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DICA DA SEMANA: O Metrô da Morte (1972)
A dica de hoje é um filme essencial para aqueles que gostam de se aventurar no cinema de horror dos anos 70 e (re)descobrir as pérolas que essa década nos entregou. O METRÔ DA MORTE (Raw Meat aka Death Line) foi a bela estreia de Gary Sherman (do excelente DEAD AND BURIED e POLTERGEIST III) na direção de longas, em uma produção predominantemente americana, porém realizada em Londres.
Foi preciso um diretor-roteirista chegar dos EUA para se fazer um filme do gênero com temática e ambientação urbana na Inglaterra e crítica social em um momento em que produtoras como Hammer e Amicus ainda se escoravam na fórmula do terror gótico, enquanto esse estilo ainda seguia bem rentável nas bilheterias.
A trama lida com uma série de misteriosos desaparecimentos que estão acontecendo em uma estação de metrô em Londres. É somente quando um membro do alto escalão do governo se torna um deles que a polícia, representada pelo cínico e arrogante inspetor Calhoun (um impagável Donald Pleasence) e o Sargento Rogers (Norman Rossington), finalmente começa a investigar. E é aí que o espectador fica sabendo quem está por trás dos “sumiços”.
A atmosfera crua e realista presente em O METRÔ DA MORTE, assim como o fato do principal antagonista ser o último membro sobrevivente de uma família de canibais que atravessou gerações morando abaixo do submundo, também faz remeter a dois dos mais influentes filmes da década: O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA e QUADRILHA DE SÁDICOS.
Há uma longa tomada que mostra o lar do “Homem”, um sujeito que de humano só restou o corpo, passando pelos cadáveres estraçalhados e em estado de decomposição das vítimas, assim como os restos putrefatos dos seus antepassados. Como o longa só estreou nos Estados Unidos em outubro de 1973 é pouco provável que Tobe Hooper o tenha assistido antes. Já não podemos dizer o mesmo sobre Wes Craven…
O METRÔ DA MORTE só não chega a ser um filme excelente porque perde muito tempo com um casalzinho para lá de insosso e sem um pingo de química. Quem tem um mínimo de experiência com um gênero que adora colocar mulheres em perigo desde os seus primórdios sabe o motivo pelo qual a história dará tanta atenção a esses 2 personagens. Antes o filme tivesse o seu foco exclusivamente na dupla de policiais de Pleasence e Rossington e no “Homem” (Hugh Armstrong) e um 2º ato menos arrastado.
Christopher Lee ainda surge em uma única cena de 2 minutos como um estranho agente do MI5 que ameaça Calhoun caso ele continue a investigação sobre o oficial desaparecido. É uma cena que beira o hilário justamente pelo prazer que é ver Lee e Donald Pleasence, dois dos maiores atores do cinema, trocando insultos.
Por todos os motivos citados, O METRÔ DA MORTE merece todo o reconhecimento que conseguiu com o passar do tempo e certamente tem o seu lugar entre os trabalhos mais originais e influentes do terror nos anos 70. Inédito em DVD/Blu-Ray no Brasil, o longa está disponível para streaming na plataforma Tubi, assim como no YouTube.
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DICA DA SEMANA: Nosferatu – O Vampiro da Noite (1979)
Antes do Drácula bonitão da Universal (Bela Lugosi) e da Hammer (Christopher Lee), Nosferatu de 1922 já tinha levado para as telas o vampiro feioso e pálido, algo muito mais parecido com o protagonista do livro de Bram Stoker. Por isso, pelo menos pra mim, parece um projeto bem ambicioso, em 1979, trazer o Drácula com cara de rato de volta e perder de colocar um galã no papel.
Bom, foi isso que Werner Herzog fez em Nosferatu – O Vampiro da Noite (Nosferatu, the Vampyre), refilmagem do clássico do expressionismo alemão. Mas, vamos lá, era Werner Herzog, então o cara não ia fazer um filme de terror convencional, apesar de seguir o ‘basicão’ ali da história original.
O advogado Jonathan Harker (Bruno Ganz) viaja até a Transilvânia para vender uns terrenos ao Conde Drácula (Klaus Kinski) e acaba sendo feito prisioneiro. Mas, ao escapar, retorna para Bremen, na Alemanha, na tentativa de evitar que o vampiro pinte miséria por lá, principalmente contra sua esposa Lucy (Isabelle Adjani).
No mais, Herzog contou sua própria versão da história, nem mesmo se apegando ao filme de 1922, de onde pegou só uma referência aqui e outra ali, inclusive subvertendo o final. Nosferatu – O Vampiro da Noite é puro suco de cinema europeu dos anos 70, cheio de imagens artísticas, direção de arte finíssima e trilha sonora onírica.
Além disso, o Drácula dentuço de Klaus Kinski está no panteão das grandes versões do conde mais amado do terror.
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DICA DA SEMANA: 3 filmes com loop de tempo
Nos últimos 15 anos aumentou e muito o número de filmes que se utilizam do recurso de “loop de tempo” em suas narrativas. E com o sucesso de produções como “A Morte Te Dá Parabéns” e “No Limite do Amanhã“, aí é que a galera se empolgou mesmo.
Até um curta ganhou o Oscar apostando neste formato recentemente. Sendo que hoje vamos falar de três filmes que se utilizam deste recurso em seus roteiros mas que não são tão conhecidos assim.
* Crimes Temporais (Los Cronocrímenes, 2007)
Primeiro longa do espanhol Nacho Vigalondo, “Crimes Temporais” é um daqueles filmes mais ou menos recentes que se tornaram cults quando se fala de viagem no tempo. Produção modesta, mas eficaz, o longa cria uma confusãozinha mental se a gente for tentar entender a lógica por trás do roteiro. Ainda assim, faz mais sentido do que toda a hexologia de “O Exterminador do Futuro“, por exemplo.
Vemos um casal simples chegando em uma casa de campo para morar. De repente, situações banais começam a ganhar contornos intrigantes quando o protagonista se depara um homem com o rosto enfaixado. É quando para tentar escapar da ameaça na floresta, ele encontra uma casa com uma máquina do tempo no porão que dá a chance da pessoa voltar uma hora no tempo… Daí já viu, né?!
Disponível na Amazon Prime Video
* Triângulo do Medo (Triangle, 2009)
Esta produção australiana traz um grupo que pensou que passear de barco seria uma boa ideia, até que chega uma tempestade e ficam à deriva. Para tentarem se salvar, embarcam em um navio que surge em alto mar. O que não contavam é que o navio aparentemente abandonado esconde vários mistérios.
O lance é que enquanto a turma tenta pedir ajuda, outro grupo de pessoas no mesmo navio tenta acabar com a vida deles. E a cada tentativa de fuga, a contagem de corpos aumenta. Repleto de simbologias e metáforas, é um filme que dá pra ver e rever cada cena sem olhar pros paradoxos que poderiam rolar.
Disponível no Telecine Play
* ARQ (ARQ, 2016)
Trazendo um tempero de ação, “ARQ” nos mostra de forma bem angustiante a saga de um aparente casal em tentar se livrar de uma invasão de desconhecidos em sua casa. O detalhe é que todos eles estão presos em um loop de tempo que complica a resolução da história.
O fator complicador neste caso é que a cada novo “loop”, os personagens começam a ter mais noção do que está acontecendo e procuram inventar novas formas de fugir. Tenso e imprevisível, “ARQ” funciona melhor do que muitos outros filmes que se utilizam de toneladas de efeitos especiais e mil figurantes.
Disponível na Netflix
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DICA DA SEMANA: O Exorcista III (1990)
Para a dica desta semana eu trago um filme aniversariante: O EXORCISTA III (Exorcist III), escrito e dirigido por Willam Peter Blatty, completa 32 aninhos neste mês de agosto.
O EXORCISTA III é adaptação do livro ESPÍRITO DO MAL / LEGIÃO (Legion, 1983) que é uma continuação direta do livro O EXORCISTA (The Exorcist, 1971). Na trama, o tenente Kinderman investiga uma série de assassinatos que trazem a assinatura do já conhecido serial killer: Gêmeos. O problema é que este assassino está morto há 15 anos. Com a ajuda do amigo padre Joseph Dyer, ambos são levados a revelações cabulosas.
Blatty exibe um domínio enorme na condução do longa. E não é de se espantar, já que é o autor de ambos os livros. Aqui, com a direção em suas mãos, ele imprime sua real visão da própria obra, mantendo um clima constante de tensão como se algo de muito pior fosse acontecer a cada cena. A fotografia do Gerry Fisher é essencial para dar o tom sombrio à trama. Até estátuas sacras dão medo aqui! Sem contar que O EXORCISTA III tem um dos sustos e jumpscares mais cabulosos e inesperados da história do cinema de horror.
Para além da competente produção, o longa conta com a carismática dupla George C. Scott e Ed Flanders, (Kinderman e Dyer respectivamente), Brad Dourif que encarna o assassino de Gêmeos nos conferindo uma performance assustadoramente brilhante e Jason Miller vivendo o sinistro “paciente X”.
É de fato um filme incrível que, para este que vos escreve, por muito tempo foi subestimado por ser o terceiro da franquia O EXORCISTA, quando na verdade deveria ter sido o segundo, já que, como dito no início, se trata da continuação direta do livro. E convenhamos que depois do que rolou em O EXORCISTA 2: O HEREGE, carregar um título desse também não ajuda. Este longa de 1990 poderia ter se chamado simplesmente LEGIÃO como no livro, mas enfim…
Em suma, O EXORCISTA III é um típico terror policial cabuloso que merece ser visto. Ficou curioso? Aproveita que este clássico cult encontra-se no catálogo do HBO Max.
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