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DICA DA SEMANA: O Círculo do Diabo (1961)

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[Por Osvaldo Neto]

A influência da série “Além da Imaginação” no cinema, televisão e na cultura pop como um todo é indiscutível. Talvez possamos dizer que O CÍRCULO DO DIABO (The Devil’s Hand, filmado em 1959 e lançado em 1961) seja um dos primeiros casos onde algumas características que até então eram bem presentes neste clássico da TV criado por Rod Serling seriam observadas em algo produzido para outra mídia.


Mas vale lembrar que nos anos 50 e 60 muitos desses verdadeiros filmes “B” costumavam ter durações convidativas, como é o caso desta produção distribuída pelo estúdio Crown International Pictures. Com 70 minutinhos de duração que passam voando e direção de William J. Hole Jr. (que fez alguns outros filmes “B” e episódios para séries de TV), o filme é um ótimo exemplar do melhor do cinema drive-in e de baixo orçamento realizado no período.

‘Sonhando’…

Um canastríssimo Robert Alda interpreta Rick Turner, um homem cujos sonhos são dominados pela presença de uma misteriosa mulher (Linda Christian, linda mesmo!) que o faz se dirigir a uma loja de bonecos em companhia de Donna (a mexicana Ariadna Welter, que no ano seguinte apareceria no maravilhoso EL BARON DEL TERROR), sua noiva. Chegando lá, ele vê uma boneca que é ‘a cara’ da bela figura que tem habitado o seu subconsciente. Assim que ele entra no lugar, é recepcionado pelo dono do estabelecimento, Francis Lamont (Neil Hamilton, o Comissário Gordon do famoso seriado de TV Batman) que diz o seu nome e pergunta se ele não ficou feliz com o resultado do trabalho.

O Comissário Gordon era um discípulo de Satã e a gente não sabia.

Estranhando tudo, o sujeito afirma se tratar de um engano embora Lamont insista que ele não somente veio na loja antes como também disse o seu nome e entregou uma foto, que o casal diz a seguir ser de Donna e não de outra mulher. Para complicar as coisas, Donna também encontra uma boneca no local que é… ‘a sua cara’ mas que o Lamont se nega a vender. Mal eles viram as costas e é revelado que a loja de bonecos é, na verdade, uma fachada para a sede de um culto ao deus satânico da maldade suprema, Gamba!!

O CÍRCULO DO DIABO realmente aparenta ser um episódio estendido de “Além da Imaginação”, embora não chegue nem perto de ter o orçamento de um. O cenário do culto de Lamont, por exemplo, parece ter sido reaproveitado de um filme do Ed Wood ou do Roger Corman. Até mesmo o Bruno VeSota aparece por aqui como um dos membros do grupo.

Bruno VeSota. O ator era presença garantida em muitos dos filmes B de Corman nos anos 50.

Mas esse tipo de coisa é justamente o que faz esse filme ser uma delícia de se assistir, além de tudo o que ele ainda tem de bacana e interessante para o espectador. Também não deixa de ser curiosa a abordagem de uma seita satânica em pleno meio urbano, anos antes da realização de diversos filmes que hoje são tidos como clássicos do gênero.

O filme pode ser assistido em vários sites que oferecem download ou streaming de filmes em domínio público mas ele também se encontra disponível no YouTube em uma versão legendada em português. O que você está esperando para agraciar o seu final de semana na companhia de Linda Christian e Gambaaaaaa?

BÔNUS: Escute agora mesmo o melhor e mais viciante tema musical já composto para um filme B de todos os tempos!!!

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DICA DA SEMANA: Aterrorizante (2016)

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Até que enfim, trago um slasher para a dica da semana. Ultimamente, imagens de um palhaço sinistro tem rodado as redes sociais e despertado o interesse de quem é fã de terror. Estas cenas são do recém lançado ATERRORIZANTE 2 (Terrifier 2, 2022). Mas a dica não é deste, mas sim do seu antecessor: ATERRORIZANTE (Terrifier, 2016), longa de seis anos atrás.

Escrito e dirigido por Damien Leone, ATERRORIZANTE é um slasher brutal no qual acompanhamos um palhaço cabuloso que toca o terror numa noite de Halloween matando qualquer um que cruza seu caminho. O filme tem um roteiro que não se propõe à profundidade e é cheio de situações que forçam a barra pra trama andar, mas compensa pela boa direção.

Bem filmado e fotografado, ATERRORIZANTE tem uma violência extremamente gráfica. É daquela dói de ver! Os efeitos práticos são criativos, funcionam muito bem dentro da proposta e provavelmente vai te fazer desviar o olhar da tela em alguns momentos. A fotografia é bem estilosa e com cores vivas, trazendo um clima mais surreal pra toda trasheira apresentada.

Assim como Myers, Jason e muitos outros em suas respectivas franquias, o palhaço Art é a força que move o filme. Sem dizer nada, David Howard Thornton manda muito bem nas expressões faciais e corporais, nos conferindo um psicopata sádico, debochado e imprevisível, pois quando se acha que ele vai aloprar, ele, não só dobra a aposta, mas subverte qualquer “regra” de assassino em série do gênero que se espera.

É curioso que Art não surge neste “primeiro” filme, mas sim em um curta homônimo de 2011 e em um longa de 2013 chamado ALL HALLOW’S EVE (2013), sendo todos do mesmo diretor/roteirista.

Em suma, é um filme chocante e sem escrúpulos que é recomendável pra quem curte uma bagaceira com muito sangue. Se você é esta pessoa doente, vai fundo que este slasher vai te divertir. ATERRORIZANTE se encontra no catálogo da Amazon Prime Video.

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DICA DA SEMANA: Night Train to Terror (1985)

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Night Train to Terror

Vez por outra a gente comenta ou recomenda antologias. De antologias antigas, boa parte vem da década de 1970. Mas desta vez estou aqui para citar “Night Train to Terror“, uma obra que vem dos loucos Anos 80 com um certo grau de ousadia, gore e transgressão.

Disponível no catálogo do Mubi, “Night Train to Terror” traz simplesmente como anfitriões ninguém menos do que Deus e o Diabo jogando xadrez num vagão de trem que passeia pelo espaço rumo à destruição total. Durante a jornada, ambos se questionam sobre a natureza humana e o livre arbítrio que faz com que umas pessoas façam coisas inimagináveis. E é aí onde entram os casos que viram sequências desta antologia.

De antemão, digo que o primeiro (“The Case of Harry Billings“) é o mais problemático. Por ter sido derivado de um outro filme não concluído, as cenas foram editadas de forma a caber nessa obra de uma maneira meio apressada. É uma clássica trama de cientistas loucos onde Harry Billings vira um homem em transe que se submete às ordens de um médico que quer obter mais “pacientes” e órgãos de forma ilegal para comercializar. Ok, tem um fiapo de história, mas podia ter sido melhor.

Já no segundo segmento (“The Case of Gretta Connors“), vemos um caso de traição e vingança. O que seria uma clássica história de amor à primeira vista, logo se torna um caso de psicopatia e ambição em que a jovem Gretta Connors se torna atriz pornô ao se envolver com um empresário de meia idade. Não bastasse essa reviravolta na carreira da mulher, ela entra na mira de outro sujeito que se apaixona por ela ao ver sua performance adulta. Mas aí, os planos do marido traído serão bem mais ardilosos quando ela convida o casal para participar de um clube, que não é de swing, mas de um culto à morte. Veja só a doideira!

Por fim, “The Case of Claire Hansen” é o que aparenta ter um roteiro mais intrincado, mas que sofre um pouco por efeitos especiais que ficam no limite entre a criatividade e a precariedade. Desta vez, temos uma cirurgiã renomada que começa a ter pesadelos sobre demônios e nazistas. Em paralelo, seu marido que é um escritor ganhador do Prêmio Nobel, começa a divulgar um novo livro com temática bastante polêmica para pessoas religiosas. Em meio a alucinações, acontecimentos estranhos e mortes esquisitas que os protagonistas testemunham, existe ainda um misterioso homem que se revela ser um servo de Satã operando maldades há séculos.

E entre uma história e outra, Deus e o Diabo voltam à cena para comentar o ocorrido e questionar o destino da humanidade enquanto em outro vagão uma turma bota pra quebrar com sexo, drogas e rock’n’roll. Gratuito? Exagerado? Violento? Claro, mas “Night Train to Terror” é meio que uma síntese dos Anos 80.

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DICA DA SEMANA: Saint Maud (2019)

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Eu me perguntei um dia desses: o que foi que aconteceu para a gente nunca ter falado de Saint Maud aqui no Toca o Terror? Provavelmente o motivo foi a bagunça que é para filmes mais alternativos serem lançados oficialmente no Brasil. Falamos em algum programa na rádio, mas texto não rolou. Bom, esse erro será corrigido hoje, graças à sua, à minha, à nossa Dica da Semana.

Em uma cidade litorânea do norte da Inglaterra, a enfermeira Maud (Morfydd Clark) é designada como cuidadora da ex-bailarina e coreógrafa Amanda (Jennifer Ehle), que vive sozinha e enfrenta um linfoma na medula em fase terminal. Essa relação desencadeia uma série de atritos, pois, enquanto a jovem é extremamente católica, a paciente adora os prazeres mundanos.

Com um trauma em seu passado recente, Maud encara o emprego na casa de Amanda como uma missão divina: salvar a alma daquela mulher depravada à beira da morte e mandá-la para o céu. É aí, claro, que as coisas começam a se complicar. Produzido pela A24, o filme é o primeiro longa da carreira da diretora Rose Glass e é uma alegoria magnífica sobre fanatismo religioso, mas paremos por aqui. Saint Maud é curto, só tem 1h20, então falar mais é certeza de spoiler.

Para finalizar, vale destacar o desempenho de Morfydd Clark. Hoje mundialmente conhecida pelo papel da elfa Galadriel, na Série d’O Senhor dos Anéis, a atriz sueca dá show como a enfermeira confusa que tenta interpretar sinais divinos em tudo que vê. O filme está disponível nos streamings Prime Video e Apple TV. Se você tem TV por assinatura, ele entrou recentemente na programação do canal Space e, vira e mexe, passa por lá. Com o perdão do trocadilho, vá na fé.

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