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CRÍTICA: Além da Morte (2017)

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Além da Morte

Nos longínquos anos 80 e 90 existia um diretor que fazia filmes bem interessantes com atores que estavam começando a despontar. O nome dele é Joel Schumacher. “Os Garotos Perdidos“, “O Primeiro Ano do Resto das Nossas Vidas” e “Linha Mortal“, que agora sofre um remake chamado “Além da Morte”, são alguns desses filmes. Infelizmente ele será lembrado como “o cara que estragou a única franquia que prestava de Batman por ter colocado mamilos em seu traje”. Mas vamos ao que interessa…

“Além da Morte” conta a história de um grupo de médicos residentes que entram de cabeça em uma experiência onde param seus corações por alguns minutos e depois são reanimados para poder experimentar e/ou descobrir o que acontece do “outro lado”. Um por um, eles se submetem ao procedimento, mas como efeito colateral começam a ser perseguidos por alucinações (será que são mesmo?) do que aparentemente são erros do passado.

Ellen Page busca do outro lado o motivo de ter aceitado fazer esse filme

Diferente do filme de 1990 que tinha no elenco um enigmático Kiefer Sutherland como Nelson e seus parceiros no crime: Kevin Bacon, Julia Roberts, Oliver Platt e um dos irmãos Baldwin (nunca lembro qual é qual), aqui nós temos a eficiente Ellen Page no papel de Courtney, uma estudante que de enigmática não tem absolutamente nada, pois sabemos nos primeiros cinco minutos de filme o motivo dela querer fazer seus experimentos, acompanhada de seus incríveis amigos atores e atrizes que uma fez umas séries aí e o resto você nunca viu antes. Isso é demérito? Não necessariamente… mas nesse caso, é.

Após se submeterem ao experimento, todos os jovens demonstram um aumento em suas capacidades intelectuais, enorme euforia e um rompante de energia que os leva logo após quase morrerem, vale salientar, à festas bombásticas em apartamentos, raves e cenas de sexo PG-13 tão gratuitas quanto a aparição de Kiefer Sutherland interpretando um médico-chefe que poderia ser o do filme original mas não é.

“vou tomar um gole desse guaraná pra ver se eu esqueço dos meus problemas”

Sabe aquela fotografia bacana, a música cheia de sintetizador, o jogo de luz e sombra em locações interessantes como o beco cheio de luz neon, os vastos campos, a igreja abandonada onde acontecem os experimentos, que tinha em “Linha Mortal“? Esqueça! Aqui temos uma fotografia feijão-com-arroz em locações como “um hospital totalmente equipado e parado pra ser utilizado como backup no caso de uma guerra ou desastre” (risos) e se o filme tinha música, eu realmente não lembro.

“Se eu soubesse que ia virar remake, teria preferido continuar morto”

Resumindo, no final você sai da sala de cinema com a pergunta “por quê fizeram um remake desse filme?”. Pra fazer com atores melhores? Não. Pra modernizar a história? Também, não. Pra fazer as cenas de EQM com efeitos especiais mais bacanas? Errrrrr… na-na-ni-na-não. Sabe de uma coisa? Melhor ficar com a versão original (aquela dos penteados esquisitos).

Escala de tocância de terror:

Título: Além da Morte (Flatliners)
Diretor: Niels Arden Oplev
Roteiro: Peter Filardi, Ben Ripley
Elenco: Ellen Page, Diego Luna, Nina Dobrev
Ano de produção: 2017

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Simpático de corpo™ Vimeo: https://vimeo.com/jotabosco/ Youtube: https://www.youtube.com/user/sonicbosco/videos

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CRÍTICA: When Evil Lurks (2023)

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When Evil Lurks

O ano de 2023 está sendo cabuloso de bom para os fãs de terror. Faltando apenas 2 meses pra acabar o ano, eu achava que minha lista de melhores já estava definida, até que WHEN EVIL LURKS (Cuando Acecha la Maldad), uma machadada cabulosa vinda da Argentina, pega todo mundo de surpresa.

WHEN EVIL LURKS (QUANDO O MAL ESPREITA em tradução livre) é escrito e dirigido por Demián Rugna (ATERRADOS, 2017), que nos apresenta um cenário sinistro no qual possessões demoníacas não apenas são realidade factual, mas são parte da rotina daquela sociedade. Acompanhamos os irmãos Pedro (Ezequiel Rodríguez) e Jimi (Demián Salomón) que cuidam de uma fazenda. Certo dia, os fazendeiros têm sua paz abalada quando descobrem que o filho da vizinha está possuído e apodrecendo enquanto vivo. Daí pra frente é só desgraça.

Rugna entrega praticamente um road-movie desgracento em que nossos heróis cometem um erro atrás do outro, tipo uma versão maligna de FARGO, a comédia de erros dos irmãos Coen, só que sem a comédia. Com uma direção certeira e extremamente sádica, o cineasta argentino mantém o clima de tensão constante com picos pontuais que, por mais que ele trabalhe muito bem a antecipação de certas situações, consegue pegar a audiência desprevenida. Até quando a pessoa se achar esperta, na verdade está sendo manipulada para pensar assim.

O roteiro de Damián é enxuto e bem amarrado, contando com poucos diálogos expositivos, deixando muito pra imaginação do espectador a respeito do universo apresentado. Não tem textinho nem clip inicial contextualizando. Aqui, o espectador pega o bonde andando e segue recebendo migalhas de informações ao longo de toda jornada maldita. Para tudo isso funcionar, é preciso que as personagens sejam críveis e o elenco se empenhe para isso. Todos do núcleo principal estão muito bem, mas é Ezequiel Rodríguez que pega na mão do público, arrastando todos para a gradual desgraça de Pedro. Aliás, suas ações, aliadas a pitadas de informações, traz julgamentos e dúvidas sobre o caráter do protagonista que enriquece a experiência.

Tecnicamente eficaz, WHEN EVIL LURKS não tem maneirismos e tudo é mostrado de forma crua e franca. Os efeitos práticos são de uma beleza horrenda. Se brincar, dá pra sentir o fedor de um certo possuído em específico. Apesar de muito ser filmado em planos fechados nas personagens, a sensação de que aquela sociedade já vive um inferno na Terra é aos poucos muito bem construída. A fotografia também é sádica até em certos desfoques. A banda sonora, trilha e efeitos, é discreta mas cumpre bem o papel de dar o tom sem serem apelativos. Ou seja, aqui, tudo é arquitetado para causar mal estar.

Há algumas coisas que incomodam durante o longa – nada que estrague a experiência – como as fracas performances do elenco mirim num momento de grande importância, e algumas decisões tomadas por alguns personagens que soam forçadas, principalmente do nosso protagonista, por exemplo. Falando nisso, no meu caso, foi curioso que acompanhar a trágica empreitada de Pedro, me trazia à mente o refrão da música “Meu amigo Pedro” de Raul Seixas me fazendo falar para a tela: Não, Pedro! Eu não quero ir aonde você for.

Demián Rugna é um nome que merece ficar no radar da galera, pois WHEN EVIL LURKS é um filme maligno que fica na cabeça, como se fosse um trauma, e que provavelmente vai se destacar no topo das listas de melhores do ano de muitos fãs de terror, como é o caso deste que vos escreve.

Escala de tocância de terror:

Título original: CUANDO ACEHA LA MALDAD
Direção: Demián Rugna
Roteiro: Demián Rugna
Elenco: Ezequiel Rodríguez, Demián Salomón, Silvina Sabater e outros
Origem: Argentina

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CRÍTICA: Five Nights At Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim (2023)

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Five Nights At Freddy’s

Houve um ligeiro ceticismo com a notícia de que a franquia de games “Five Nights at Freddy’s” ganharia uma adaptação para os cinemas. Atualmente, como se sabe, a tendência é tirar leite de pedra de qualquer produto da cultura pop que alcance um grande sucesso, além de fazer com que ele seja ainda mais conhecido para um público maior. A franquia criada por Scott Cawthon, também co-roteirista e produtor do longa, no momento tem um total de 11 jogos.

Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim” é mais uma aposta da Blumhouse (responsável pela trilogia mais recente de “Halloween“, por exemplo) em uma franquia de fama e bem estabelecida. Tudo indica o projeto deve fazer um bom número nas bilheterias mundiais, obviamente mais por conta da popularidade dos jogos. O porém é que o projeto não deve ser capaz de empolgar ninguém que não seja fã ou não conheça o video game que o inspirou.

O protagonista é um rapaz azarado chamado Mike Schmidt (Josh Hutcherson), que tem uma irmã pequena para criar, mas não consegue parar em nenhum emprego. Ele aceita uma proposta de trabalhar por cinco noites na Pizzaria Freddy Fazbear, fechada ainda nos anos 80 por conta de histórias envolvendo o misterioso desaparecimento de crianças. Mike passa a entender que há algo de mais estranho acontecendo e que, inclusive, os quatro bonecos robóticos que eram usados para animar o público da pizzaria começam a funcionar sozinhos e não aparentam ser nada amigáveis.

Ok que o “Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim” é produzido de olho em um público juvenil, então a censura vai ser mais baixa e a violência muito branda. Só que também não dá para perdoar tanto uma direção que sempre busca fazer o que é seguro, sem ousar em nenhum momento, apelando sempre para os sustos fáceis. Apesar dos ótimos efeitos, os robôs animados que “tocam o terror” (opa) na produção também não conseguem convencer nas cenas de ameaça e a tensão que o filme precisaria ter.

Em termos de roteiro, o buraco é ainda mais embaixo. Os personagens humanos são todos desinteressantes, o que dificulta o envolvimento do espectador. O desenrolar da narrativa é enfadonho e previsível, tanto que é possível identificar o maior vilão do filme com léguas de distância da conclusão. A maneira como o longa explora o trauma do protagonista (é, de novo) chega a ser preguiçosa, servindo apenas para ‘encher uma linguiça’ e inchar a duração. Ficou muito ruim.

Talvez se “Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim” tivesse menos personagens envolvidos, não precisasse de uma personagem infantil, e fosse mais claustrofóbico e focado em ser um terror de sobrevivência, o filme funcionasse mesmo com a violência mais leve para o público adolescente. Como está, não passa de nada além de ser algo assistível para quem tiver curiosidade, um filme que apenas existe e é isso.

Escala de tocância de terror:

P.S.: “Willy’s Wonderland – Parque Maldito” guarda muitas semelhanças com “Five Nights at Freddy” e fica impossível de não se lembrar deste filme se você não o assistiu antes. Na dúvida entre os dois, fique com Nicolas Cage vs. os robôs.

P.S.2: Filme visto em Cabine de Imprensa promovido pela Espaço Z no Cinemark Rio Mar Recife.

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CRÍTICA: O Exorcista – O Devoto (2023)

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O Exorcista - O Devoto

Prezades leitores do Toca o Terror,
ao longo deste 10 anos de site e convivência mais direta com o universo do cinema de horror, confesso que nunca antes presenciei algo tão deplorável quando “O Exorcista – O Devoto“. Vejam só… nesta última década tivemos uma série de filmes que tentaram emular a alma do filme original de William Friedkin, mas que obviamente falharam em gênero, número e grau. Tivemos exorcismo baseado em fatos reais, tivemos exorcismo em estilo found-footage e tivemos até um exorcista a mando do Papa.

Mas eis que 50 anos depois do lançamento daquele clássico, a Blumhouse resolveu investir mais uma vez no tema e resgatar a franquia com uma espécie de continuação/remake/reboot/revival da história. Então tendo isto em mente, preparem-se. “O Exorcista – O Devoto” é uma tragédia. Em vários sentidos. Permitam-me aqui dar alguns spoilers, porque afinal de contas é merecido.

Tenha em conta que este novo filme quer se inserir no cânone original da produção que o finado Friedkin nos deixou como legado trazendo algo daquela atmosfera pros dias atuais. Sendo que tudo é tão superficial que se não fosse o título, mal saberíamos a relação deste longa com os anteriores.

Para não dizer que “O Exorcista – O Devoto” não tem ligação com a obra original, ele resgata no meio do roteiro a personagem de Ellen Burstyn como a mãe da possuída Reagan e tenta pincelar algo a respeito de como ela viveu nos anos posteriores ao exorcismo. Ainda assim, não se deixe enganar. É um fan-service que não se sustenta diante da coleção de absurdos que é o que se chama de roteiro.

E aí diante das inevitáveis comparações com a obra de 1973, o que mais poderiam inventar? Pois creiam… ao invés de uma criança possuída, “O Exorcista – O Devoto” agora tem duas crianças que encarnam demônios! E nenhum dos dois seres malignos é Pazuzu. Aliás, eles nem tem nome nem origem, já que a possessão é realizada numa muito mal contada tentativa de comunicação com espíritos no meio da floresta(!). Algo tipo “Evil Dead” com “Fale Comigo” mas executado da pior forma possível, uma vez que não fica convicente nem pros personagens nem pra ninguém que esteja ali assistindo.

Por sinal, é difícil ter algo convincente ali. Nem o padre se salva. Escolheram um ator que sequer tem jeito ou a impostação necessária para fazer os ritos de exorcismo. Aqui abro parênteses para falar que os diretores de elenco estão vacilando bem na escolha de sacerdotes na ficção, optando por caras jovens, mas que não demonstam um pingo de sofrimento ou resignação necessárias a um papel desta magnitude. E pela cara do sujeito, a gente já imagina que ele não vai dar conta da missão.

Diante da amarelada do padre por conta das burocracias impostas pela diocese, o filme inaugura uma nova modalidade: o Exorcismo Comunitário. Sim, uma espécie de intervenção ecumênica onde estão juntos os pais das crianças, um pastor, uma ex-noviça e uma mulher de religião mística afroamericana. Se em outros filmes similares vemos o ritual como um ponto alto da trama, aqui a tentativa de tirar o demônio do couro das crianças acaba virando uma longa sequência que me provocou sentimentos conflitantes de incredulidade e riso. Rola até uma “briga” entre a fumaça exalada pelos demônios e pelo fogo beatificado.

Não bastasse a precariedade das cenas, o texto tem uma leve inclinação pra doutrinação cristã, onde do nada, uma personagem constata que deveria ter batizado logo sua filha para evitar o mal. Fãs de “Som da Liberdade” e do infame “Nefarious” certamente vão curtir o recado.

Ah, mas assusta? Rola um ou outro jumpscare para dizer que é da estética de horror desta geração, mas nada que lhe tire o sono. É tudo tão desastroso que até os momentos que deveriam ser tensos, ficam naquele lugar-comum de nada-acontece-feijoada. E assim mais uma franquia vai pro ralo por gente que aparentemente odeia filmes do gênero e acha que basta seguir uma fórmula com personagens já conhecidos para garantir uma grande bilheteria. Ou não.

Escala de tocância de terror:

Título original: The Exorcist – Believer
Diretor: David Gordon Green
Elenco: Ellen Burstyn, Olivia O’Neill, Leslie Odom Jr, Ann Dowd e outros
Ano de lançamento: 2023

P.S.: Só para lhe dar um alento e não perder a fé, indico fortemente “O Exorcista III“, dirigido pelo próprio autor do livro original, William Peter Blatty, que tem uma das maiores cenas de terror da história do cinema.

* Filme visto na Cabine de Imprensa promovida pela Espaço Z no UCI Recife.

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