a despertar outros monstrengos. Daí em diante é fácil entender o que se sucede, considerando que este é uma obra de terror.
Sendo que o mais legal em “A Volta dos Mortos-Vivos 3” é a transformação gradual de Julie, que era apenas uma jovem rebelde em uma zumbi sedutora e masoquista que se auto-mutila com caco de vidro, agulhas, pregos e o que mais tiver, convertendo-se num ícone do cinema de horror. E nesta saga inevitável rumo a um desfecho trágico, esta versão from hell de “Romeu & Julieta” segue sendo interessante pra ver e rever trinta anos depois.
O resultado é um bizarra história de amor e zumbis que funciona tanto pelo lado do horror, quanto do romance ou da comédia. Depende de como estiver seu clima no dia. E se você nunca viu (2), aproveite as facilidades da Internet para assistir a “A Volta dos Mortos-Vivos 3” no catálogo do Plex ou da Darkflix.
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