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DICA: Viy (1967)

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el-viy-vij-giorgi-kropachyov-konstantin-yershov-1967-cartel001[1]Por Queops Negronski

Faltam poucos minutos para as férias num seminário da igreja ortodoxa russa e os alunos, excitados, não veem a hora de serem liberados e enquanto isso não acontece, tentam ensinar uma cabra a ler uma bíblia. Sim, uma cabra daquelas que faz “mé” e sim, tentam ensiná-la a ler. Uma bíblia. Sim. É nesse tom de galhofa e crítica religiosa/social que se passam as aventuras (desventuras?) de Khoma (Leonid Kuravlyov), um noviço beberrão, que, ao perder-se na volta pra casa, acaba indo parar na fazenda de uma insuspeita velha que, ao ter seus avanços de teor carnal rejeitados pelo jovem, se revela uma feiticeira e acaba levando uma surra dele, tendo que se transformar numa bela jovem (Natalya Varley) para não acabar morrendo de pancadas.

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Assustado com tudo aquilo, Khoma foge de volta ao seminário e lá recebe a notícia de que a filha do senhor das terras está nas últimas (aparentemente, levou uma surra de atacante desconhecido) e expressou desejo de que ele lhe fizesse os últimos ritos. Por mais que tente não ir, nada resta ao noviço a não ser obedecer e partir em direção ao lugarejo onde está a desenganada, tendo como companheiros alegres aldeões tão beberrões quanto ele. Chegando à aldeia, Khoma não apenas descobre que a mulher agonizante é a mesma que ele espancara sem dó, como a mesma não resistira aos ferimentos e morrera, restando-lhe apenas ficar e rezar durante três noites seguidas pela alma dela na igreja local, já que, por motivos óbvios, ele se nega a contar a verdade ao pai da jovem, que, nas noites seguintes, levanta do caixão e tenta a todo custo f*d*r-lhe a vida através de feitiços até o cantar do galo. Quem vencerá essa batalha?

unnamedIndependente do resultado, quem ganha são os espectadores, brindados que são com uma obra com bom roteiro, atuações acima da média, trucagens charmosas (as sequências no interior da igreja são belíssimas) e pequena duração (menos de uma hora e meia, o que mostra mais uma vez que, quando a história é boa, não é preciso estica-la), tudo regado com bom-humor, mostrando as relações de poder (tanto naturais como sobrenaturais) da época em que o filme se passa.

“Viy – A Lenda do Monstro” foi durante muitos anos a única produção audiovisual de horror feita na antiga União Soviética e nada fica a dever às produções ocidentais produzidas no gênero antes, durante ou depois daquele tempo.

Recomendo fortemente.

Escala de tocância de terror:

Direção: Konstatin Ershov e Georgi Kropachyov
Roteiro: Konstantin Ershov (baseado num conto de Nikolai Gogol)
Elenco: Leonid Kuravlyov, Natalya Varley e Aleksey Glazyrin
Origem: Rússia

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DICA DA SEMANA: O Abominável Dr. Phibes (1971)

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Dr. Phibes

Quem acompanhou as sessões da CPI da Covid ficou sabendo do escândalo envolvendo a empresa Prevent Senior. Várias matérias foram feitas sobre a operadora de planos de saúde, inclusive sobre o fato de seus proprietários serem membros de bandas de rock.

Uma delas leva o nome Doctor Pheabes, e as reportagens sensacionalistas mostravam que ela era “inspirada em um filme de terror sobre um médico sádico”, fazendo um contraponto com o fato de os caras serem profissionais de saúde. Porra, foda-se a Prevent Senior e deixem O Abominável Dr. Phibes em paz!

O filme dirigido por Robert Fuest e estrelado pelo nosso querido Vincent Price é uma pérola do horror. “Love means never having to say you are ugly“, diz o pôster do filme. Sensacional.

Vamos à sinopse: Dr. Anton Phibes vive recluso, amargurado e com ódio no coração. Primeiro ele ficou desfigurado, após um acidente de carro. Como se isso não bastasse, nosso malvado favorito perdeu a mulher, que morreu durante uma operação. Quanto a isso, Phibes culpa a equipe médica e monta uma vingança contra eles. O plano é uma maravilha. Ele pretende matar um por um dos responsáveis, usando armadilhas e inspiradas nas dez pragas do Egito (!!!).

Vincent Price dá um show nesse filme. Seu personagem, por conta do acidente, perdeu as cordas vocais e fala através de um gramofone plugado na garganta. Assim, o que vemos na tela é um Price fazendo caras e bocas o tempo todo para se expressar. E isso ele faz como ninguém.

Nosso ídolo ainda toca um órgão bizarro, que é uma clara referência ao Fantasma da Ópera, e nos brinda com cenas toscas de dança com sua assistente gata e malvada, Vulnavia (Virginia North). O Abominável Dr. Phibes é Vincent Price em estado bruto. Nenhum fã do cinema pode ficar sem assistir essa pérola. No YouTube tem como assistir a versões legendada e dublada em português.

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DICA DA SEMANA: Mortos que Matam (1964)

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Mortos que Matam

[Por Geraldo de Fraga]

Muito antes de Francis Lawrence dirigir a mega produção Eu Sou a Lenda, com Will Smith e Alice Braga, o livro de Richard Matheson já tinha sido adaptado para o cinema em duas oportunidades. Mortos que Matam (The Last Man on Earth) foi a primeira, lá em 1964, em uma parceria entre Estados Unidos e Itália. Inclusive o longa foi rodado em Roma. (mais…)

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DICA DA SEMANA: A Volta dos Mortos-Vivos 3 (1993)

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A Volta dos Mortos-Vivos 3

Vamos falar de continuações, de novo! O filme da vez é “A Volta dos Mortos-Vivos 3” (Return of the Living Dead 3), um dos principais filmes do cânone de zumbis pós-George Romero.

Não é preciso explicar que o primeiro longa desta franquia, dirigido por Dan O’Bannon é super divertido e cravou no universo pop a expressão “Braaains!” ao se referir aos seres bizarros semi-mortos que atacam humanos. Também não é preciso ir muito longe para falar que o segundo é praticamente uma cópia do anterior sem muita criatividade.

Mas o que faz com que a obra de Brian Yuzna se destaque em uma franquia que dava sinais de desgaste, é que ele acabou juntando dois filmes em um. No caso, pegou as referências do LivingDeadVerso e juntou com o que fez com a “Noiva do Re-Animator” anteriormente.

E se você nunca viu, o lance é o seguinte… um casal de jovens tipicamente fora da linha, daqueles que usam casaco de couro, possuem amigos “da pesada” e andam de moto, resolve entrar clandestinamente em uma base militar. Como o boyzinho é filho de um coronel de alta patente, ele consegue acesso à base com o crachá do pai e inadvertidamente vê com sua namorada um experimento ultra-secreto.

Basta saber que aquele gás chamado de Trioxin que reanima os mortos no primeiro filme da franquia é o mesmo que os milicos estão usando para testar em cadáveres como cobaias. O problema é que uma vez morto, mesmo que “reviva”, o ser decomposto só quer saber de atacar e devorar os vivos. E não tem bala, faca, murro ou qualquer tentativa de golpe que os detenha.

Nisso aí, o casal Curt (J. Trevor Edmond) e Julie (Melinda Clarke) com medo do que presenciaram, resolvem fugir às pressas. No entanto, a adrenalina e a emoção da fuga foi tão grande que perderam o controle na estrada ao desviar de um caminhão e Julie acabou morrendo ao se chocar com um poste.

A história dos dois pombinhos poderia ter acabado aí, se não fosse a “brilhante” ideia do namorado que acha que podia resolver o problema ao levar a noiva cadáver para a base militar e usar o Trioxin “do jeito certo”. Neste caso, apesar dos atropelos, a missão foi “bem sucedida”, mas reacordou a mulher desorientada e com muita “fome”. O efeito colateral é que ao abrir o tambor de Trioxin, eles ajudaram a despertar outros monstrengos. Daí em diante é fácil entender o que se sucede, considerando que este é uma obra de terror.

Sendo que o mais legal em “A Volta dos Mortos-Vivos 3” é a transformação gradual de Julie, que era apenas uma jovem rebelde em uma zumbi sedutora e masoquista que se auto-mutila com caco de vidro, agulhas, pregos e o que mais tiver, convertendo-se num ícone do cinema de horror. E nesta saga inevitável rumo a um desfecho trágico, esta versão from hell de “Romeu & Julieta” segue sendo interessante pra ver e rever trinta anos depois.

O resultado é um bizarra história de amor e zumbis que funciona tanto pelo lado do horror, quanto do romance ou da comédia. Depende de como estiver seu clima no dia. E se você nunca viu (2), aproveite as facilidades da Internet para assistir a “A Volta dos Mortos-Vivos 3” no catálogo do Plex ou da Darkflix.

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