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Críticas

CRÍTICA: Willow Creek (2013)

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Willow Creek

Por Júlio César Carvalho

A sinopse é a seguinte: Jim e sua namorada Kelly vão para Willow Creek, na Califórnia, para seguir os passos de dois pesquisadores do Pé Grande que, em 1967, gravaram as mais famosas imagens do lendário monstro. Enquanto Jim acredita que conseguirá imagens do monstro, Kelly o acompanha para aproveitar a viagem.

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É impossível não comparar ao famoso BRUXA DE BLAIR, filme dos anos 90 que para muitos até hoje é o found-footage referência para o estilo, já que aqui também, antes de seguirem mata a dentro para investigar, chegam na cidade e fazem entrevistas com os moradores locais registrando depoimentos sobre o assunto e etc, seguindo a mesma sequência de eventos do mesmo.

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Depois de conhecerem os pontos turísticos da cidade, entrevistarem, e comerem um Bigfoot Burger (um sanduíche enorme em que o pão é em formato de pé), resolvem entrar na floresta e seguir para um local específico chamado de Bluff Creek, onde supostamente o monstro teria sido filmado nos anos 60.

Mais de 40 minutos se passam até que finalmente o casal aparece dentro da mata em uma barraquinha. Já de noite, no meio da floresta agora parece que a coisa vai engatar… Mas não! Nada! De 44 minutos até 1 hora e 6 minutos, ou seja, mais de 20 minutos ininterruptos, vemos imagens da câmera dentro da tenda onde o casal não consegue dormir por conta de ruídos da floresta. É como se eles nunca tivessem acampado na vida…

Então o que era pra ser tenso vai ficando irritante. Assustados, eles não conseguem dormir ao sons de uivos distantes, galhos se quebrando, um suposto choro de uma mulher(!?) e uma mexida na tenda pelo lado de fora. O que seria o clímax do filme pode ser adiantado sem medo de perder algo relevante para o final. A verdade é que NADA acontece de fato. Quando amanhece, eles decidem ir embora mas se veem perdidos na floresta. Até que anoitece novamente e os mesmos sons voltam a amedrontá-los.

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Para não dizer que não há um ponto positivo aqui, o formato found-footage ao qual se propõe é seguido a risca. Nisso, o diretor Bobcat Goldthwait (God Bless America) acerta a mão. Não há tratamento na imagem e realmente temos a sensação de estarmos assistindo a uma suposta gravação bruta, sem edição, junto com todas as tomadas e erros durante todo o registro dos protagonistas.

Até um pedido de casamento tá no meio, nitidamente para encher linguiça, mas enfim… Ao contrário do espetacular The Troll Hunter, onde os trolls aparecem aos montes nos registros dos jovens documentaristas, aqui em Willow Creek a dúvida da existência do Pé-Grande é o que sustenta a trama até o fim, mas que acaba sendo frustrante.

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Willow Creek é um filme curto, com cerca de 1h19min, mas se mostra bem maçante. Tem até um cara que toca gaita e violão e faz uma performance constrangedora que não contribui em nada na trama. Na verdade, não tem muito o que falar sobre um filme onde quase nada acontece, e quando sim, não causa impacto algum. É uma pena que o que poderia ter sido um bom divertimento se transforme num exercício enfadonho de paciência. Bom mesmo aqui é só o belo cartaz.

Veredicto: É PIOR DO QUE O QUE DESCREVI.

Direção: Bobcat Goldthwait
Roteiro: Bobcat Goldthwait
Elenco: Alexie Gilmore, Bryce Johnson, Laura Montagna
Origem: EUA

Aos interessados no assunto, aqui está o footage original de Patterson e Gimlin do suposto Pé-Grande em 1967:

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Anarquista, quase cinéfilo, diretor de arte, fotógrafo, cervejeiro, rockeiro doido e crítico/podcaster do Toca o Terror

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0 Comments

  1. daniela

    16 de maio de 2015 at 20:29

    Muito chato. ..Não acontece nada nesse filme Nota 4.5

  2. Luciano

    2 de novembro de 2015 at 03:41

    depois desse filme me enterrei ágora so mas um a caça ao pe Grande

  3. Gelcione Repolho da Silva

    4 de novembro de 2015 at 18:14

    eu so queria saber o que e mesmo e uma mulher pelada ///

  4. ricardo

    7 de novembro de 2015 at 14:00

    Eu tô procurando para entender tb pois vi o filme é a mulher pelada parece mais um zumbi e não dá para saber né, oque acontece

  5. Ro D V

    7 de novembro de 2015 at 14:10

    * Aff… perdi meu tempo. Um lixo. :>

  6. Ricardo

    9 de dezembro de 2015 at 13:06

    ME PARECEU QUE A MULHER NUA ERA AQUELA DO CARTAZ DE DESAPARECIDA QUE ELES TINHAM VISTO NA LANCHONETE ONDE COMERAM O LANCHE DO PÉ GRANDE, TUDO INDICA QUE A MULHER ARRASTOU O CARA E O MATOU, E APOS O SOM DE DIFERENTES PE GRANDE A NAMORADA DELE FALA, EU NÃO ACREDITO !!! NÃO ENTENDI NADA.

  7. Iago

    15 de dezembro de 2015 at 00:36

    Acabei de assistir este filme e não entendi porra nenhuma, tem o 2?

  8. daniel

    16 de dezembro de 2015 at 17:53

    a impressão q tenho é q realmente a mulher nua é aquela do cartaz (desaparecida) e q o pé grande a raptou p/ o concubinato

  9. Gislaine

    17 de janeiro de 2016 at 07:12

    ?????????????????

  10. ANDRE

    25 de maio de 2016 at 09:11

    a mulher pelada no final (SINISTRO)

  11. Celso Silva

    3 de junho de 2016 at 08:05

    A mulher nua é a desaparecida no cartaz na lanchonete…….

  12. Julianna

    15 de julho de 2016 at 05:51

    EU NÃO ACREDITO q assisti até o final pra não entender n.a.d.a
    Primeiro a mulher feia sem roupas.
    Segundo o cara sendo arrastado e silêncio total da guria.
    Terceiro dois uivos e a doida aparece com a frase: “eu não acredito”!

    De fato, nem eu!

  13. Jhiony

    14 de agosto de 2016 at 07:51

    Meio sem nexo, tambem nao entendi, porém, a mulher nua é a mesma do cartaz de desaparecida.

  14. FABRICIO

    6 de outubro de 2016 at 13:14

    EU TAMBEM NÃO ENTEDI PORRA NENHUMA MAS AQUELA MULHER PELADA E SINISTRO

  15. Carolina Bastos

    15 de dezembro de 2016 at 17:53

    Filme meio estranho, no estilo de “A Bruxa de Blair”, mas totalmente previsível, se a pessoa atentar a certos detalhes tais como a foto da mulher desaparecida na parede do bar e “as brincadeiras” sexuais que a namorada do rapaz faz com uma estátua do Pé Grande.
    Se a pessoa atentar nesses detalhes, nem precisa assistir o resto, porque é exatamente isso que vai acontecer. A mulher da foto foi raptada pelos bichos e o mesmo acontece com a garota, depois de seu namorado, por ser homem, ser devidamente trucidado pelas criaturas. O motivo disso… Bem, pra bom entendedor, um pingo é letra.

  16. Cauê

    28 de janeiro de 2017 at 06:26

    Acabou de passar no canal “Space”, realmente é um exercício enfadonho de paciência.

  17. lennon

    13 de outubro de 2017 at 02:18

    busquem por um termo chamado the bride forest ou the forest bride,foi oq me dissseram ,tem a ver com a lenda da noiva da floresta ,ou seja ,o pe grande rapta uma humana pra ser sua mulher,a minina da foto desaparecida foi feita uma noiva,no final do filme vemos q a proxima seria a mulher do cara ,quando ela diz ‘nao acredito !’,e q ela finalmente comprovou q eles existem,oq era uma lenda agora se tornou real pra ela

    • Eliezer

      17 de janeiro de 2018 at 12:46

      vdd porisso quê quando eles estão na barraca eles ouvem um choro de uma Pessoa que seria a mulher e quando matam o cara pq ela não seria mais dele

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CRÍTICA: Invocação Do Mal 4 – O Último Ritual (2025)

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Invocação Do Mal 4

Com “Invocação Do Mal 4 – O Último Ritual” (The Conjuring: The Last Rites) estamos chegando ao fim de uma das franquias mais rentáveis no universo do cinema de horror das últimas décadas. Ao todo tivemos nove filmes deste universo compartilhado de personagens e temáticas: quatro produções da série original, três da boneca Annabelle e mais dois da Freira. Um ‘invocaverso’ que daria inveja a qualquer um dos ícones de horror que já vimos anteriormente.

Bem, destes nove, apenas dois foram dirigidos pelo midas da Blumhouse, James Wan. Os outros sete ele terceirizou. E nesta terceirização de diretores, um deles se destaca: Michael Chaves, responsável pelo terceiro e quarto filme da franquia, além do horripilante (no mal sentido) “A Freira 2“. Em sua nova empreitada, Chaves executa uma obra inofensiva e capenga, sem conseguir sequer promover sustos eficientes, com jumpscares que são previsíveis de longe sem qualquer sutileza. Isso, claro, é uma façanha.

Mas vejam, ainda não peguei pesado. Poderia dizer que o filme é enfadonho e que me deixou entediado, ansioso pelo final, mas infelizmente esse era o capítulo da franquia mais longo com 2h15min. Nesse tempo todo, tivemos diversos flashbacks, diversos easter-eggs e uma série de acenos a personagens secundários e vilões que podem ‘ressuscitar’ a franquia em spin-offs daqui a um tempo. Tendo em vista que este “Invocação Do Mal 4” já detém a marca de maior pré-venda de um filme de terror na história, essa turma vai nos assombrar por vários anos.

A história em si não apresenta nada revolucionário. É uma trama que ocorre em um imóvel muito bem assombrado por espíritos zombeteiros num subúrbio de Pittsburg. O problema é que este caso ocorre na segunda metade da década de 80, época em que o casal Warren está cansado de enfrentar tantas assombrações.

E como se não bastasse o ceticismo da Igreja e do público numa época em que a Tv e o Cinema já tinham explorado ao máximo o tema sobrenatural, a família Warren começa a aumentar e junto a ela, aparecem ameaças à sua tranquilidade. Sim, este é um exemplar do que chamamos de “terror família”, em que o mal ataca o núcleo familiar e cada um dos seus integrantes começa a questionar a fé, mas sem deixar de lado o amor pelos seus parentes.

Neste estilo de “terror família” de “Invocação do Mal 4“, as ameaças não precisam fazer sentido. Bastam assustar rapidinho para criar cenas sem sentido, unicamente para preencherem o tempo. Algumas assombrações nem tem nome e depois são rapidamente esquecidas e substituídas por outras.

Mas quem está sempre lá, onipresente, aparecendo de forma gratuita em quase todos os longas da franquia é ela: Annabelle. Aqui também ela chama atenção, muito embora sua aparição pareça estar mais ligada a um pedido de fãs ou uma obrigação contratual do que algo que tivesse relevância para o desenrolar da coisa toda.

Bem, dentre as várias falhas e furos de roteiro, aponto uma aqui bem básica. Se no capítulo anterior, Lorraine Warren era uma super sensitiva que tocava até em cadáveres para entender o que estava ocorrendo no mundo dos mortos, agora ela meio que ignora esse dom e sequer percebe os perigos que rondam sua própria filha. A Judy Warren, que por sinal foi super ignorada nos capítulos anteriores, vira protagonista e centro das atenções neste epílogo que se encerra igual a uma novela com direito a casamento e funeral.

O fato é que fomos enganados pelo primeiro “Invocação do Mal” ao achar que seria algo interessante pro cinema de horror. O primeiro longa da franquia cria uma falsa expectativa ao retomar a temática clássica de eventos sobrenaturais em casas assombradas em meio a uma profusão de produções found-footage e sobre zumbis.

Claro, era um novo ciclo e a New Line/Warner soube capitalizar bem em cima do nicho. O que depõe contra o filme é que depois vieram obras muito melhores nesta mesma temática como um “Corrente do Mal” (It Follows) e um “Fale Comigo” (Talk to Me). E mesmo neste ano, o capítulo 4 da franquia não vai chamar atenção ou ser lembrado nas retrospectivas, tendo como concorrentes de peso títulos como “Pecadores” (Sinners) ou “A Hora do Mal” (Weapons).

Se for ver e tiver algum apreço pelo Invocaverso, veja só pela curiosidade em saber como tudo acaba, porque a “lição” que este “terror família” nos dá é que não há nada mais perigoso do que nossos próprios medos. Por isso é que não fugi do desafio e fui lá encarar de frente essa bronca. E estava certo em achar que não valeria a pena, só não esperava que fosse ser tão brega e medíocre assim.

Escala de tocância de terror:

Título original: The Conjuring: Last Rites
Diretor: Michael Chaves
Roteiro: Ian Goldberg, David Leslie Johnson-McGoldrick, Richard Naing
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Mia Tomlinson
Ano de lançamento: 2025

* Filme visto em cabine de imprensa promovido pela Espaço Z no UCI Tacaruna Recife.

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CRÍTICA: Faça Ela Voltar (2025)

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Faça Ela Voltar

Dois anos após o sucesso de Fale Comigo, chega aos cinemas brasileiros o segundo filme dos irmãos Danny e Michael Philippou. Mais uma vez com distribuição da badalada A24, a dupla agora emplaca Faça Ela Voltar (Bring Her Back), um conto de horror suburbano que aborda o luto.

Após perderem o pai, os irmãos Andy (Billy Barratt) e Piper (Sora Wong) são colocados sob os cuidados de Laura (Sally Hawkins), uma ex-assistente social que faz de sua casa uma espécie de lar adotivo. Além deles, vive no local o menino Oliver (Jonah Wren Phillips), uma criança que não se comunica e possui hábitos estranhos.

Não demora para sabermos que Laura tem segundas intenções. Seu objetivo em acolher os órfãos é trazer o espírito da sua filha de volta e colocá-la no corpo de Piper. Para executar esse plano diabólico ela tem em mãos uma fita VHS que contém, literalmente, o passo a passo de um ritual satânico que, entre outras bizarrices, inclui até canibalismo.

Mitologia escatológica à parte, Faça Ela Voltar é mais sobre o sentimento da perda do que qualquer outra coisa. Mesmo retratada na maior parte do tempo como vilã metódica, Laura ainda deixa transparecer seu lado humano. Uma mulher que não aceita a partida da filha e que acaba deturpando seu amor icondicional, por puro desespero.

A dupla de irmãos também ganha sua cota de drama, quando Laura tenta jogar um contra o outro, pois Andy é um empecilho para o que ela planeja. Nada disso, porém, funcionaria se o trio de protagonistas não estivesse tão afiado. Sally Hawkins, Billy Barratt e Sora Wong conseguem passar credibilidade o tempo todo, seja nos momentos sóbrios ou nos sinistros.

O que nos leva para outro destaque do elenco: o pequeno Jonah Wren Phillips. A transformação pela qual seu Oliver passa ao longo da trama já o elevou ao status de mini ícone do terror do ano. São com ele as cenas mais perturbadoras, em ocasiões que fica quase impossível não desviar os olhos da tela.

A direção dos Philippou em Faça Ela Voltar segue competente, com ótimos enquadramentos e cuidado aos detalhes (preste atenção nos círculos). Como Piper é deficiente visual, a câmara brinca muito com imagens desfocadas, o que faz um paralelo interessante com a condição da personagem.

O roteiro, assinado em parceria com Bill Hinzman, consegue balancear bem o terror e o drama, no entanto deixa um gostinho de quero mais ao esconder muito sobre a origem do ritual. Mas isso é apenas eu reclamando de barriga cheia (o trocadilho fará sentido quando você assistir ao filme).

Escala de tocância de terror:

Título original: Bring Her Back
Direção: Danny Philippou e Michael Philippou
Roteiro: Danny Philippou e Bill Hinzman
Elenco: Sally Hawkins, Billy Barratt e Sora Wong
Origem: Austrália

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CRÍTICA: Prédio Vazio (2025)

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Prédio Vazio

“Quer viver um sonho lindo que eu vivi?
Vá viver a maravilha de Guarapari”

Assim diz a letra da antiga valsinha de Pedro Caetano interpretada por Nuno Roland. Cidade do litoral do Espírito Santo, Guarapari fica bastante animada no verão, especialmente durante o carnaval onde costuma ser muito visitada por turistas. Em baixa temporada acaba sendo uma ótima pedida para curtir alguns dias de descanso, comer um peixe e tomar uma cerveja num quiosque à beira do mar.

E é buscando viver o sonho guarapariense que Marina (Rejane Arruda) resolve juntar-se ao companheiro para curtir a folia de momo no início de “Prédio Vazio“. Porém o sonho começa a virar pesadelo ao se hospedar em um antigo e decrépito edifício onde nada funciona… Enquanto conversa ao telefone com a filha, Marina presencia a morte de uma antiga moradora do prédio e, para completar, descobre que o parceiro a traiu. Ao entrar em uma violenta briga com ele, o embate só não tem um final trágico graças à intervenção da zeladora Dora (Gilda Nomacce) que nocauteia o brutamontes com um martelo.

Preocupada com a mãe, Luna (Lorena Corrêa) decide ir para Guarapari e o simpático e apaixonado Fábio (Caio Macedo), mesmo contra a vontade dela, vai junto. Lá chegando, dão de cara com a porta do Edifício Magdalena que, com o final da temporada, parece completamente vazio. Dando um “jeitinho” de conseguir entrar no prédio o casal vai descobrir da pior forma que, contrariando o título do filme, o prédio de vazio não tem nada!

O diretor Rodrigo Aragão, que o Toca o Terror acompanha a obra há muito tempo (a gente exibiu A Noite do Chupacabras em 2013!) e também já teve o prazer de encontrar e bater papo algumas vezes, dessa vez resolve contar uma história mais urbana, ambientada em sua cidade natal.

Rodrigo, entre quilos de maquiagem e galões de sangue falso, gosta de abordar algumas temáticas sociais e em Prédio Vazio não fez diferente. O filme além de ser um conto de fantasmas, também é uma crítica ao desmatamento e consequente crescimento urbano desenfreado. “Um desperdício de espaço” como diz o motorista que leva Luna e Fábio ao amaldiçoado edifício.

O decadente Edifício Magdalena, fruto da direção de arte de Priscilla Huapaya, remete aos filmes de Bava e Argento, com seus vitrais coloridos dando deixa para a fotografia de Alexandre Barcelos usar uma paleta com tons esverdeados e/ou avermelhados nos personagens. O prédio, obviamente, também traz similaridades ao elevador e os corredores de “O Iluminado“, de Stanley Kubrick. Algumas das mortes (das agora almas atormentadas) que nos são apresentadas por flashbacks ou pelo prólogo, como é o caso do simpático casal de velhinhos, impactam pela caprichada maquiagem e efeitos práticos com a assinatura do parceiro de longas datas, Joel Caetano, e supervisionadas pelo próprio diretor.

Algumas coisas infelizmente não funcionam tão bem em “Prédio Vazio“: a montagem, que só engata no último terço do filme, quando a obra abraça aspectos mais surreais. Em relação ao elenco, o casal protagonista não tem uma química muito boa apesar dos personagens funcionarem de forma independente e algumas escolhas estéticas também não me agradaram (aí é questão pessoal). Mas isso não atrapalha o conjunto da obra que é mais uma mostra do comprometimento, esmero e amor ao gênero que o diretor tem mostrado em toda sua carreira.

Curiosidades: O filme faz parte de um projeto chamado “Filme-Escola” onde Aragão aproveita a realização da obra para ensinar um grupo de alunos a fazer cinema (dessa vez foram mais de 100 pessoas!). Os fãs poderão perceber vários easter eggs remetendo a outros filmes do “Aragãoverso”, como “O Cemitério das Almas Perdidas” e “A Mata Negra“. Houve ainda a estreia da filha mais nova do casal Rodrigo Aragão e Mayra Alarcón (que também faz uma pontinha em uma cena em que sai do elevador), Alícia Margarida Aragão.

Prédio Vazio, que estreou no 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, recebeu o Prêmio Retrato Filmes de distribuição no valor de R$ 100.000,00 (Cem mil reais), garantindo sua chegada aos cinemas no próximo 12 de junho. Prestigiem!

Escala de tocância de terror:

Título original: Prédio Vazio
Diretor: Rodrigo Aragão
Roteiro: Rodrigo Aragão
Elenco: Rejane Arruda, Gilda Nomacce, Lorena Corrêa e Caio Macedo
Origem: Brasil
Ano de produção: 2024

* Filme visto em pré-estreia promovida pela Sinny Comunicação e Retrato Filmes

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