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Críticas

CRÍTICA: Martyrs (2016)

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[Por Geraldo de Fraga]

A velha lógica do mercado americano de se refilmar longas estrangeiros fez mais uma vítima. Martyrs (2016), remake do francês de 2008, é a mais recente obra a ser destroçada na terra do Tio Sam. Dirigido pelos irmãos Kevin e Michael Goetz, o filme entra fácil na lista de piores refilmagens da história do cinema.

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Seria até menos nocivo se fosse o típico remake voltado para o público que não lê legenda. Aquele onde se trocam os atores e se mantém o texto original. Mas o roteiro de Mark L. Smith tentou dar uma nova visão da história e tudo, absolutamente tudo, que ele modificou, cortou ou acrescentou, piorou as coisas. Enquanto o filme de Pascal Laugier era uma montanha russa cheia de subtextos e reviravoltas de cair o queixo, o Martyrs de 2015 virou simplesmente um filme de vingança.

O começo, porém, é o mesmo. A jovem Lucie foge de um prédio abandonado e corre pela rua à procura de ajuda. Em seguida, descobrimos que a garota era vítima de torturas físicas e psicológicas naquele local. Também acompanhamos os seus primeiros dias no orfanato e o início da amizade com Anna.

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Então temos um salto temporal de 10 anos, quando Lucie (Troian Bellisario) descobre onde seus torturadores, que nunca foram pegos pela polícia, moram atualmente. Com isso, ela coloca em prática seu plano de desforra, envolvendo Anna (Bailey Noble) na confusão. É a partir desse ponto que o remake toma um caminho diferente e acaba trocando os pés pelas mãos.

Em primeiro lugar, a violência gráfica, tão marcante no francês, perde a força. Aqui tudo é muito limpo. As interpretações são péssimas, tantos dos protagonistas como dos coadjuvantes. Todas as atuações são burocráticas. Mas, como já foi dito, o roteiro não ajuda. Falar mais pode dar spoiler, não desse, mas do original, que é brilhante.

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Esqueça essa refilmagem totalmente desnecessária. Vê-la, com o perdão do trocadilho, é uma tortura maior do que a aplicada contra a personagem de Lucie. Nada nesse longa vai acrescentar algo de bom como entretenimento e se você é fã do original só terá raiva. Nem nota vai levar, pelo simples fato de o filme não ter motivo algum para existir.

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8 Comments

8 Comments

  1. Fernando

    25 de janeiro de 2016 at 14:47

    Nossa…geralmente sempre vejo pra eu mesmo ter minha opinião….mas, depois dessa, não vou passar nem perto, até porque , adorei o original.

  2. Thalia

    10 de fevereiro de 2016 at 01:34

    Fiquei muito indignada com esse remake, muito ruim. O original é um dos melhores que já vi, realmente não entendo o porque desse remake, totalmente desnecessário.
    Sinceramente, teve partes do filme em que eu ri, sem exagero.
    Prefiro mil vezes rever o original do que perder meu tempo novamente e ver esse.
    Teve momentos do filme em que eu fiquei tipo: WTF???
    Pra quem conhece o original, alguns efeitos ficaram no mínimo ridículos.
    Posso estar exagerando, mas assim que fiquei sabendo do remake eu meio que fiquei com a mente fechada. Então me corrija se eu estiver exagerando.
    Enfim, concordo plenamente com o que você disse.
    Desnecessariamente desnecessário esse remake

  3. Miguel

    19 de fevereiro de 2016 at 19:55

    Assisti o original e depois esse remake nossa parece até outro filme do meio pra frente mudou muita coisa desde a garota da pele arrancada ao final, putz esse remake mudou tudo.

  4. mel

    12 de março de 2016 at 16:30

    olha ,eu adorei o remake , gostei de terem mudado algumas coisas, pois ficaria chato e muito mais desnecessário se ficasse igual o original… e quanto as atuações, PERFEIIITAS! a protagonista ( Troian Bellisario) é uma atriz exelente!!! senti o desespero a cada grito que ela dava… parecia muito real … os outros atores também são ótimoos!

    • Fernando

      4 de setembro de 2016 at 22:02

      Nossa seu comentário foi irônico ne??? Porque se não foi putz ?

      • Wendell Cordovil

        2 de novembro de 2016 at 16:27

        Acho que a questão é qual você vê primeiro.
        O Iluminado é um exemplo. Primeiro li o livro, depois vi a série de 97 dirigida pelo próprio Stephen. Depois fui assistir o filme de 80, achei chato. A direção estragou o verdadeiro sentido da obra. Personagens estranhos e totalmente modificados do livro, de uma forma ruim.

  5. Brisa Machado

    22 de dezembro de 2016 at 22:16

    Concordo plenamente, nem consegui assistir inteiro, fiquei pulando partes pra frente pra ver se acabava logo, porque como vc disse, era uma tortura pior dos que as mostradas no filme (as torturas mostradas no original, aquilo sim são torturas convincentes e que doem no telespectador). O original é um dos meus filmes preferidos, mas esse não passou de um besteirol de terror americano! ¬¬

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CRÍTICA: Prédio Vazio (2025)

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Prédio Vazio

“Quer viver um sonho lindo que eu vivi?
Vá viver a maravilha de Guarapari”

Assim diz a letra da antiga valsinha de Pedro Caetano interpretada por Nuno Roland. Cidade do litoral do Espírito Santo, Guarapari fica bastante animada no verão, especialmente durante o carnaval onde costuma ser muito visitada por turistas. Em baixa temporada acaba sendo uma ótima pedida para curtir alguns dias de descanso, comer um peixe e tomar uma cerveja num quiosque à beira do mar.

E é buscando viver o sonho guarapariense que Marina (Rejane Arruda) resolve juntar-se ao companheiro para curtir a folia de momo no início de “Prédio Vazio“. Porém o sonho começa a virar pesadelo ao se hospedar em um antigo e decrépito edifício onde nada funciona… Enquanto conversa ao telefone com a filha, Marina presencia a morte de uma antiga moradora do prédio e, para completar, descobre que o parceiro a traiu. Ao entrar em uma violenta briga com ele, o embate só não tem um final trágico graças à intervenção da zeladora Dora (Gilda Nomacce) que nocauteia o brutamontes com um martelo.

Preocupada com a mãe, Luna (Lorena Corrêa) decide ir para Guarapari e o simpático e apaixonado Fábio (Caio Macedo), mesmo contra a vontade dela, vai junto. Lá chegando, dão de cara com a porta do Edifício Magdalena que, com o final da temporada, parece completamente vazio. Dando um “jeitinho” de conseguir entrar no prédio o casal vai descobrir da pior forma que, contrariando o título do filme, o prédio de vazio não tem nada!

O diretor Rodrigo Aragão, que o Toca o Terror acompanha a obra há muito tempo (a gente exibiu A Noite do Chupacabras em 2013!) e também já teve o prazer de encontrar e bater papo algumas vezes, dessa vez resolve contar uma história mais urbana, ambientada em sua cidade natal.

Rodrigo, entre quilos de maquiagem e galões de sangue falso, gosta de abordar algumas temáticas sociais e em Prédio Vazio não fez diferente. O filme além de ser um conto de fantasmas, também é uma crítica ao desmatamento e consequente crescimento urbano desenfreado. “Um desperdício de espaço” como diz o motorista que leva Luna e Fábio ao amaldiçoado edifício.

O decadente Edifício Magdalena, fruto da direção de arte de Priscilla Huapaya, remete aos filmes de Bava e Argento, com seus vitrais coloridos dando deixa para a fotografia de Alexandre Barcelos usar uma paleta com tons esverdeados e/ou avermelhados nos personagens. O prédio, obviamente, também traz similaridades ao elevador e os corredores de “O Iluminado“, de Stanley Kubrick. Algumas das mortes (das agora almas atormentadas) que nos são apresentadas por flashbacks ou pelo prólogo, como é o caso do simpático casal de velhinhos, impactam pela caprichada maquiagem e efeitos práticos com a assinatura do parceiro de longas datas, Joel Caetano, e supervisionadas pelo próprio diretor.

Algumas coisas infelizmente não funcionam tão bem em “Prédio Vazio“: a montagem, que só engata no último terço do filme, quando a obra abraça aspectos mais surreais. Em relação ao elenco, o casal protagonista não tem uma química muito boa apesar dos personagens funcionarem de forma independente e algumas escolhas estéticas também não me agradaram (aí é questão pessoal). Mas isso não atrapalha o conjunto da obra que é mais uma mostra do comprometimento, esmero e amor ao gênero que o diretor tem mostrado em toda sua carreira.

Curiosidades: O filme faz parte de um projeto chamado “Filme-Escola” onde Aragão aproveita a realização da obra para ensinar um grupo de alunos a fazer cinema (dessa vez foram mais de 100 pessoas!). Os fãs poderão perceber vários easter eggs remetendo a outros filmes do “Aragãoverso”, como “O Cemitério das Almas Perdidas” e “A Mata Negra“. Houve ainda a estreia da filha mais nova do casal Rodrigo Aragão e Mayra Alarcón (que também faz uma pontinha em uma cena em que sai do elevador), Alícia Margarida Aragão.

Prédio Vazio, que estreou no 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, recebeu o Prêmio Retrato Filmes de distribuição no valor de R$ 100.000,00 (Cem mil reais), garantindo sua chegada aos cinemas no próximo 12 de junho. Prestigiem!

Escala de tocância de terror:

Título original: Prédio Vazio
Diretor: Rodrigo Aragão
Roteiro: Rodrigo Aragão
Elenco: Rejane Arruda, Gilda Nomacce, Lorena Corrêa e Caio Macedo
Origem: Brasil
Ano de produção: 2024

* Filme visto em pré-estreia promovida pela Sinny Comunicação e Retrato Filmes

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CRÍTICA: O Ritual (2025)

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O Ritual

Jesus, às vezes, se disfarça de filme ruim pra testar a bondade dos homens. Só isso explica a existência de O Ritual (The Ritual, 2025), escrito e dirigido por David Midell. Essa presepada é mais uma produção que se apresenta sob a alcunha de “baseada numa história real”, que inclusive teria inspirado William Peter Blatty a escrever O Exorcista. Ok, vamos lá.

No ano de 1928, na cidade de Earling, em Iowa, uma jovem chamada Emma Schmidt (Abigail Cowen) está encapetada já há um certo tempo. Para resolver essa peleja de uma vez por todas, a igreja católica convoca o sacerdote Theophilus Riesinger (Al Pacino). Nessa missão, ele terá ao seu lado o padre Joseph Steiger (Dan Stevens) e a freira Rose (Ashley Greene).

Theophilus Riesinger e Joseph Steiger realmente existiram e o exorcismo de Emma Schmidt é considerado um dos casos de possessão mais documentados do século XX, incluindo até uma reportagem na revista Time. Mas isso tem no Wikipedia, aqui você vai ficar sabendo como David Midell conseguiu fazer um dos piores filmes de terror do ano.

Para início de conversa, o longa é um festival de clichês. Prepare-se para ver uma jovem amarrada na cama, sofrendo com chagas e feridas, gritando blasfêmias e fazendo objetos se moverem com a força da mente; enquanto os mocinhos rezam e mostram crucifixos.

Depois de tantos filmes de exorcismo, o público até se conforma que verá esse tipo de dinâmica, o problema é que o roteiro nem sequer tenta trazer um mínimo de criatividade. Pior, ele copia a mesma relação padre experiente/padre inexperiente de O Exorcista, incluindo aí uma morte traumática na família do personagem mais jovem.

(Pessoas de bom coração dirão que não tem como fugir, já que foi essa história que inspirou o livro, mas a gente sabe que isso é balela).

Há também o fato de que todos os protagonistas são apresentados em minutos, o que faz com que nenhum drama realmente importe para o espectador. Nem mesmo a pobre da possuída desperta nossa simpatia. E quando o demônio usa os traumas dos personagens contra eles (outra clichê do gênero), isso tem zero impacto, pois… ninguém liga.

Visualmente, O Ritual também é sofrível. A maquiagem é até competente, mas nada marcante. A fotografia é podre e, não satisfeito em falhar como roteirista, David Midell também teve as piores escolhas na direção, com uma INJUSTIFICADA câmera na mão, para dar às cenas um ar documental (Talvez? Sei Lá!).

No meio dessa lambança toda, duas boas ideias surgem. Um suposto affair entre o padre Steiger e irmã Rose; e como o exorcismo está impactando a pequena comunidade rural, com pessoas em pânico e animais morrendo. No entanto, nada disso vai adiante.

E se você chegou até aqui perguntando o que levou Al Pacino a entrar nessa barca furada, nem Jesus sabe a resposta. Em um determinado momento seu personagem abre a boca para dizer: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”. Sim, meteram essa frase em 2025, esperando causar impacto. Que Deus te elimine.

Escala de tocância de terror:

Direção: David Midell
Roteiro: David Midell
Elenco: Al Pacino, Dan Stevens e Ashley Greene
Origem: EUA

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CRÍTICA: Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado (2025)

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Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado

A volta da franquia Pânico deu tão certo que os engravatados de Hollywood ficaram ouriçados em trazer mais um sucesso de anos atrás de volta aos holofotes. “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado” é uma obra que virou referência junto com seu irmão famoso quando se referem aos slashers do meio dos anos 90. E essa nova versão promete ser um pontapé inicial para uma nova trilogia do pescador assassino.

É um reboot, mas a trama é quase um remake do longa original… Jovens ricos (nem todos), bonitos e inconsequentes se envolvem num acidente fatal na noite de 4 de julho. Assustados, decidem então ocultar sua participação no evento. O problema é que alguém viu o sinistro de trânsito e no ano seguinte essa pessoa trajando a capa do assassino original começa a matar um por um dos envolvidos. Obviamente, isso causa um caos na cidade e reacende traumas da população ao lembrar do massacre de anos atrás.

Eu estava com sérias dúvidas sobre a qualidade do filme. O trailer não tinha me convencido mss finalmente quando assisti, até que achei a obra divertida. “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado” é o típico slasher de vingança que já vimos tantas vezes, principalmente nos anos 80. Os personagens na sua grande maioria são unidimensionais e estão ali para serem enganchados (literalmente). E fazendo uma comparação com a obra original, lembro que os protagonistas tinham um pouco mais de desenvolvimento e o tom do longa era mais sombrio.

O novo filme tem uma vibe cômica que não me apeteceu. Não consegui rir de nenhuma piada. Talvez a dita Geração z ache graça, mas não funciona. As cenas de morte, no entanto, são bem bacanas, mas nada demais. Sinceramente esperava algo mais gráfico.

Senti falta de uma boa cena de perseguição. Ainda tentam… mas não achei efetivo. O original, inclusive, tem uma cena de perseguição icônica protagonizada pela personagem da Sarah Michele Gellar que é lembrada até hoje pelos fãs. Neste reboot/remake aqui não há nada parecido de longe.

A utilização de alguns personagens que se referenciam ao “legado” são subaproveitados, principalmente no que envolve a Julie, a final girl original. Agora o final… esse aí vai dividir crítica x público e fãs x haters.

Muitos pela internet já estão revoltados. Eu particularmente não gostei muito, mas não odiei e sinceramente não fez muito sentido. Isso vai de acordo com cada um… uma amiga que estava comigo na sessão, por exemplo, adorou. Pior é que nem dá pra entrar muito em detalhes e ampliar a discussão por conta de spoilers.

Enfim, “Eu sei … verão passado” é uma obra divertida e descerebrada que me entreteve em boa parte do seu tempo. Afinal, nem todo filme precisa ser sério e profundo. Algumas vezes só queremos nos divertir mesmo.

Escala de tocância de terror:

Título original: I Know What You Did Last Summer
Direção: Jennifer Kaytin Robinson
Roteiro: Jennifer Kaytin Robinson, Sam Lansky, Leah Mckendrick
Elenco: Madelyn Cline, Chase Sui Wonders, Jennifer Love Hewitt e outros
Ano de lançamento: 2025

Ah, existe uma cena durante os créditos que dá pistas sobre o futuro.

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