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DICA DA SEMANA: Trilogia Macabra (1977)
[Por Osvaldo Neto]
Um ano depois do grande sucesso de TRILOGIA DO TERROR (Trilogy of Terror, 1976), Dan Curtis voltou a divertir e a aterrorizar os telespectadores com mais outra antologia. TRILOGIA MACABRA (Dead of Night, 1977) retoma a parceria de Curtis com o autor e roteirista Richard Matheson nas três histórias fantásticas contadas aqui. Mas ao contrário do que muitos textos e resenhas desinformam até hoje, os três segmentos do filme não são de Matheson e, sim, roteirizados por ele.
O 1º. conto, SEGUNDA CHANCE, é baseado em uma história de Jack Finney, o mesmo autor do clássico OS INVASORES DE CORPOS. Um jovem Ed Begley Jr. interpreta um universitário que tem fascínio por carros antigos e chega a comprar a carcaça de um Jordan Playboy de 1926 por 100 dólares. Depois de restaurar o carro por completo, inclusive com a numeração da placa original, ele resolve ir a uma cidade vizinha sem passar por uma nova estrada de quatro vias e sim, uma antiga, fazendo o seu trajeto ser um pouco mais longo. O rapaz só não imaginava que essa estrada o levaria de volta a 1926…
SEGUNDA CHANCE é daquele tipo de história mais ‘light’ de sci-fi que lembra e muito o tipo de episódio que poderia fazer parte da série AMAZING STORIES. Uma boa maneira de começar o filme.
O 2o. e 3o. segmentos são inteiramente escritos por Richard Matheson. Em VAMPIROS NÃO EXISTEM temos uma história ‘de época’ com um elenco de caras mais conhecidas. Esse conto fala sobre um doutor (o britânico Patrick Macnee, de GRITO DE HORROR) cuja esposa (Anjanette Comer) aparenta estar sendo atacada todas as noites por um vampiro e, com isso, fica cada vez mais enferma. Cético, mas sem saber o que fazer, ele pede a ajuda de um amigo do casal, interpretado pelo Horst Buchholz (de SETE HOMENS E UM DESTINO). Destaque para a participação do sempre impagável Elisha Cook Jr. como um mordomo medroso.
E aí temos o terceiro e último conto, que chega pra chutar o balde: BOBBY. Enquanto as histórias anteriores tinham pouco mais de 20 minutos de duração, essa tem meia hora. Ou seja, trata-se da atração principal.
Uma mulher enlutada (Joan Hackett) vive na tristeza e no mais completo isolamento, com um marido só vive viajando a negócios. Em um momento de desespero, coincidentemente numa noite chuvosa e cheia de trovões (hehehe), ela recorre às forças do oculto para ressuscitar o seu falecido filho Bobby (Lee Montgomery). O ritual funciona e Bobby volta para casa… mas não do jeito que a sua mãe esperava.
Obviamente influenciada pelo clássico conto “A Pata do Macaco” de W. W. Jacobs, assim como CEMITÉRIO MALDITO, BOBBY é uma jóia, um dos melhores curtas de horror já concebidos. Com dois atores, uma locação, o mínimo de efeitos especiais e esse belo roteiro de Matheson, Curtis consegue fazer um filme carregado de suspense e tensão até a sua macabra conclusão e que termina sendo uma das obras-primas do diretor. A história foi refilmada pelo próprio Dan Curtis em TRILOGIA DO TERROR 2, mas o resultado aqui é bem superior.
Abrilhantado pela fotografia de Ric Waite e a trilha sonora de Robert Colbert (colaborador habitual de Curtis), TRILOGIA MACABRA é um longa que, no geral, facilmente se sobressai no subgênero das antologias. O filme pode ser assistido na íntegra no YouTube.
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DICA DA SEMANA: Nosferatu – O Vampiro da Noite (1979)
Antes do Drácula bonitão da Universal (Bela Lugosi) e da Hammer (Christopher Lee), Nosferatu de 1922 já tinha levado para as telas o vampiro feioso e pálido, algo muito mais parecido com o protagonista do livro de Bram Stoker. Por isso, pelo menos pra mim, parece um projeto bem ambicioso, em 1979, trazer o Drácula com cara de rato de volta e perder de colocar um galã no papel.
Bom, foi isso que Werner Herzog fez em Nosferatu – O Vampiro da Noite (Nosferatu, the Vampyre), refilmagem do clássico do expressionismo alemão. Mas, vamos lá, era Werner Herzog, então o cara não ia fazer um filme de terror convencional, apesar de seguir o ‘basicão’ ali da história original.
O advogado Jonathan Harker (Bruno Ganz) viaja até a Transilvânia para vender uns terrenos ao Conde Drácula (Klaus Kinski) e acaba sendo feito prisioneiro. Mas, ao escapar, retorna para Bremen, na Alemanha, na tentativa de evitar que o vampiro pinte miséria por lá, principalmente contra sua esposa Lucy (Isabelle Adjani).
No mais, Herzog contou sua própria versão da história, nem mesmo se apegando ao filme de 1922, de onde pegou só uma referência aqui e outra ali, inclusive subvertendo o final. Nosferatu – O Vampiro da Noite é puro suco de cinema europeu dos anos 70, cheio de imagens artísticas, direção de arte finíssima e trilha sonora onírica.
Além disso, o Drácula dentuço de Klaus Kinski está no panteão das grandes versões do conde mais amado do terror.
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DICA DA SEMANA: 3 filmes com loop de tempo
Nos últimos 15 anos aumentou e muito o número de filmes que se utilizam do recurso de “loop de tempo” em suas narrativas. E com o sucesso de produções como “A Morte Te Dá Parabéns” e “No Limite do Amanhã“, aí é que a galera se empolgou mesmo.
Até um curta ganhou o Oscar apostando neste formato recentemente. Sendo que hoje vamos falar de três filmes que se utilizam deste recurso em seus roteiros mas que não são tão conhecidos assim.
* Crimes Temporais (Los Cronocrímenes, 2007)
Primeiro longa do espanhol Nacho Vigalondo, “Crimes Temporais” é um daqueles filmes mais ou menos recentes que se tornaram cults quando se fala de viagem no tempo. Produção modesta, mas eficaz, o longa cria uma confusãozinha mental se a gente for tentar entender a lógica por trás do roteiro. Ainda assim, faz mais sentido do que toda a hexologia de “O Exterminador do Futuro“, por exemplo.
Vemos um casal simples chegando em uma casa de campo para morar. De repente, situações banais começam a ganhar contornos intrigantes quando o protagonista se depara um homem com o rosto enfaixado. É quando para tentar escapar da ameaça na floresta, ele encontra uma casa com uma máquina do tempo no porão que dá a chance da pessoa voltar uma hora no tempo… Daí já viu, né?!
Disponível na Amazon Prime Video
* Triângulo do Medo (Triangle, 2009)
Esta produção australiana traz um grupo que pensou que passear de barco seria uma boa ideia, até que chega uma tempestade e ficam à deriva. Para tentarem se salvar, embarcam em um navio que surge em alto mar. O que não contavam é que o navio aparentemente abandonado esconde vários mistérios.
O lance é que enquanto a turma tenta pedir ajuda, outro grupo de pessoas no mesmo navio tenta acabar com a vida deles. E a cada tentativa de fuga, a contagem de corpos aumenta. Repleto de simbologias e metáforas, é um filme que dá pra ver e rever cada cena sem olhar pros paradoxos que poderiam rolar.
Disponível no Telecine Play
* ARQ (ARQ, 2016)
Trazendo um tempero de ação, “ARQ” nos mostra de forma bem angustiante a saga de um aparente casal em tentar se livrar de uma invasão de desconhecidos em sua casa. O detalhe é que todos eles estão presos em um loop de tempo que complica a resolução da história.
O fator complicador neste caso é que a cada novo “loop”, os personagens começam a ter mais noção do que está acontecendo e procuram inventar novas formas de fugir. Tenso e imprevisível, “ARQ” funciona melhor do que muitos outros filmes que se utilizam de toneladas de efeitos especiais e mil figurantes.
Disponível na Netflix
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DICA DA SEMANA: O Exorcista III (1990)
Para a dica desta semana eu trago um filme aniversariante: O EXORCISTA III (Exorcist III), escrito e dirigido por Willam Peter Blatty, completa 32 aninhos neste mês de agosto.
O EXORCISTA III é adaptação do livro ESPÍRITO DO MAL / LEGIÃO (Legion, 1983) que é uma continuação direta do livro O EXORCISTA (The Exorcist, 1971). Na trama, o tenente Kinderman investiga uma série de assassinatos que trazem a assinatura do já conhecido serial killer: Gêmeos. O problema é que este assassino está morto há 15 anos. Com a ajuda do amigo padre Joseph Dyer, ambos são levados a revelações cabulosas.
Blatty exibe um domínio enorme na condução do longa. E não é de se espantar, já que é o autor de ambos os livros. Aqui, com a direção em suas mãos, ele imprime sua real visão da própria obra, mantendo um clima constante de tensão como se algo de muito pior fosse acontecer a cada cena. A fotografia do Gerry Fisher é essencial para dar o tom sombrio à trama. Até estátuas sacras dão medo aqui! Sem contar que O EXORCISTA III tem um dos sustos e jumpscares mais cabulosos e inesperados da história do cinema de horror.
Para além da competente produção, o longa conta com a carismática dupla George C. Scott e Ed Flanders, (Kinderman e Dyer respectivamente), Brad Dourif que encarna o assassino de Gêmeos nos conferindo uma performance assustadoramente brilhante e Jason Miller vivendo o sinistro “paciente X”.
É de fato um filme incrível que, para este que vos escreve, por muito tempo foi subestimado por ser o terceiro da franquia O EXORCISTA, quando na verdade deveria ter sido o segundo, já que, como dito no início, se trata da continuação direta do livro. E convenhamos que depois do que rolou em O EXORCISTA 2: O HEREGE, carregar um título desse também não ajuda. Este longa de 1990 poderia ter se chamado simplesmente LEGIÃO como no livro, mas enfim…
Em suma, O EXORCISTA III é um típico terror policial cabuloso que merece ser visto. Ficou curioso? Aproveita que este clássico cult encontra-se no catálogo do HBO Max.
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