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GAME: Outlast 2

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[Por Felipe Macedo]

Após me decepcionar com quase todos os filmes lançados no cinema neste ano, chegou para mim um grande agrado chamado Outlast 2. Sim, sei que é outra mídia porque se trata de um video game, mas ele está recheado de referências e homenagens a clássicos do cinema de terror. O game faz o que vários filmes deveriam fazer, mas esquecem ou simplesmente tem medo (o que não deixa de ser irônico): assustar o público.

Apesar de ser uma sequência enumerada, Outlast 2 segue uma história independente do primeiro, servindo como uma antologia onde o foco é a sobrevivência. Nesse capítulo, seguimos um casal de repórteres que segue a pista de um estranho caso de assassinato de uma mulher grávida, que os levam para um lugar remoto. No entanto, eles não chegam diretamente no local, pois o helicóptero que os leva cai, deixando ao nosso protagonista a missão de encontrar sua mulher e juntos saírem dali. A missão, claro, não será tão simples, pois dois grupos rivais de fanáticos religiosos estão em conflito e ambos querem seu sangue.

O game não tira o pé do acelerador e não tem dó de mostrar corpos de crianças, mulheres grávidas e outras cenas chocantes. O texto é bastante profano e demonstra a loucura que se encontra ali. A já citada questão do fanatismo é levada a níveis pesados e inimagináveis. Não fica difícil fazer uma ponte com a realidade e o poder de alienação que é capaz de “cegar” as pessoas a fazerem coisas horrendas por um suposto bem maior.

A violência é extrema e as mortes proporcionadas por nossos algozes são sempre extremamente gore. Aqui você não ataca. Sua ‘”arma” é apenas uma câmera digital, onde você registra sua jornada. Aqui além de filmar, você anda, corre e principalmente se esconde. Existe um movimento de contra-ataque que serve para derrubar os adversários, mas não é tão eficaz e não pode ser usado sempre… Ou seja, corra! A visão em primeira pessoa ajuda bastante a entrar no clima de urgência e horror. Até a datada visão noturna utilizada a exaustão no cinema funciona perfeitamente aqui.

Esteja preparado para uma experiência visceral. Eu particularmente senti no corpo toda a tensão que o game traz, já que ficava tão rígido que não conseguia jogar muito tempo. Outra coisa boa é que os sustos vão fazer parte da rotina. Até sua própria sombra vai te fazer borrar em diversos momentos. Para quem é fã de terror mais antigo vai notar as homenagens a filmes como O Iluminado, Tubarão, [Rec], Abismo do Medo, entre outros. A literatura de Lovecraft também serviu de inspiração para a construção desse pesadelo.

Outlast 2 é um respiro aliviado para o fã de terror que procura algo diferente e quer realmente se assustar. O jogo foi tão influente que o novo game de Resident Evil bebe muito dessa fonte. Mesmo assim, foi comparado pelo youtuber Velberan a um passeio no parque se comparado com essa parte 2.

O game se encontra disponível para playstation 4, Xbox One, Windows e Mac.

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"Nós deixamos de procurar os monstros embaixo de nossas camas, quando percebemos que eles estão dentro de nós"

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DICA DA SEMANA: O Abominável Dr. Phibes (1971)

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Dr. Phibes

Quem acompanhou as sessões da CPI da Covid ficou sabendo do escândalo envolvendo a empresa Prevent Senior. Várias matérias foram feitas sobre a operadora de planos de saúde, inclusive sobre o fato de seus proprietários serem membros de bandas de rock.

Uma delas leva o nome Doctor Pheabes, e as reportagens sensacionalistas mostravam que ela era “inspirada em um filme de terror sobre um médico sádico”, fazendo um contraponto com o fato de os caras serem profissionais de saúde. Porra, foda-se a Prevent Senior e deixem O Abominável Dr. Phibes em paz!

O filme dirigido por Robert Fuest e estrelado pelo nosso querido Vincent Price é uma pérola do horror. “Love means never having to say you are ugly“, diz o pôster do filme. Sensacional.

Vamos à sinopse: Dr. Anton Phibes vive recluso, amargurado e com ódio no coração. Primeiro ele ficou desfigurado, após um acidente de carro. Como se isso não bastasse, nosso malvado favorito perdeu a mulher, que morreu durante uma operação. Quanto a isso, Phibes culpa a equipe médica e monta uma vingança contra eles. O plano é uma maravilha. Ele pretende matar um por um dos responsáveis, usando armadilhas e inspiradas nas dez pragas do Egito (!!!).

Vincent Price dá um show nesse filme. Seu personagem, por conta do acidente, perdeu as cordas vocais e fala através de um gramofone plugado na garganta. Assim, o que vemos na tela é um Price fazendo caras e bocas o tempo todo para se expressar. E isso ele faz como ninguém.

Nosso ídolo ainda toca um órgão bizarro, que é uma clara referência ao Fantasma da Ópera, e nos brinda com cenas toscas de dança com sua assistente gata e malvada, Vulnavia (Virginia North). O Abominável Dr. Phibes é Vincent Price em estado bruto. Nenhum fã do cinema pode ficar sem assistir essa pérola. No YouTube tem como assistir a versões legendada e dublada em português.

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DICA DA SEMANA: Mortos que Matam (1964)

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Mortos que Matam

[Por Geraldo de Fraga]

Muito antes de Francis Lawrence dirigir a mega produção Eu Sou a Lenda, com Will Smith e Alice Braga, o livro de Richard Matheson já tinha sido adaptado para o cinema em duas oportunidades. Mortos que Matam (The Last Man on Earth) foi a primeira, lá em 1964, em uma parceria entre Estados Unidos e Itália. Inclusive o longa foi rodado em Roma. (mais…)

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DICA DA SEMANA: A Volta dos Mortos-Vivos 3 (1993)

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A Volta dos Mortos-Vivos 3

Vamos falar de continuações, de novo! O filme da vez é “A Volta dos Mortos-Vivos 3” (Return of the Living Dead 3), um dos principais filmes do cânone de zumbis pós-George Romero.

Não é preciso explicar que o primeiro longa desta franquia, dirigido por Dan O’Bannon é super divertido e cravou no universo pop a expressão “Braaains!” ao se referir aos seres bizarros semi-mortos que atacam humanos. Também não é preciso ir muito longe para falar que o segundo é praticamente uma cópia do anterior sem muita criatividade.

Mas o que faz com que a obra de Brian Yuzna se destaque em uma franquia que dava sinais de desgaste, é que ele acabou juntando dois filmes em um. No caso, pegou as referências do LivingDeadVerso e juntou com o que fez com a “Noiva do Re-Animator” anteriormente.

E se você nunca viu, o lance é o seguinte… um casal de jovens tipicamente fora da linha, daqueles que usam casaco de couro, possuem amigos “da pesada” e andam de moto, resolve entrar clandestinamente em uma base militar. Como o boyzinho é filho de um coronel de alta patente, ele consegue acesso à base com o crachá do pai e inadvertidamente vê com sua namorada um experimento ultra-secreto.

Basta saber que aquele gás chamado de Trioxin que reanima os mortos no primeiro filme da franquia é o mesmo que os milicos estão usando para testar em cadáveres como cobaias. O problema é que uma vez morto, mesmo que “reviva”, o ser decomposto só quer saber de atacar e devorar os vivos. E não tem bala, faca, murro ou qualquer tentativa de golpe que os detenha.

Nisso aí, o casal Curt (J. Trevor Edmond) e Julie (Melinda Clarke) com medo do que presenciaram, resolvem fugir às pressas. No entanto, a adrenalina e a emoção da fuga foi tão grande que perderam o controle na estrada ao desviar de um caminhão e Julie acabou morrendo ao se chocar com um poste.

A história dos dois pombinhos poderia ter acabado aí, se não fosse a “brilhante” ideia do namorado que acha que podia resolver o problema ao levar a noiva cadáver para a base militar e usar o Trioxin “do jeito certo”. Neste caso, apesar dos atropelos, a missão foi “bem sucedida”, mas reacordou a mulher desorientada e com muita “fome”. O efeito colateral é que ao abrir o tambor de Trioxin, eles ajudaram a despertar outros monstrengos. Daí em diante é fácil entender o que se sucede, considerando que este é uma obra de terror.

Sendo que o mais legal em “A Volta dos Mortos-Vivos 3” é a transformação gradual de Julie, que era apenas uma jovem rebelde em uma zumbi sedutora e masoquista que se auto-mutila com caco de vidro, agulhas, pregos e o que mais tiver, convertendo-se num ícone do cinema de horror. E nesta saga inevitável rumo a um desfecho trágico, esta versão from hell de “Romeu & Julieta” segue sendo interessante pra ver e rever trinta anos depois.

O resultado é um bizarra história de amor e zumbis que funciona tanto pelo lado do horror, quanto do romance ou da comédia. Depende de como estiver seu clima no dia. E se você nunca viu (2), aproveite as facilidades da Internet para assistir a “A Volta dos Mortos-Vivos 3” no catálogo do Plex ou da Darkflix.

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