Críticas
CRÍTICA: IT – A Coisa (2017)

As obras audiovisuais baseadas nos livros de Stephen King são sempre alvos de grandes expectativas e às vezes geram uma antipatia antecipada. Pior é que quase sempre essas previsões nefastas são acertadas. Filmes como “A Torre Negra” (2017) e a série “O Nevoeiro” (2017) são exemplos recentes disso. Com isso, o que poderíamos esperar dessa nova adaptação que fica centrado na infância dos protagonistas, deixando a conclusão para uma parte 2?
O livro “It” é um dos romances mais conhecidos do autor, ganhando uma minissérie no inicio dos anos 90 que ganhou o status cult no decorrer do tempo. Sem modéstia alguma, a obra televisiva se autopromovia com o subtítulo de “Uma obra prima do medo” apesar de dividir opiniões dos mais críticos. Vale dizer que neste filme de 2017, os produtores tomaram a liberdade de situar a história no final da década de 80 ao invés dos anos 60 mexendo já num contexto marcante para os amantes do telefilme original.

O que posso dizer é que “It- A Coisa” é um puta filmão! Violento, chocante e, de coração, confesso que o longa não decepciona quem procura uma boa diversão sangrenta e com conteúdo.
Nesta refilmagem (que também pode ser considerada uma nova adaptação), um grupo de crianças não exatamente populares na escola se autodenomina “o clube dos perdedores”, sendo alvos constantes de um cruel grupo de jovens. A vida comum da cidade de Derry no Maine leva um choque com uma série de misteriosos desaparecimentos de crianças. A terrível verdade é que só elas têm conhecimento de que uma criatura que toma a forma de um palhaço rapta e se alimenta de pessoas, acordando num ciclo de 27 anos causando caos e muita maldade. O filme me fez lembrar bastante outros clássicos dos anos 80 em que um grupo de crianças enfrentam o perigo juntos nas horas mais pesadas a exemplo de “Os Goonies” (1985) e “Conta Comigo” (1986), esse também da autoria de King.

O diretor Andy Muschietti, vindo do regular Mama (2013) entrega uma direção virtuosa mesclando momentos de verdadeiro horror com cenas alegremente doces que servem para que a gente crie vínculo com seus jovens protagonistas. O elenco está maravilhoso entregando atuações convincentes que vão do terror ao drama de forma natural. Destaco principalmente Bill Skargard, que vive o vilão Pennywise de uma forma realmente assustadora e que convence tanto quanto o icônico palhaço de Tim Curry.

Vale salientar a coragem do roteiro ao abordar temas polêmicos como pedofilia, racismo e alienação parental. Esses assuntos são mostrados de forma bem realista e pesada, fazendo um contraponto interessante com o seu antagonista. Afinal, apesar de Pennywise ser a ameaça principal, existem outras ameaças em Derry que são temidas e devem ser enfrentadas. Certamente “It – A Coisa” foi o melhor filme de terror de um grande estúdio no ano e que apesar de suas duas horas e meia, passa uma sensação de quero mais!

Diretor: Andy Muschietti
Roteiro: Chase Palmer, Gary Fukunaga, Gary Dauberman
Elenco: Jaeden Lierberher, Sophia Lills, Bill Skargard
Ano: 2017
País de origem: EUA
Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!
Críticas
CRITICA: Frankenstein (2025)

Quando saiu o anúncio de que a nova versão cinematográfica para FRANKENSTEIN concebida por Guillermo del Toro. Como fã do livro e do diretor, fiquei animado ao mesmo tempo que receoso por motivos de: Netflix.

FRANKENSTEIN (ou O PROMETEU MODERNO) foi um livro cabuloso escrito por Mary Shelly lançado em 1818 que basicamente cravou a junção de terror com ficção científica. Sua história já foi amplamente adaptada em diversas mídias desde então, sendo até apropriada por Hollywood como um dos monstros da Universal com o clássico de 1931 no qual Boris Karllof interpreta a criatura cujo o visual ficou como o definitivo no imaginário da cultura pop. Outra adaptação que ficou marcada foi a de 1994 com Robert DeNiro encarnando o retalho de corpos ambulante. Para além do cinema, o que não faltam são adaptações e versões, diretas ou indiretas desta icônica obra literária.
Estamos em 2025 e agora temos a versão de Guillermo del Toro (O LABIRINTO DO FAUNO, ESPINHA DO DIABO, HELLBOY, BLADE 2) cineasta que marcou sua filmografia com monstros carismáticos, memoráveis, icônicos e grotescos. Na trama, a grosso modo, acompanhamos Victor Frankenstein, um médico que é obcecado em vencer a morte a todo custo. Para isso ele não poupa esforços numa empreitada para desvendar como reanimar um corpo montado a partir de vários outros cadáveres. Quando enfim tem êxito, percebe que passou dos limites e precisa encarar sua monstruosa criação.

O filme é visualmente impecável. Dos cenários ao figurino, tudo é hipnotizante. Realmente o trabalho de direção de produção, figurino e efeitos são impressionantes. É tanta exuberância que até o gore fica bonito e é aí que a versão de Guillermo del Toro para FRANKENSTEIN se mostra não tão cabulosa como o esperado, ou prometido por sua filmografia. Na medida que o filme avança, a trama não aprofunda, fica redundante e estaciona no lugar comum de um filme apenas “lindo”.
Fica nítido que del Toro não busca desafiar a audiência em momento algum, escolhendo o maniqueísmo fácil, buscando até um didatismo que chega a ser verborrágico. Até visualmente, o cineasta, tão conhecido por trazer criaturas icônicas com visuais que fogem do padrão, prefere uma estética agradável para a criatura, ousando não entregar o esperado, mas ao mesmo tempo, optando pelo caminho mais fácil para o apreço do público pelo quebra-cabeça de defuntos ambulante. O que é até contraditório com toda nojeira apresentada até então, com corpos mutilados para experimentos em todo lugar.

O elenco em geral faz o que o longa pede. O ótimo Oscar Isaac entrega um Victor Frankenstein extremamente desequilibrado e detestável sem muitas nuances, reforçando o maniqueísmo simplório do roteiro. Mia Goth faz sua versão rebelde de Elizabeth, Jacob Elord encarna uma criatura que é basicamente ele mesmo mais pálido com “cicatrizes” perfeitas e o cultuado Christoph Waltz interpreta um personagem criado para esta versão que tem seus momentos, mas no fim acaba sendo só o próprio Christoph Waltz mesmo.
Há diferenças com a obra original, e tá tudo bem sendo até esperado. O foco aqui é mais no drama familiar entre Victor e seu pai, e de Victor com a criatura. O terror fica apenas para as cenas nojentas dos experimentos do doutor e do monstro, trucidando os tripulantes de um navio, por exemplo. Dividido em capítulos, del Toro traz também o ponto de vista da criatura que pretende gerar contrapontos de julgamento, mas poderia ter ido muito além. Assim seguimos nesta dinâmica dualista: de um lado, temos o doutor extremamente babaca, horrível e odiável; do outro, uma criatura inocente, bela e amável. Assim é fácil demais, hein, Guillermo?

Infelizmente, FRANKENSTEIN, de Guillermo del Toro, não vai muito além do belo, não desafiando para uma superação do horrendo, nem instigando reflexões mais profundas. Até em A FORMA DA ÁGUA, em que o cineasta pega mais leve, tem um certo grau de desafio lançado para sua audiência. Este só não é tão esquecível feito o seu A COLINA ESCARLATE por conta do peso da obra original. Aí fica o questionamento: foram estas escolhas dele ou imposições da Netflix? No fim, nem importa tanto, pois o que fica é a obra como foi concebida.
Título original: FRANKENSTEIN
Diretor: Guillermo del Toro
Roteiro: Guillermo del Toro
Elenco: Oscar Isaac, Jacob Elordi, Christoph Waltz, Mia Goth
Origem: EUA, México
Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!
Críticas
CRÍTICA: Predador – Terras Selvagens (2025)

Dan Trachtenberg se empolgou tanto com a franquia Predador que, só em 2025, o diretor lançou duas produções sobre o alienígena caçador. Depois da animação Assassino de Assassinos, temos agora Predador: Terras Selvagens (Predator: Badlands), que chega aos cinemas nesta quinta-feira.
Para quem não lembra, Trachtenberg já havia revivido o personagem em O Predador: A Caçada, mantendo a mitologia criada nos dois primeiros filmes (com Arnold Schwarzenegger, em 1987; e Danny Glover, em 1990). A pegada no mais recente longa, porém, dá um ‘duplo twist carpado’.

Ao invés de antagonista, o Predador é quem acompanhamos em Terras Selvagens. Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi) é um jovem extraterrestre da raça Yautja. Como todo membro dessa espécie, ele precisa passar por um ritual de caça para obter lugar em seu clã.
Dek, no entanto, não é um dos mais atléticos da sua linhagem. Assim, para provar de uma vez por todas o seu valor como guerreiro, ele resolve enfrentar Kalisk, um super monstro que é supostamente imortal.
O problema é que esse bichão vive em um planeta onde existe uma centena de ameaças tão grandes quanto ele. Nessa saga, Dek vai contar com a ajuda de Thia (Elle Fanning), uma androide avariada que ele encontra no meio do caminho.

A ideia de acompanhar o ETzão numa jornada nem é tão novidade (algo parecido já havia acontecido no famigerado Alien vs. Predador). Mas vê-lo alçado à categoria de anti-herói. lutando por justiça e fazendo amizades é bem esquisito.
Antes de qualquer coisa, falta carisma a Dek (e nem é pela clássica feiura da criatura). Pela personalidade do Predador, estabelecida ao longo dos anos, não é possível lhe atribuir características clássicas de protagonista, como senso de humor ou transparência emotiva.
A interação com a sintética Thia tenta dar uma carga dramática à história, e por vária vezes servir de alívio cômico, só que fica bem deslocado. Também é preciso muita força de vontade para acompanhá-lo numa peregrinação que culminará apenas num objetivo pessoal.

Predador: Terras Selvagens, todavia, não é um estudo de personagem, então vamos à ação e efeitos especiais. Infelizmente, também não são lá grande coisa. O planeta Genna é até decepcionante, o design de produção foi bem preguiçoso na criação da fauna local e nenhum dos monstrengos é muito marcante. Nem a conexão com a franquia Alien (a Weyland-Yutani aparece como oponente) enche os olhos, poderia ser qualquer megacorporação do mal que tava ok.
Não dá para dizer, apesar de tudo isso, que Dan Trachtenberg estragou a franquia. Mas, ao final, fica muito óbvio que a intenção do realizador é levar a trama para uma espécie de aventura espacial, numa vibe mais próxima de filme de super herói do que de terror sci-fi de carnificina. Eu prefiro o Predador caçando e desmembrando humanos do que pagando de íntegro, porém fica a critério de cada um.
Direção: Dan Trachtenberg
Roteiro: Patrick Aison
Elenco: Elle Fanning, Dimitrius Schuster-Koloamatangi e Reuben de Jong
Origem: EUA
Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!
Críticas
CRÍTICA: Bom Menino (2025)

O filme que viralizou nos últimos meses, graças ao seu protagonista canino em um filme de terror, estreia em pleno Halloween, nos cinemas nacionais. No entanto, “Bom Menino” (Good Boy) não se resume apenas à fofura do doguinho (e adianto que ele é muito fofo mesmo).
Na trama, acompanhamos Indy, um cachorro leal que se muda com seu tutor para uma casa no meio da floresta, após o homem enfrentar um sério problema de saúde. O cão percebe imediatamente que há algo de errado com o local, e, com o tempo, essas manifestações sobrenaturais colocarão suas vidas em perigo.
Indy é, indiscutivelmente, a estrela do filme. Garanto que muitos atores gostariam de ter metade de seu carisma e presença de tela. Em poucos minutos de projeção, já estamos torcendo por ele. O trabalho de adestramento foi impecável, e é difícil imaginar o esforço que o realizador, que também é o tutor real do animal deve ter tido. Desde as cenas de afeto até as de terror, nota-se o cuidado e a boa realização em “Bom Menino“.

O diretor acerta ao usar enquadramentos e jogos de câmera quase sempre na perspectiva de Indy. Em alguns momentos, me lembrei do desenho dos Muppets Babies, em que nunca vemos o rosto da babá, embora aqui, em planos mais convencionais, sejam mostrados vislumbres ou o rosto inteiro dos personagens humanos.
O terror aqui é mais contido: uma sombra aqui e ali, vultos passageiros, mas sem o uso de trilha sonora alta ou aparições exageradas. O ritmo é lento, e a ambientação vai da casa inicialmente decrépita à mata semienevoada, com suas árvores sinistras.
Temos um longa envolto a uma atmosfera de desconforto e medo. Não espere sustos frequentes e jumpscares. Eles existem, mas em quantidade bem menor.

Apesar de em termos técnicos, a coisa funcionar, nem tudo são flores. Mesmo sendo um filme curto, com pouco mais de 70 minutos, é possível notar que a história seria mais bem contada em um curta ou média-metragem. Existem recursos narrativos que se repetem pelo menos três vezes em uma clara tentativa de esticar a duração.
A trama é a clássica da casa mal-assombrada, e a verdadeira inovação está em ser contada sob a perspectiva do cachorro. É algo eficiente que não teria o mesmo destaque se fosse narrada por humanos.
“Bom Menino” é uma agradável surpresa neste ano, dando novo fôlego a uma história que já vimos inúmeras vezes. Indy é um poço de carisma e fofura. Podem assistir sem medo, mas não espere um filme de gritos e sustos constantes.
Título original: Good Boy
Direção: Ben Leonberg
Roteiro: Ben Leonberg e Alex Cannon
Elenco: Indy, Shane Jensen, Arielle Friedman
* Filme visto em Cabine de Imprensa virtual promovida pela Espaço Z
Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!
-

Críticas5 anos agoCRÍTICA: Tumba Aberta (2013)
-

Críticas5 anos agoCRÍTICA: February (2015)
-

Críticas6 anos agoCRÍTICA: Banana Splits – O Filme (2019)
-

Críticas4 anos agoCRÍTICA: O Homem nas Trevas (2016)
-

Críticas12 anos agoCRÍTICA: Begotten (1991)
-

Dicas6 anos agoCURIOSIDADES: 13 Fatos que Você não Sabia sobre Jason e a Franquia Sexta-Feira 13
-

Críticas10 anos agoCRÍTICA: A Bruxa (2016)
-

Críticas6 anos agoCRÍTICA: A Visita (2015)






















Marcus Vinicius
6 de setembro de 2017 at 13:37
IT O Palhaço de Vestido !
kylsonestellfran
6 de setembro de 2017 at 13:59
Muito bom grande Felipe ^^
Vladimir
15 de setembro de 2017 at 15:20
Um clássico do terror para os dias de hoje, adorei o filme!
Eduardo Cavalcante
5 de outubro de 2017 at 20:57
Na minha opinião o filme não tem nada de assustador e está longe de ser ser tudo isso que a mídia diz ser. Mas isso não significa que o filme seja ruim, pelo contrário, o filme é muito bom e divertido. Uma excelente produção que nos remete aos bons tempos dos filmes das décadas de 80 e 90. Que chegue logo 2019 pra assistirmos a continuação e que ela seja tão boa ou ainda melhor que o primeiro.
Dicas e análises sobre temas relacionados ao Horror, Ficção Científica e Fantasia. Acesse o site: http://www.bautrash.com.br/
Siga nossa página no facebook: https://www.facebook.com/bautrash/
Júnior Malakian
14 de fevereiro de 2018 at 20:48
Então olhem os 10 erros do filme aqui
https://youtu.be/01x2lQnBu_U