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DICA DA SEMANA: Sangue no Farol (1960)

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Sangue no Farol

Bert I. Gordon é um nome familiar para todos aqueles que se aventuram pelo cinema B e exploitation dos anos 50 a 70, com destaque para seus filmes de criaturas gigantes como “O Monstro Atômico”, “A Maldição da Aranha”, “O Império das Formigas” e “A Fúria das Feras Atômicas”. Foi por esses e outros títulos que ele foi carinhosamente apelidado de Mr. B. I. G. pelo estudioso Forrest J. Ackerman.

Quando o final dos anos 50 chegou, a vida de independentes como Gordon e Roger Corman ficou mais complicada. O público deixou de dar a mesma atenção aos filmes “B” e ficou mais interessado em produções a cores, quando grandes estúdios como a Fox exploravam o filão com filmes mais espetaculares como “A Mosca da Cabeça Branca” e “Viagem ao Fundo do Mar”. Foi quando o B. I. G. se aventurou por algo um pouco mais diferente do que estava acostumado com SANGUE NO FAROL (Tormented, 1960), uma tradicional história de fantasmas, porém ambientada nos ‘dias atuais’.

Tom Stewart (Richard Carlson) é um pianista de jazz e vive em uma ilha, não muito longe da casa de sua noiva (Lugene Sanders), filha de uma família rica e influente do local. Tudo estava bem até o momento em que ele se envolve numa discussão com Vi (Juli Reding), sua ex-amante que não aceita o fim do relacionamento, em um farol esquecido e abandonado. Tom vê a oportunidade de se livrar das ameaças contra seu novo relacionamento quando o embate provoca a queda acidental de Vi e ele não a ajuda a se salvar, caindo assim de uma grande altura para a morte certa.

Como foi dito antes, essa é uma história de fantasmas, então nem demora 1 dia para que o homem seja atormentado (conforme o título original) por visões e alucinações provocadas pelo vingativo fantasma da ex-amante. Não espere a sutileza e ambiguidade no tratamento do sobrenatural como em “Os Inocentes“, aqui é tudo ‘na cara’ mesmo. Os demais personagens podem não ver o fantasma, mas encontrarão objetos da falecida e até mesmo, também sentir o perfume quando ele passou pelo lugar.

Um achado de SANGUE NO FAROL é Sandy, a irmã menor da noiva de Tom, vivida por uma ótima Susan Gordon, a filha do próprio diretor-roteirista. Alguns dos diálogos dela com o protagonista hoje causam mais calafrios que qualquer aparição da fantasma vingativa, mas sempre vale destacar quando uma personagem infantil se torna parte essencial de um filme do gênero. A desenvoltura da pequena Susan é tamanha que ela fica de igual para igual com o experiente Richard Carlson em todas as suas cenas juntos.

Os efeitos práticos e truques óticos empregados também colaboram com o prazer de assistir a esse filme “B” exemplar do hoje quase centenário Bert I. Gordon. SANGUE NO FAROL caiu em domínio público há muitos anos e pode ser assistido pelo YouTube, com legendas em português.

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DICA DA SEMANA: Nosferatu – O Vampiro da Noite (1979)

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Nosferatu

Antes do Drácula bonitão da Universal (Bela Lugosi) e da Hammer (Christopher Lee), Nosferatu de 1922 já tinha levado para as telas o vampiro feioso e pálido, algo muito mais parecido com o protagonista do livro de Bram Stoker. Por isso, pelo menos pra mim, parece um projeto bem ambicioso, em 1979, trazer o Drácula com cara de rato de volta e perder de colocar um galã no papel.

Bom, foi isso que Werner Herzog fez em Nosferatu – O Vampiro da Noite (Nosferatu, the Vampyre), refilmagem do clássico do expressionismo alemão. Mas, vamos lá, era Werner Herzog, então o cara não ia fazer um filme de terror convencional, apesar de seguir o ‘basicão’ ali da história original.

O advogado Jonathan Harker (Bruno Ganz) viaja até a Transilvânia para vender uns terrenos ao Conde Drácula (Klaus Kinski) e acaba sendo feito prisioneiro. Mas, ao escapar, retorna para Bremen, na Alemanha, na tentativa de evitar que o vampiro pinte miséria por lá, principalmente contra sua esposa Lucy (Isabelle Adjani).

No mais, Herzog contou sua própria versão da história, nem mesmo se apegando ao filme de 1922, de onde pegou só uma referência aqui e outra ali, inclusive subvertendo o final. Nosferatu – O Vampiro da Noite é puro suco de cinema europeu dos anos 70, cheio de imagens artísticas, direção de arte finíssima e trilha sonora onírica.

Além disso, o Drácula dentuço de Klaus Kinski está no panteão das grandes versões do conde mais amado do terror.

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DICA DA SEMANA: 3 filmes com loop de tempo

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filmes com loop de tempo

Nos últimos 15 anos aumentou e muito o número de filmes que se utilizam do recurso de “loop de tempo” em suas narrativas. E com o sucesso de produções como “A Morte Te Dá Parabéns” e “No Limite do Amanhã“, aí é que a galera se empolgou mesmo.

Até um curta ganhou o Oscar apostando neste formato recentemente. Sendo que hoje vamos falar de três filmes que se utilizam deste recurso em seus roteiros mas que não são tão conhecidos assim.


* Crimes Temporais (Los Cronocrímenes, 2007)

Primeiro longa do espanhol Nacho Vigalondo, “Crimes Temporais” é um daqueles filmes mais ou menos recentes que se tornaram cults quando se fala de viagem no tempo. Produção modesta, mas eficaz, o longa cria uma confusãozinha mental se a gente for tentar entender a lógica por trás do roteiro. Ainda assim, faz mais sentido do que toda a hexologia de “O Exterminador do Futuro“, por exemplo.

Vemos um casal simples chegando em uma casa de campo para morar. De repente, situações banais começam a ganhar contornos intrigantes quando o protagonista se depara um homem com o rosto enfaixado. É quando para tentar escapar da ameaça na floresta, ele encontra uma casa com uma máquina do tempo no porão que dá a chance da pessoa voltar uma hora no tempo… Daí já viu, né?!

Disponível na Amazon Prime Video


* Triângulo do Medo (Triangle, 2009)

Esta produção australiana traz um grupo que pensou que passear de barco seria uma boa ideia, até que chega uma tempestade e ficam à deriva. Para tentarem se salvar, embarcam em um navio que surge em alto mar. O que não contavam é que o navio aparentemente abandonado esconde vários mistérios.

O lance é que enquanto a turma tenta pedir ajuda, outro grupo de pessoas no mesmo navio tenta acabar com a vida deles. E a cada tentativa de fuga, a contagem de corpos aumenta. Repleto de simbologias e metáforas, é um filme que dá pra ver e rever cada cena sem olhar pros paradoxos que poderiam rolar.

Disponível no Telecine Play


* ARQ (ARQ, 2016)

Trazendo um tempero de ação, “ARQ” nos mostra de forma bem angustiante a saga de um aparente casal em tentar se livrar de uma invasão de desconhecidos em sua casa. O detalhe é que todos eles estão presos em um loop de tempo que complica a resolução da história.

O fator complicador neste caso é que a cada novo “loop”, os personagens começam a ter mais noção do que está acontecendo e procuram inventar novas formas de fugir. Tenso e imprevisível, “ARQ” funciona melhor do que muitos outros filmes que se utilizam de toneladas de efeitos especiais e mil figurantes.

Disponível na Netflix


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DICA DA SEMANA: O Exorcista III (1990)

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O Exorcista III

Para a dica desta semana eu trago um filme aniversariante: O EXORCISTA III (Exorcist III), escrito e dirigido por Willam Peter Blatty, completa 32 aninhos neste mês de agosto.

O EXORCISTA III é adaptação do livro ESPÍRITO DO MAL / LEGIÃO (Legion, 1983) que é uma continuação direta do livro O EXORCISTA (The Exorcist, 1971). Na trama, o tenente Kinderman investiga uma série de assassinatos que trazem a assinatura do já conhecido serial killer: Gêmeos. O problema é que este assassino está morto há 15 anos. Com a ajuda do amigo padre Joseph Dyer, ambos são levados a revelações cabulosas.

Blatty exibe um domínio enorme na condução do longa. E não é de se espantar, já que é o autor de ambos os livros. Aqui, com a direção em suas mãos, ele imprime sua real visão da própria obra, mantendo um clima constante de tensão como se algo de muito pior fosse acontecer a cada cena. A fotografia do Gerry Fisher é essencial para dar o tom sombrio à trama. Até estátuas sacras dão medo aqui! Sem contar que O EXORCISTA III tem um dos sustos e jumpscares mais cabulosos e inesperados da história do cinema de horror.

Para além da competente produção, o longa conta com a carismática dupla George C. Scott e Ed Flanders, (Kinderman e Dyer respectivamente), Brad Dourif que encarna o assassino de Gêmeos nos conferindo uma performance assustadoramente brilhante e Jason Miller vivendo o sinistro “paciente X”.

É de fato um filme incrível que, para este que vos escreve, por muito tempo foi subestimado por ser o terceiro da franquia O EXORCISTA, quando na verdade deveria ter sido o segundo, já que, como dito no início, se trata da continuação direta do livro. E convenhamos que depois do que rolou em O EXORCISTA 2: O HEREGE, carregar um título desse também não ajuda. Este longa de 1990 poderia ter se chamado simplesmente LEGIÃO como no livro, mas enfim…

Em suma, O EXORCISTA III é um típico terror policial cabuloso que merece ser visto. Ficou curioso? Aproveita que este clássico cult encontra-se no catálogo do HBO Max.

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