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Críticas

CRÍTICA: Olhos Famintos III (2017)

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Olhos Famintos

[Por Givaldo Dias*]

O cineasta Victor Salva possui uma filmografia no mínimo curiosa. Estreou na direção de longas com o filme “Palhaço Assassino” (exibido na TV como “Máscaras do Terror”, no saudoso Cine Trash) em 1989. Depois de passar um período preso acusado de abuso do garoto protagonista de seu filme, Salva voltou para o cinema em 1995 na direção de duas de suas melhores realizações: “Maus Companheiros” e “Energia Pura“, que considero a sua obra-prima máxima.

Mas, foi em 2001 que Salva viu nascer seu maior sucesso nas telonas, “Olhos Famintos” (Jeepers Creepers). Produzido por Francis Ford Coppola, “Olhos Famintos” trazia um roteiro simples e com ênfase no suspense, deixando o terror propriamente dito para seu clímax. O filme foi extremamente bem aceito pelo público e recebeu bons elogios por parte da crítica especializada em cinema de gênero. Com poucos nomes conhecidos no elenco, o filme atraiu os fãs de filmes de terror e suspense contando a história de uma criatura misteriosa que a cada 23 primaveras se alimenta de suas vítimas, guiado pelo medo delas, quanto mais medo sentirem, mas saborosas elas se tornam para o Creeper.

Com o sucesso, surgiu a continuação no ano seguinte, que obteve também um bom resultado, mas que foi menos sugestivo do que seu antecessor e optou por seguir uma linha mais gráfica, apostando em sustos fáceis e sem muita inspiração, tornando-se apenas um entretenimento esquecível e rotineiro.

Os anos foram se passando e o rumor da produção de um novo filme da franquia começou a pipocar pelas redes sociais como Orkut e Facebook. Já até diziam que o longa se chamaria “Jeepers Creepers III – Cathedral”. Mas, nada de ser lançado ou mesmo qualquer notícia referente às filmagens do filme. Muito se especulava também que essa terceira parte iria explicar a origem do Creeper, ou que iria trazer personagens do primeiro filme numa trama de vingança… Eis então que em 2017 somos finalmente apresentados a “Olhos Famintos III”, e a espera não valeu absolutamente nada a pena.

A trama se passa antes dos eventos do segundo filme. O roteiro é extremamente preguiçoso, mal escrito e pior ainda desenvolvido. A impressão é que tudo foi feito às pressas e os efeitos em CGI são péssimos. Nada se salva!

No elenco temos outro enorme problema. Tirando alguns atores de verdade, boa parte do elenco é totalmente amador. Stan Shaw é o que mais se aproxima de um protagonista e o que se esforça pra entregar algo de seu personagem. Brandon Smith parece reprisar seu papel em “Energia Pura”, mas sem a menor motivação. Meg Foster entrega uma tentativa de interpretação no piloto automático e sem freio.

Nem mesmo Johnathan Breck, retornando ao papel do Creeper, consegue causar qualquer reação em quem assiste. Isso sem falar no time de policiais mais burros e incompetentes que o cinema já viu desde “Halloween 5 – A Vingança de Michael Myers”. O veículo do Creeper que antes parecia verdadeiramente ameaçador e tenebroso agora se tornou praticamente um Bat-Móvel, com direito a explosivos e tudo mais.

Olhos Famintos III” é a continuação (nem tão continuação assim) mais desnecessária que vi em muitos anos. Não tem nada que justifique sua espera. Não empolga e não funciona em absolutamente nada de sua proposta inicial. Só serviu pra decepcionar os fãs da franquia que aguardavam ansiosamente pelo retorno do Creeper às telonas, ou nesse caso para as telinhas, já que foi direto para exibição no SyFy. No final ainda deixa uma brecha para uma possível continuação, mas duvido muito que aconteça. Em resumo, não perca seu precioso tempo com isso.

* Especial para o Toca o Terror

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0 Comments

  1. Pamela

    30 de novembro de 2017 at 15:07

    Realmente o filme (3) é uma PORCARIA!!

  2. rodrigo

    30 de novembro de 2017 at 23:31

    primeira vez que concordo com esquerdistas .

    • Jota Bosco

      28 de dezembro de 2017 at 16:20

      ☭☭☭☭☭☭ Strike 1. Nós vamos te pegar!!! ☭☭☭☭☭☭

  3. Lucas Dlop Vulgo Pato

    28 de dezembro de 2017 at 22:46

    Excelente critica, destaque para a mão que leva as pessoas ao passado do monstro, genial.

  4. Leandro

    5 de janeiro de 2018 at 21:45

    Assisti esse filme pensei que só que achei ruim.

  5. James Franklin

    16 de agosto de 2018 at 11:24

    A sinopse anuncia a volta da Moça do 1º filme pra vingar a morte do irmão… mas ela só aparece no final e nada ficou resolvido…. Só mais do mesmo. Filme Fraco demais.

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CRÍTICA: Predador – Terras Selvagens (2025)

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Predador - Terras Selvagens

Dan Trachtenberg se empolgou tanto com a franquia Predador que, só em 2025, o diretor lançou duas produções sobre o alienígena caçador. Depois da animação Assassino de Assassinos, temos agora Predador: Terras Selvagens (Predator: Badlands), que chega aos cinemas nesta quinta-feira.

Para quem não lembra, Trachtenberg já havia revivido o personagem em O Predador: A Caçada, mantendo a mitologia criada nos dois primeiros filmes (com Arnold Schwarzenegger, em 1987; e Danny Glover, em 1990). A pegada no mais recente longa, porém, dá um ‘duplo twist carpado’.

Ao invés de antagonista, o Predador é quem acompanhamos em Terras Selvagens. Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi) é um jovem extraterrestre da raça Yautja. Como todo membro dessa espécie, ele precisa passar por um ritual de caça para obter lugar em seu clã.

Dek, no entanto, não é um dos mais atléticos da sua linhagem. Assim, para provar de uma vez por todas o seu valor como guerreiro, ele resolve enfrentar Kalisk, um super monstro que é supostamente imortal.

O problema é que esse bichão vive em um planeta onde existe uma centena de ameaças tão grandes quanto ele. Nessa saga, Dek vai contar com a ajuda de Thia (Elle Fanning), uma androide avariada que ele encontra no meio do caminho.

A ideia de acompanhar o ETzão numa jornada nem é tão novidade (algo parecido já havia acontecido no famigerado Alien vs. Predador). Mas vê-lo alçado à categoria de anti-herói. lutando por justiça e fazendo amizades é bem esquisito.

Antes de qualquer coisa, falta carisma a Dek (e nem é pela clássica feiura da criatura). Pela personalidade do Predador, estabelecida ao longo dos anos, não é possível lhe atribuir características clássicas de protagonista, como senso de humor ou transparência emotiva.

A interação com a sintética Thia tenta dar uma carga dramática à história, e por vária vezes servir de alívio cômico, só que fica bem deslocado. Também é preciso muita força de vontade para acompanhá-lo numa peregrinação que culminará apenas num objetivo pessoal.

Predador: Terras Selvagens, todavia, não é um estudo de personagem, então vamos à ação e efeitos especiais. Infelizmente, também não são lá grande coisa. O planeta Genna é até decepcionante, o design de produção foi bem preguiçoso na criação da fauna local e nenhum dos monstrengos é muito marcante. Nem a conexão com a franquia Alien (a Weyland-Yutani aparece como oponente) enche os olhos, poderia ser qualquer megacorporação do mal que tava ok.

Não dá para dizer, apesar de tudo isso, que Dan Trachtenberg estragou a franquia. Mas, ao final, fica muito óbvio que a intenção do realizador é levar a trama para uma espécie de aventura espacial, numa vibe mais próxima de filme de super herói do que de terror sci-fi de carnificina. Eu prefiro o Predador caçando e desmembrando humanos do que pagando de íntegro, porém fica a critério de cada um.

Escala de tocância de terror:

Direção: Dan Trachtenberg
Roteiro: Patrick Aison
Elenco: Elle Fanning, Dimitrius Schuster-Koloamatangi e Reuben de Jong
Origem: EUA

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CRÍTICA: Bom Menino (2025)

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Bom Menino

O filme que viralizou nos últimos meses, graças ao seu protagonista canino em um filme de terror, estreia em pleno Halloween, nos cinemas nacionais. No entanto, “Bom Menino” (Good Boy) não se resume apenas à fofura do doguinho (e adianto que ele é muito fofo mesmo).

Na trama, acompanhamos Indy, um cachorro leal que se muda com seu tutor para uma casa no meio da floresta, após o homem enfrentar um sério problema de saúde. O cão percebe imediatamente que há algo de errado com o local, e, com o tempo, essas manifestações sobrenaturais colocarão suas vidas em perigo.

Indy é, indiscutivelmente, a estrela do filme. Garanto que muitos atores gostariam de ter metade de seu carisma e presença de tela. Em poucos minutos de projeção, já estamos torcendo por ele. O trabalho de adestramento foi impecável, e é difícil imaginar o esforço que o realizador, que também é o tutor real do animal deve ter tido. Desde as cenas de afeto até as de terror, nota-se o cuidado e a boa realização em “Bom Menino“.

O diretor acerta ao usar enquadramentos e jogos de câmera quase sempre na perspectiva de Indy. Em alguns momentos, me lembrei do desenho dos Muppets Babies, em que nunca vemos o rosto da babá, embora aqui, em planos mais convencionais, sejam mostrados vislumbres ou o rosto inteiro dos personagens humanos.

O terror aqui é mais contido: uma sombra aqui e ali, vultos passageiros, mas sem o uso de trilha sonora alta ou aparições exageradas. O ritmo é lento, e a ambientação vai da casa inicialmente decrépita à mata semienevoada, com suas árvores sinistras.

Temos um longa envolto a uma atmosfera de desconforto e medo. Não espere sustos frequentes e jumpscares. Eles existem, mas em quantidade bem menor.

Apesar de em termos técnicos, a coisa funcionar, nem tudo são flores. Mesmo sendo um filme curto, com pouco mais de 70 minutos, é possível notar que a história seria mais bem contada em um curta ou média-metragem. Existem recursos narrativos que se repetem pelo menos três vezes em uma clara tentativa de esticar a duração.

A trama é a clássica da casa mal-assombrada, e a verdadeira inovação está em ser contada sob a perspectiva do cachorro. É algo eficiente que não teria o mesmo destaque se fosse narrada por humanos.

“Bom Menino” é uma agradável surpresa neste ano, dando novo fôlego a uma história que já vimos inúmeras vezes. Indy é um poço de carisma e fofura. Podem assistir sem medo, mas não espere um filme de gritos e sustos constantes.

Escala de tocância de terror:

Título original: Good Boy
Direção: Ben Leonberg
Roteiro: Ben Leonberg e Alex Cannon
Elenco: Indy, Shane Jensen, Arielle Friedman

* Filme visto em Cabine de Imprensa virtual promovida pela Espaço Z

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CRÍTICA: Medo Real (2025)

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Medo Real

Nesta temporada de Halloween de 2025, a Netflix trouxe para seus assinantes a série documental “Medo Real” (True Haunting), que aborda dois casos sobrenaturais ocorridos na história recente dos EUA. A produção ainda tem a grife de James Wan para agregar mais valor, mas será que vale seu tempo ou está mais para um derivado sem graça de tantas outras obras sobrenaturais?

As histórias mostradas são:
O Caso de Erie Hall: Nos anos 80, um jovem promissor consegue entrar numa renomada faculdade de NY. Entre estudos e farras, o jovem começa a ser assediado por uma força sobrenatural que cerca o local e que, com o tempo, se mostra uma ameaça a todos que o cercam.
Essa Casa Me Matou: Mostra uma família que se muda para a casa dos sonhos e acaba descobrindo que é um lar de pesadelos.

Esses eventos são mostrados ao longo de cinco episódios – três para o primeiro caso e dois para o segundo, respectivamente. A série conta com a presença de vários envolvidos, e seus relatos são dramatizados.

Embora seja em caráter documental, é inegável a influência da série de filmes “Invocação do Mal” nos momentos de dramatização. Inclusive, o casal Warren faz uma rápida participação em um dos casos (claro, interpretado por outros atores). O tom e a trilha sonora remetem muito aos filmes famosos, mas com uma vibe mais contida. Não espere sustos a cada cinco minutos.

Medo Real” tem alguns bons momentos exatamente por não optar por exageros, embora eles também existam, o que demonstra a indecisão dos realizadores sobre o tom que queriam dar ao material. A forma de conduzir as histórias lembra programas como “Linha Direta” e as matérias sobrenaturais vistas no “Domingo Legal” nos anos 90. Sim, existem programas assim no exterior, e inclusive alguns produtores daqui são desse tipo de programa, mas quis usar exemplos nacionais.

No geral, a série é bacana, servindo mais como uma diversão escapista do que algo sério e relevante. Não existem contrapontos para a história, e, para mim, essa é a pior falha – não dá para acreditar em tudo o que é mostrado como verdade absoluta.

Finalizando, “Medo Real” é uma série relativamente curta, com episódios de cerca de 30 minutos, que se mostra superior (mas nem tanto) ao que normalmente chega ao catálogo de originais da Netflix quando o assunto é terror.

Escala de tocância de terror:

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