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CRÍTICA: Ele Nunca Morre (2015)

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Ele Nunca Morre

[Por Osvaldo Neto]

Henry Rollins, ex-vocalista das bandas Black Flag e Rollins Band, vem atuando em papéis coadjuvantes e pequenas participações no cinema e TV há mais de 25 anos. Rollins chegou a fazer, inclusive, um guarda-costas que é derrubado pelo Al Pacino (um nanico perto dele) em FOGO CONTRA FOGO.

Mas foi somente em 2015 que o público pode vê-lo em seu primeiro papel de protagonista e o cara fez bem em esperar até encontrar o projeto certo. O enfezado e solitário Jack de ELE NUNCA MORRE não apenas parece ter sido escrito para ele. Esse personagem também o faz entregar a melhor atuação de sua carreira.


Neste 2o. longa escrito e dirigido por Jason Krawczyk, Rollins interpreta esse homem depressivo e misterioso que deseja ficar alheio a tudo o que acontece na sociedade e tem uma rotina que seria entediante aos olhos de todos nós. Jack geralmente se acorda, assiste TV, dorme mais um pouco, sai para comer um rango em um pequeno restaurante (nada de carne, ele é vegetariano) e volta para casa. Depois ele dorme mais um pouco, se arruma e sai para jogar bingo na igreja do bairro. Com o jogo terminado, Jack volta para casa e dorme. No dia seguinte, repete-se a programação.


Essa rotina muda quando Jack conhece sua filha Andrea (Jordan Todosey), já uma mulher crescida, e de quem nunca tinha ouvido falar até então. Enquanto a jovem passa a morar com o seu pai, uns gangsters também começam a encher com a sua paciência do nosso anti-herói. E é a partir daí que vamos conhecendo um pouco mais sobre Jack, dentre outras coisas o porque dele jogar tanto bingo, o porque dele recusar as investidas da simpática garçonete que sempre o atende no restaurante (Kate Greenhouse) e porque raios ele compra bolsas de sangue de um estudante de medicina (Booboo Stewart)…


Vendida como uma ‘comédia de horror’, a produção independente é mais um estudo de personagem com muito humor negro do que aquele filme que te fica jogando uma piadinha atrás da outra. A comicidade aqui é bem mais sutil do que se espera e a maior graça do filme vem justamente da ótima atuação de Rollins. Reparem no andar do sujeito, nas constantes tentativas de esconder emoções, em como ele entrega os seus diálogos e frases de efeito e todas as suas interações com os outros personagens. Jack é um personagem ‘badass’ e imprevisível que, em algum momento, todos sabemos que irá explodir.


O título já entrega alguma coisa do que o espectador irá saber sobre Jack mas as sinopses, trailers e muitas imagens que aparecem por aí entregam até demais. Portanto, evite tudo isso antes de assistir ao filme e corra do Google e do IMDB igual a vampiro quando vê um crucifixo na sua frente!

ELE NUNCA MORRE está disponível para ser assistido hoje mesmo em plataformas digitais como a Netflix (não leia a sinopse daqui!!), GooglePlay, NOW e Looke. O filme também chegou a ser lançado em DVD no Brasil através do selo Focus Filmes. Ontem mesmo foi anunciado que o longa terá uma continuação… diferente, clique aqui para ler a notícia.

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DICA DA SEMANA: O Abominável Dr. Phibes (1971)

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Dr. Phibes

Quem acompanhou as sessões da CPI da Covid ficou sabendo do escândalo envolvendo a empresa Prevent Senior. Várias matérias foram feitas sobre a operadora de planos de saúde, inclusive sobre o fato de seus proprietários serem membros de bandas de rock.

Uma delas leva o nome Doctor Pheabes, e as reportagens sensacionalistas mostravam que ela era “inspirada em um filme de terror sobre um médico sádico”, fazendo um contraponto com o fato de os caras serem profissionais de saúde. Porra, foda-se a Prevent Senior e deixem O Abominável Dr. Phibes em paz!

O filme dirigido por Robert Fuest e estrelado pelo nosso querido Vincent Price é uma pérola do horror. “Love means never having to say you are ugly“, diz o pôster do filme. Sensacional.

Vamos à sinopse: Dr. Anton Phibes vive recluso, amargurado e com ódio no coração. Primeiro ele ficou desfigurado, após um acidente de carro. Como se isso não bastasse, nosso malvado favorito perdeu a mulher, que morreu durante uma operação. Quanto a isso, Phibes culpa a equipe médica e monta uma vingança contra eles. O plano é uma maravilha. Ele pretende matar um por um dos responsáveis, usando armadilhas e inspiradas nas dez pragas do Egito (!!!).

Vincent Price dá um show nesse filme. Seu personagem, por conta do acidente, perdeu as cordas vocais e fala através de um gramofone plugado na garganta. Assim, o que vemos na tela é um Price fazendo caras e bocas o tempo todo para se expressar. E isso ele faz como ninguém.

Nosso ídolo ainda toca um órgão bizarro, que é uma clara referência ao Fantasma da Ópera, e nos brinda com cenas toscas de dança com sua assistente gata e malvada, Vulnavia (Virginia North). O Abominável Dr. Phibes é Vincent Price em estado bruto. Nenhum fã do cinema pode ficar sem assistir essa pérola. No YouTube tem como assistir a versões legendada e dublada em português.

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DICA DA SEMANA: Mortos que Matam (1964)

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Mortos que Matam

[Por Geraldo de Fraga]

Muito antes de Francis Lawrence dirigir a mega produção Eu Sou a Lenda, com Will Smith e Alice Braga, o livro de Richard Matheson já tinha sido adaptado para o cinema em duas oportunidades. Mortos que Matam (The Last Man on Earth) foi a primeira, lá em 1964, em uma parceria entre Estados Unidos e Itália. Inclusive o longa foi rodado em Roma. (mais…)

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DICA DA SEMANA: A Volta dos Mortos-Vivos 3 (1993)

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A Volta dos Mortos-Vivos 3

Vamos falar de continuações, de novo! O filme da vez é “A Volta dos Mortos-Vivos 3” (Return of the Living Dead 3), um dos principais filmes do cânone de zumbis pós-George Romero.

Não é preciso explicar que o primeiro longa desta franquia, dirigido por Dan O’Bannon é super divertido e cravou no universo pop a expressão “Braaains!” ao se referir aos seres bizarros semi-mortos que atacam humanos. Também não é preciso ir muito longe para falar que o segundo é praticamente uma cópia do anterior sem muita criatividade.

Mas o que faz com que a obra de Brian Yuzna se destaque em uma franquia que dava sinais de desgaste, é que ele acabou juntando dois filmes em um. No caso, pegou as referências do LivingDeadVerso e juntou com o que fez com a “Noiva do Re-Animator” anteriormente.

E se você nunca viu, o lance é o seguinte… um casal de jovens tipicamente fora da linha, daqueles que usam casaco de couro, possuem amigos “da pesada” e andam de moto, resolve entrar clandestinamente em uma base militar. Como o boyzinho é filho de um coronel de alta patente, ele consegue acesso à base com o crachá do pai e inadvertidamente vê com sua namorada um experimento ultra-secreto.

Basta saber que aquele gás chamado de Trioxin que reanima os mortos no primeiro filme da franquia é o mesmo que os milicos estão usando para testar em cadáveres como cobaias. O problema é que uma vez morto, mesmo que “reviva”, o ser decomposto só quer saber de atacar e devorar os vivos. E não tem bala, faca, murro ou qualquer tentativa de golpe que os detenha.

Nisso aí, o casal Curt (J. Trevor Edmond) e Julie (Melinda Clarke) com medo do que presenciaram, resolvem fugir às pressas. No entanto, a adrenalina e a emoção da fuga foi tão grande que perderam o controle na estrada ao desviar de um caminhão e Julie acabou morrendo ao se chocar com um poste.

A história dos dois pombinhos poderia ter acabado aí, se não fosse a “brilhante” ideia do namorado que acha que podia resolver o problema ao levar a noiva cadáver para a base militar e usar o Trioxin “do jeito certo”. Neste caso, apesar dos atropelos, a missão foi “bem sucedida”, mas reacordou a mulher desorientada e com muita “fome”. O efeito colateral é que ao abrir o tambor de Trioxin, eles ajudaram a despertar outros monstrengos. Daí em diante é fácil entender o que se sucede, considerando que este é uma obra de terror.

Sendo que o mais legal em “A Volta dos Mortos-Vivos 3” é a transformação gradual de Julie, que era apenas uma jovem rebelde em uma zumbi sedutora e masoquista que se auto-mutila com caco de vidro, agulhas, pregos e o que mais tiver, convertendo-se num ícone do cinema de horror. E nesta saga inevitável rumo a um desfecho trágico, esta versão from hell de “Romeu & Julieta” segue sendo interessante pra ver e rever trinta anos depois.

O resultado é um bizarra história de amor e zumbis que funciona tanto pelo lado do horror, quanto do romance ou da comédia. Depende de como estiver seu clima no dia. E se você nunca viu (2), aproveite as facilidades da Internet para assistir a “A Volta dos Mortos-Vivos 3” no catálogo do Plex ou da Darkflix.

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