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DICA DA SEMANA: Sinfonia para o Diabo (1995)

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Sinfonia para o Diabo

Em 1995, o canal Showtime encomendou uma série de telefilmes ‘classe B’ a ninguém menos que Roger Corman e seu pupilo Mike Elliott, através da produtora New Horizons. Diz-se que esse conjunto de produções, simplesmente intitulado de “Roger Corman Presents”, teve um tempo de seis meses de realização com um total de 13 longas que tiveram suas filmagens realizadas tanto em Los Angeles (EUA), quanto em Moscou (na Rússia) ou Manila (nas Filipinas). Houve uma 2ª leva de filmes para o Showtime depois, o que é um indicativo da boa audiência que o projeto conseguiu.

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Essa série foi, ao mesmo tempo, trabalho e uma homenagem ao lendário produtor, já que foram feitos remakes de alguns de seus clássicos como “Um Balde de Sangue”, “Piranha”, “A Mulher Vespa” e “Emissário de Outro Mundo”. Os orçamentos não passavam da casa de 1,5 milhão por filme mas as produções chegaram a atrair alguns nomes como James Brolin, Roddy McDowall, Michael York, William Katt, C. Thomas Howell e outros para os seus elencos. É nesse contexto que temos o Ben Cross (muito lembrado por sua atuação em “Carruagens de Fogo”) interpretando um dos personagens principais de SINFONIA PARA O DIABO.

O filme é ambientado na França do Século XIX quando a jovem Gabrielle (Jennifer Burns) passa a morar em um antigo castelo, localizado em uma pequena vila. Ela o herdou de seu tio, o Barão Jean Octavie (Lev Prygunov), um compositor que foi violentamente linchado pelas autoridades e moradores locais após descobrirem que ele matou uma prostituta e estaria fazendo uma sinfonia para o “coisa ruim”. Que legal, não é?

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Chega o dia em que Gabrielle encontra a sinfonia incompleta, que estava escondida no piano do tio. Sem saber do que se tratava, a moça termina contratando o notório pé de cana Marius Carnot (Cross), o único compositor que topou terminar esse trabalho. É aí que o fantasma de Octavie volta das trevas para aprontar com o juízo de Carnot enquanto recebe a ajuda da ama da casa, Carlotta (Beverly Garland, sim… a musa do horror e sci-fi dos anos 50!), com quem ele mantinha um relacionamento.

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O longa, dirigido por David Tusik, é uma clara tentativa de se recriar algo nos moldes do que Corman fez nos anos 60 com as adaptações de Poe para o cinema, em uma história de terror “de época”. Um leitor que é fã desse período talvez tenha notado que o personagem de Ben Cross poderia muito bem ter sido interpretado pelo Vincent Price, em quem o ator se inspira nas cenas em que Carnot está sendo influenciado ou inteiramente possuído pelo espírito do barão assassino.

Só que os tempos são outros. Além de uma dose a mais de violência, uma cena de sexo e uns peitinhos, o filme não tem ‘sustança’ o suficiente para manter a duração de quase 1h40 e fica meio arrastado em alguns momentos. Sem falar que a fotografia já inspirada pelo “Dracula” de Coppola não corresponde ao que deveria.

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Ainda assim, SINFONIA PARA O DIABO é um “B de bom” indicado para quem gosta de se aventurar pelos cantos mais obscuros da filmografia do gênero lançada dos anos 90. A produção está disponível na íntegra no YouTube com legendas, em cópia tirada do VHS da CIC Video.

P.S.: O filme, junto com ROEDORES DA NOITE (Burial of the Rats), foi inteiramente filmado no Mosfilm, o maior e mais antigo estúdio de cinema da Europa, em plena Rússia pós-queda da União Soviética com apenas quatro atores americanos e grande parte de equipe e elenco de profissionais locais. Diversos cenários e figurinos foram muito bem reaproveitados pelo time de Corman, é claro!

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DICA DA SEMANA: Aterrorizante (2016)

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Até que enfim, trago um slasher para a dica da semana. Ultimamente, imagens de um palhaço sinistro tem rodado as redes sociais e despertado o interesse de quem é fã de terror. Estas cenas são do recém lançado ATERRORIZANTE 2 (Terrifier 2, 2022). Mas a dica não é deste, mas sim do seu antecessor: ATERRORIZANTE (Terrifier, 2016), longa de seis anos atrás.

Escrito e dirigido por Damien Leone, ATERRORIZANTE é um slasher brutal no qual acompanhamos um palhaço cabuloso que toca o terror numa noite de Halloween matando qualquer um que cruza seu caminho. O filme tem um roteiro que não se propõe à profundidade e é cheio de situações que forçam a barra pra trama andar, mas compensa pela boa direção.

Bem filmado e fotografado, ATERRORIZANTE tem uma violência extremamente gráfica. É daquela dói de ver! Os efeitos práticos são criativos, funcionam muito bem dentro da proposta e provavelmente vai te fazer desviar o olhar da tela em alguns momentos. A fotografia é bem estilosa e com cores vivas, trazendo um clima mais surreal pra toda trasheira apresentada.

Assim como Myers, Jason e muitos outros em suas respectivas franquias, o palhaço Art é a força que move o filme. Sem dizer nada, David Howard Thornton manda muito bem nas expressões faciais e corporais, nos conferindo um psicopata sádico, debochado e imprevisível, pois quando se acha que ele vai aloprar, ele, não só dobra a aposta, mas subverte qualquer “regra” de assassino em série do gênero que se espera.

É curioso que Art não surge neste “primeiro” filme, mas sim em um curta homônimo de 2011 e em um longa de 2013 chamado ALL HALLOW’S EVE (2013), sendo todos do mesmo diretor/roteirista.

Em suma, é um filme chocante e sem escrúpulos que é recomendável pra quem curte uma bagaceira com muito sangue. Se você é esta pessoa doente, vai fundo que este slasher vai te divertir. ATERRORIZANTE se encontra no catálogo da Amazon Prime Video.

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DICA DA SEMANA: Night Train to Terror (1985)

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Night Train to Terror

Vez por outra a gente comenta ou recomenda antologias. De antologias antigas, boa parte vem da década de 1970. Mas desta vez estou aqui para citar “Night Train to Terror“, uma obra que vem dos loucos Anos 80 com um certo grau de ousadia, gore e transgressão.

Disponível no catálogo do Mubi, “Night Train to Terror” traz simplesmente como anfitriões ninguém menos do que Deus e o Diabo jogando xadrez num vagão de trem que passeia pelo espaço rumo à destruição total. Durante a jornada, ambos se questionam sobre a natureza humana e o livre arbítrio que faz com que umas pessoas façam coisas inimagináveis. E é aí onde entram os casos que viram sequências desta antologia.

De antemão, digo que o primeiro (“The Case of Harry Billings“) é o mais problemático. Por ter sido derivado de um outro filme não concluído, as cenas foram editadas de forma a caber nessa obra de uma maneira meio apressada. É uma clássica trama de cientistas loucos onde Harry Billings vira um homem em transe que se submete às ordens de um médico que quer obter mais “pacientes” e órgãos de forma ilegal para comercializar. Ok, tem um fiapo de história, mas podia ter sido melhor.

Já no segundo segmento (“The Case of Gretta Connors“), vemos um caso de traição e vingança. O que seria uma clássica história de amor à primeira vista, logo se torna um caso de psicopatia e ambição em que a jovem Gretta Connors se torna atriz pornô ao se envolver com um empresário de meia idade. Não bastasse essa reviravolta na carreira da mulher, ela entra na mira de outro sujeito que se apaixona por ela ao ver sua performance adulta. Mas aí, os planos do marido traído serão bem mais ardilosos quando ela convida o casal para participar de um clube, que não é de swing, mas de um culto à morte. Veja só a doideira!

Por fim, “The Case of Claire Hansen” é o que aparenta ter um roteiro mais intrincado, mas que sofre um pouco por efeitos especiais que ficam no limite entre a criatividade e a precariedade. Desta vez, temos uma cirurgiã renomada que começa a ter pesadelos sobre demônios e nazistas. Em paralelo, seu marido que é um escritor ganhador do Prêmio Nobel, começa a divulgar um novo livro com temática bastante polêmica para pessoas religiosas. Em meio a alucinações, acontecimentos estranhos e mortes esquisitas que os protagonistas testemunham, existe ainda um misterioso homem que se revela ser um servo de Satã operando maldades há séculos.

E entre uma história e outra, Deus e o Diabo voltam à cena para comentar o ocorrido e questionar o destino da humanidade enquanto em outro vagão uma turma bota pra quebrar com sexo, drogas e rock’n’roll. Gratuito? Exagerado? Violento? Claro, mas “Night Train to Terror” é meio que uma síntese dos Anos 80.

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DICA DA SEMANA: Saint Maud (2019)

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Eu me perguntei um dia desses: o que foi que aconteceu para a gente nunca ter falado de Saint Maud aqui no Toca o Terror? Provavelmente o motivo foi a bagunça que é para filmes mais alternativos serem lançados oficialmente no Brasil. Falamos em algum programa na rádio, mas texto não rolou. Bom, esse erro será corrigido hoje, graças à sua, à minha, à nossa Dica da Semana.

Em uma cidade litorânea do norte da Inglaterra, a enfermeira Maud (Morfydd Clark) é designada como cuidadora da ex-bailarina e coreógrafa Amanda (Jennifer Ehle), que vive sozinha e enfrenta um linfoma na medula em fase terminal. Essa relação desencadeia uma série de atritos, pois, enquanto a jovem é extremamente católica, a paciente adora os prazeres mundanos.

Com um trauma em seu passado recente, Maud encara o emprego na casa de Amanda como uma missão divina: salvar a alma daquela mulher depravada à beira da morte e mandá-la para o céu. É aí, claro, que as coisas começam a se complicar. Produzido pela A24, o filme é o primeiro longa da carreira da diretora Rose Glass e é uma alegoria magnífica sobre fanatismo religioso, mas paremos por aqui. Saint Maud é curto, só tem 1h20, então falar mais é certeza de spoiler.

Para finalizar, vale destacar o desempenho de Morfydd Clark. Hoje mundialmente conhecida pelo papel da elfa Galadriel, na Série d’O Senhor dos Anéis, a atriz sueca dá show como a enfermeira confusa que tenta interpretar sinais divinos em tudo que vê. O filme está disponível nos streamings Prime Video e Apple TV. Se você tem TV por assinatura, ele entrou recentemente na programação do canal Space e, vira e mexe, passa por lá. Com o perdão do trocadilho, vá na fé.

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