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CRÍTICA: A Marca do Medo (2014)

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Marca do Medo

Por Geraldo de Fraga

Chegou aos cinemas brasileiros, na última quinta-feira, a mais nova empreitada da produtora Hammer Films: A Marca do Medo (The Quiet Ones, 2014). O longa é dirigido e co-roteirizado por John Pogue, que em 2011 dirigiu Quarentena 2, a sequência do remake do found-footage espanhol [REC].

A Marca do Medo se apresenta como um filme baseado em fatos reais, mas não é bem assim. A história foi apenas inspirada em um caso chamado “Experimento Philip”, onde um grupo de parapsicólogos canadenses se juntou, no início dos anos 70, para tentar provar que fantasmas são, nada mais nada menos, do que um produto da imaginação da mente humana.

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No filme de Pogue, o professor Joseph Coupland (Jared Harris) monta uma equipe para fazer uma experiência parecida. A história se passa em 1974. Ele e dois de seus alunos estão tentando provar que a possessão da jovem Jane Harper (Olivia Cooke) não passa de manifestações telecinéticas e não de forças demonícas. Ou seja: eles acreditam em eventos paranormais, só não acham que tem a ver com religião.

Então entra em cena Brian McNeil (Sam Claflin), cinegrafista contratado para documentar todo o processo investigativo. Como o personagem fica o tempo todo com câmera na mão, em várias cenas vemos o que acontece através da sua perspectiva. Isso ajuda na ambientação do filme, pois as imagens emulam o tipo de filmagem da época.

Voltando a falar do enredo, a medida que vamos acompanhando a experiência, vai ficando mais evidente que o caso de Jane se trata realmente de uma influência maligna. Esse é o ponto principal do filme, pois Couplan é o único que continua a crer que nada tem a ver com demônios, enquanto os outros começam a se questionar sobre isso e batem de frente com a teimosia do professor.

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Fica a cargo de Brian, a alcunha de herói da trama. É ele quem se torna o protetor de Jane, inclusive com um interesse romântico. Além disso, ele começa a peitar Couplan, discutindo sobre como sua pesquisa pode ser prejudicial para a saúde da jovem, já que ela passa grande parte do tempo trancada em uma cela.

Apesar de experiências sobrenaturais, onde o ceticismo e a fé são confrontados já terem dado as caras em alguns filmes de terror, A Marca do Medo poderia até trazer algo de interessante se não pecasse no ritmo. Há um bom começo, mas quando chega o momento da reviravolta (o famoso plot-twist), o longa dá um tiro no pé.

Tudo é contado muito às pressas. De uma hora para a outra, os personagens descobrem segredos e mais segredos da forma mais simplória possível. E, o que é uma falha imensa quando se trata de segurar um plot-twist, o roteiro não dá nenhuma pista ao espectador. Pelos menos, o filme não alivia no pessimismo. Por isso, e só por isso, fica acima da média.

Escala de tocância de terror:

Título original: The Quiet Ones
Direção: John Pogue
Roteiro: Craig Rosenberg, Oren Moverman
Elenco: Jared Harris, Sam Claflin, Olivia Cooke
Origem: EUA e Reino Unido

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CRÍTICA: Feriado Sangrento (2023)

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Feriado Sangrento

Sabe aquele filme que é tão ruim, mas tão ruim que você se vê na obrigação de falar a respeito para que ninguém caia nessa? Então, se algum de vocês se deparar com “Feriado Sangrento” (Thanksgiving) na vitrine da (HBO)Max, fuja assim como um peru foge da ceia.

Mas antes do filme em si, vamos recapitular e contextualizar a parada. “Feriado Sangrento” nasceu como um trailer, ou melhor, um fake trailer do projeto “Grindhouse” de Tarantino e Robert Rodriguez. Além de “Machete” e “Hobo With a Shotgun” que eram trailers de mentira mas que também ganharam longas depois, “Thanksgiving” era um dos que estavam ali no meio.

O trailer em si enganava bem porque parecia mesmo emular uma produção slasher dos anos 80 com uma fotografia suja e escura junto de uma voz macabra. Inclusive digo com certeza que essa pequena produção foi a melhor coisa que Eli Roth já fez. O que, convenhamos, não é lá algo muito difícil.

Mas enfim, tudo o que o trailer entregava de misterioso e macabro, o filme real apresenta hoje de forma superficial e superbatido. Em primeiro lugar, o longa de “Feriado Sangrento” se passa nos dias atuais. Então esqueça aquela aura de slasher oitentista. Aqui as mortes ocorrem em live de Instagram, com ameaças por inbox e com todos os problemas que os jovens e adultos de hoje enfrentam, tal como a ansiedade para a Black Friday.

E vejam, não é a data comemorativa de Ação de Graças que desencadeia a matança no roteiro e sim uma ação de Black Friday que dá muito errado! Imagine só um pessoal na frente do Supermercado Guanabara esperando as portas se abrirem no dia de seu esperado aniversário. Multiplique a ansiedade e a agonia popular por 10 e aí vira a turba que estava afim de entrar num Walmart genérico afim de promoções pra qualquer produto.

No meio da confusão causada pelo alvoroço do povão, um bocado de gente acaba se acidentando, é pisoteada e morre de forma trágica. E por conta do trauma, o assassino do filme resolve se vingar dos donos da loja e das pessoas que entraram ali primeiro. No entanto, não espere nenhum tipo de crítica anticapitalista ou anticonsumista, o assassino que veste uma máscara de John Carver, um dos primeiros peregrinos estadunidenses, quer apenas uma vingança macabra de forma rasteira.

E aí voltamos ao trailer… o que tinha de cena interessante ou mais soturna, no longa vira algo caricato. Sério! Além das cenas que já tínhamos visto e que são refeitas de uma forma ruim, as novas sequências criam um gore desnecessário mesmo quando sabemos que o que pode rolar é macabro. Isso porque para provar que o longa é realmente de terror, Eli Roth claro que tinha que forçar a barra e dar um tom 10 vezes acima do que a cena pede de forma gratuita.

Resumindo: Não veja! Fique com as lembranças do trailer nostálgico e assista algum slasher da época, mesmo com suas limitações. Eli Roth sequer se esforça em trazer algo novo como fizeram produções recentes como “Dezesseis Facadas” (Totally Killer) e “Morte Morte Morte” (Bodies Bodies Bodies). Ao invés de tentar um slasher diferente ou repassar a produção pra Ti West dar um clima que realmente remetesse ao trailer, Roth simplesmente fez um longa só pra gente passar raiva com um produto demasiadamente clichê.

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CRÍTICA: Imaginário – Brinquedo Diabólico (2024)

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Imaginário - Brinquedo Diabólico

Estavam com saudades de filmes da Blumhouse? Sabe como é… aquele terror superficial, meio sem graça, meio sem tensão e com uma “mensagem” inócua ao final. Se estavam querendo algo assim, corram pros cinemas pra ver “Imaginário – Brinquedo Diabólico” que está prestes a estrear no Brasil.

E assim como segue a cartilha da produtora pra filmes que (ainda) não possuem franquias de sucesso, tudo começa com um bom e manjado drama familiar. Neste caso temos um casal que resolve se mudar para a antiga casa da protagonista de forma que ela consiga se reconectar melhor com seu trabalho e superar alguns pequenos traumas de infância. Neste núcleo familiar temos um músico com duas filhas que não se dão tão bem com a nova esposa dele.

Mas bem… Jessica (DeWanda Wise), a esposa, é uma escritora bem sucedida de livros infantis que cria historinhas em que o mal não prevalece. Sua inspiração para isso veio de acontecimentos em sua infância depois que sua mãe faleceu e seu pai foi acometido de uma doença degenerativa.

Anos se passaram e agora ela está aí tentando conviver com duas meninas, uma de quinze anos e uma criança que fala da forma mais infantil possível com um estilo bem irritante. E de repente, do mais absoluto nada, Alice (Pyper Braun), a criança mimada, vai até o porão da casa e encontra um ursinho de pelúcia empoeirado ao qual dá o nome de Chauncey, se apegando a ele e interagindo como se fosse um amigo “de verdade”.

O problema é que esse amigo imaginário começa a dar ideias erradas para a criança. Tudo começa de forma inocente com ações que passam despercebidas pela madrasta até que as coisas começam a ficar bem mais estranhas a ponto de ser necessária uma intervenção de uma psicóloga.

E etc etc etc… passa-se o tempo do filme e já sacamos que o ursinho carrega uma espécie de maldição ou coisa assim. Mas não espere uma Annabelle ou um Chucky, o tal Chauncey opera de uma forma mais sutil induzindo suas vítimas a adentrarem em um tal “mundo da imaginação” onde ele prende crianças de todo canto após cumprirem certas metas.

Mas se esse lance de usar crianças em um mundo sobrenatural parece manjado desde “Poltergeist“, e mais recentemente por sequências da saga “Sobrenatural” (Insidious), saibam que este novo filme não preza pela originalidade. Temos em “Imaginário” um amontoado de clichês onde nem os sustos telegrafados causam impacto. E pra piorar tudo, ainda temos um personagem super previsível nestas produções Blumhouse: uma idosa com ar misterioso que explica tudo o que acontece para a protagonista e sabe a solução para os problemas que aparecem na metade final da história.

Assim como falei antes, é uma produção desprovida de tensão, medo e qualquer tipo de suspense. Sequer vemos sangue em cena e até a única morte da trama é offscreen. Enfim, o golpe tá aí… se quiser ver e aguentar um filme de 1h40 para ver uma mensagem edificante sobre o poder da união familiar, fique à vontade, só saiba que isso não rende um longa decente.

Escala de tocância de terror:

Título original: Imaginary
Direção: Jeff Wadlow
Roteiro: Greg Erb, Jason Oremland e Jeff Wadlow
Elenco: DeWanda Wise, Taegen Burns, Pyper Braun e outros
Ano de lançamento: 2024

* Filme visto em Cabine de Imprensa promovida pela Espaço Z

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CRÍTICA: Baghead, A Bruxa dos Mortos (2024)

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Baghead, A Bruxa dos Mortos

Após a morte de seu pai, Iris (Freya Allan, a Ciri da série “The Witcher“) herda um velho “pub” em Berlin. Recém despejada de seu apartamento, o que poderia ser a solução para seus problemas acaba virando algo ainda pior pois o local abriga uma entidade capaz de incorporar os mortos, conhecida como “Baghead“.

A criatura que oferece a oportunidade de pessoas reencontrarem seus entes que partiram, agora se encontra sob a tutela de Iris. E é aí que a nova proprietária do bar enxerga a oportunidade de sanar seus problemas financeiros graças à proposta de Neil (Jeremy Irvine, o Harry Burnstow de “A Mulher de Preto 2“), que deseja reencontrar sua falecida esposa.

BAGHEAD, 2021

O encontro com Baghead, no entanto, deve seguir uma regra: a incorporação nunca deve ultrapassar 2 minutos (pelo visto os fantasmas alemães dão 30 segundos a mais de ‘meet and greet’ do que os australianos de “Fale Comigo“) e é claro que essa regra será quebrada levando Iris, sua melhor amiga Katie (Ruby Barker) e Neil por um caminho sombrio e misterioso, onde o sobrenatural se entrelaçará com o mundo dos vivos.

BAGHEAD, 2021

Baghead: A Bruxa dos Mortos“, é a adaptação para os cinemas do curta metragem homônimo também dirigido por Alberto Corredor. Só que essa “esticada” na história é justamente o ponto mais fraco do filme. A boa direção, cinematografia e atuações se perdem entre um roteiro que se arrasta entre decisões extremamente burras dos personagens para que o filme possa evoluir e uma sucessão de previsíveis jump scares.

É um filme ruim? Não, não é. Mas se eu dissesse que é bom, estaria mentindo…

Escala de tocância de terror:

Título original: Baghead
Direção: Alberto Corredor
Roteiro: Christina Pamies, Bryce McGuire, Lorcan Reilly
Elenco: Freya Allan, Jeremy Irvine e Ruby Barker
Ano de lançamento: 2024

* Filme visto graças à cortesia da Sinny Comunicação e Imagem Filmes

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