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CRÍTICA: A Possessão do Mal (2015)

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The-Possession-of-Michael-King
Por Júlio César Carvalho

Found-Footage e possessão demoníaca vem caminhando de mãos dadas de uns anos pra cá. O mais recente que mistura essas duas vertentes lançado aqui nos cinemas foi o fraco Exorcistas do Vaticano (The Vatican Tapes, 2015). Agora o filme da vez é A Possessão do Mal, que aposta nessa proposta de falso-documentário e até que tem seus momentos. Detalhe que essa produção é na verdade de agosto 2014, porém, um pouco mais de um ano depois está estreando por aqui.

The.Possession.of.Michael.King.2014.1080p.BluRay.x264.YIFY.mp4_snapshot_00.05.42_[2015.09.30_02.51.28]Escrito e dirigido pelo estreante David Jung, baseado em uma história dele mesmo, A Possessão do Mal nos leva a acompanhar a busca pela evidência registrada em vídeo da existência do sobrenatural, de demônios etc. Revoltado com a morte de sua esposa, Michael King (Shane Johnson) culpa a fé da mesma pela tragédia, pois ela deixou de viajar de férias para a Europa por conta de uma cartomante que havia previsto que se ela não viajasse teria sucesso em sua carreira profissional. Não viajou, morreu em um acidente e por motivos óbvios, a previsão não se concretizou. Inconformado, o cara decide fazer um documentário pra desmascarar essa putaria toda.

Para isso, enche a casa de câmeras para garantir que qualquer evento mínimo fora do normal não deixe de ser gravado. Com a ajuda de um amigo cameraman, Michael vai em busca de padre, demonologista, necromante etc. Tambén visita lojas esotéricas e coisas do tipo. Tenta até realizar rituais em casa, mas sem sucesso. Nessa empreitada, o destaque vai para a visita ao casal de ocultistas que rende um dos melhores momentos do longa, no qual o cineasta se submete a um ritual para evocar um demônio que, segundo os “adoradores de satã”, o próprio Michael havia escolhido involuntariamente.

The.Possession.of.Michael.King.2014.1080p.BluRay.x264.YIFY.mp4_snapshot_00.44.51_[2015.09.30_02.51.54]Vale lembrar que ele mora com a filha, Ellie King, de uns 8 anos no máximo e Beth King, irmã mais nova do Michael que toma conta da garota. O lance é que o cara não desiste da ideia de tão obcecado que está. Ele insiste tanto que consegue que um demônio entre em seu corpo. Parabéns, fera! Agora a coisa começa a ficar feia pra todo mundo. O processo é lento e só lá pela metade do longa é que os primeiros sintomas da possessão começam a ser um problema de fato na vida de todos.

É interessante ver a constante dúvida do protagonista se realmente está possuído ou apenas enlouquecendo. Além de um constante zumbido na cabeça, pássaros passam a se estabacarem nas janelas da casa. Claro que a medida que os eventos sobrenaturais vão se manifestando, não resta dúvidas que a presença maligna é real. O ator Shane Johnson nos confere um personagem bem carismático e transparece bem as transformações físicas e mentais do cineasta. Como ele conversa muito pra câmera, ou seja, com o espectador, fica mais fácil criar empatia pelo protagonista. O resto do elenco é bem fraquinho. Nem fingir que são pessoas comuns sabem.

The.Possession.of.Michael.King.2014.1080p.BluRay.x264.YIFY.mp4_snapshot_01.08.37_[2015.09.30_02.50.22]Logo de início o filme parece que vai ser superinteressante, mas não é bem assim. Infelizmente, A Possessão do Mal, tem um ritmo bem irregular. Depois do início divertido, o filme cai numa chatice que dá a sensação de estarmos assistindo a um “Big Brother” de uma pessoa só. O filme peca pelo excesso e poderia ser bem mais curto do que já é, pois muita coisa ali poderia ser resumida. Apenas no terceiro ato é que as coisas interessantes voltam a ocorrer de fato e o filme melhora um pouco. Destaque para a sequência de exorcismo no mínimo peculiar em que decide fazê-lo sozinho pois não há ninguém para ajudá-lo.

Tecnicamente a direção se sai bem com boas sacadas visuais, porém tem uma edição muito caprichada que tira a sensação de realidade que o estilo found-footage busca por natureza. O incomodo disso é imaginar que, depois de tudo alguém deve ter assistido todos aqueles incontáveis registros e editado de forma fílmica. Até porque não teria sentido alguém fazer isso diante tal tragédia. Trabalho de corno da porra!

The.Possession.of.Michael.King.2014.1080p.BluRay.x264.YIFY.mp4_snapshot_01.13.16_[2015.09.30_02.52.45]Clichê é o que não falta nessa produção. Tem muito susto com interferências na filmagem impulsionados por explosões sonoras (Evite assisti-lo com café no colo ou algo do tipo pra evitar acidentes); tem possuído contorcionista; tem situações que não tem pra quê no roteiro, como quando ele é abordado por uma médium que foi aparentemente possuída pelo espírito de sua falecida esposa. Mas também tem coisas boas também como o discurso inicial feito pelo mesmo para abrir seu documentário; tem a já mencionada tentativa de se “auto-exorcizar”; tem efeitos práticos que podem causar incômodo.

Resumindo, a Possessão do Mal é um filme mediano que, apesar de começar bem, não consegue manter o fôlego durante maior a parte do tempo e, mesmo melhorando no terceiro ato, acaba caminhando para um final previsível. Então pense duas vezes antes de gastar seu tempo e dinheiro com esse filme no cinema.

Escala de tocância de terror:
Título original: The Possession of Michael King
Direção: David Jung
Roteiro: David Jung
Elenco: Shane Johnson, Ella Anderson, Cara Pifko 
Origem: EUA

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0 Comments

  1. dan

    3 de outubro de 2015 at 11:17

    Assisti esse filme no ano passado e realmente tem muito Clichê,mas ele se sobressai no meio de tantas porcarias realizadas nos ultimos anos ,é uma boa diversão sim e no meu ver vale com certeza assistir no cinema,já vi tantas criticas de filmes aqui que colocam 4 caveiras e a decepção foi grande,mas o interessante é isso,cada um com sua opinião,no mais adoro o site e sempre to passando por aqui.forte abraço a todos!

  2. tinarespondeenise

    21 de dezembro de 2015 at 11:10

    Se for assistir, tem que assistir legendado. A Dublagem matou o filme que já não era aquelas coisas

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CRITICA: Frankenstein (2025)

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Frankenstein

Quando saiu o anúncio de que a nova versão cinematográfica para FRANKENSTEIN concebida por Guillermo del Toro. Como fã do livro e do diretor, fiquei animado ao mesmo tempo que receoso por motivos de: Netflix.

FRANKENSTEIN (ou O PROMETEU MODERNO) foi um livro cabuloso escrito por Mary Shelly lançado em 1818 que basicamente cravou a junção de terror com ficção científica. Sua história já foi amplamente adaptada em diversas mídias desde então, sendo até apropriada por Hollywood como um dos monstros da Universal com o clássico de 1931 no qual Boris Karllof interpreta a criatura cujo o visual ficou como o definitivo no imaginário da cultura pop. Outra adaptação que ficou marcada foi a de 1994 com Robert DeNiro encarnando o retalho de corpos ambulante. Para além do cinema, o que não faltam são adaptações e versões, diretas ou indiretas desta icônica obra literária.

Estamos em 2025 e agora temos a versão de Guillermo del Toro (O LABIRINTO DO FAUNO, ESPINHA DO DIABO, HELLBOY, BLADE 2) cineasta que marcou sua filmografia com monstros carismáticos, memoráveis, icônicos e grotescos. Na trama, a grosso modo, acompanhamos Victor Frankenstein, um médico que é obcecado em vencer a morte a todo custo. Para isso ele não poupa esforços numa empreitada para desvendar como reanimar um corpo montado a partir de vários outros cadáveres. Quando enfim tem êxito, percebe que passou dos limites e precisa encarar sua monstruosa criação.

O filme é visualmente impecável. Dos cenários ao figurino, tudo é hipnotizante. Realmente o trabalho de direção de produção, figurino e efeitos são impressionantes. É tanta exuberância que até o gore fica bonito e é aí que a versão de Guillermo del Toro para FRANKENSTEIN se mostra não tão cabulosa como o esperado, ou prometido por sua filmografia. Na medida que o filme avança, a trama não aprofunda, fica redundante e estaciona no lugar comum de um filme apenas “lindo”.

Fica nítido que del Toro não busca desafiar a audiência em momento algum, escolhendo o maniqueísmo fácil, buscando até um didatismo que chega a ser verborrágico. Até visualmente, o cineasta, tão conhecido por trazer criaturas icônicas com visuais que fogem do padrão, prefere uma estética agradável para a criatura, ousando não entregar o esperado, mas ao mesmo tempo, optando pelo caminho mais fácil para o apreço do público pelo quebra-cabeça de defuntos ambulante. O que é até contraditório com toda nojeira apresentada até então, com corpos mutilados para experimentos em todo lugar.

O elenco em geral faz o que o longa pede. O ótimo Oscar Isaac entrega um Victor Frankenstein extremamente desequilibrado e detestável sem muitas nuances, reforçando o maniqueísmo simplório do roteiro. Mia Goth faz sua versão rebelde de Elizabeth, Jacob Elord encarna uma criatura que é basicamente ele mesmo mais pálido com “cicatrizes” perfeitas e o cultuado Christoph Waltz interpreta um personagem criado para esta versão que tem seus momentos, mas no fim acaba sendo só o próprio Christoph Waltz mesmo.

Há diferenças com a obra original, e tá tudo bem sendo até esperado. O foco aqui é mais no drama familiar entre Victor e seu pai, e de Victor com a criatura. O terror fica apenas para as cenas nojentas dos experimentos do doutor e do monstro, trucidando os tripulantes de um navio, por exemplo. Dividido em capítulos, del Toro traz também o ponto de vista da criatura que pretende gerar contrapontos de julgamento, mas poderia ter ido muito além. Assim seguimos nesta dinâmica dualista: de um lado, temos o doutor extremamente babaca, horrível e odiável; do outro, uma criatura inocente, bela e amável. Assim é fácil demais, hein, Guillermo?

Infelizmente, FRANKENSTEIN, de Guillermo del Toro, não vai muito além do belo, não desafiando para uma superação do horrendo, nem instigando reflexões mais profundas. Até em A FORMA DA ÁGUA, em que o cineasta pega mais leve, tem um certo grau de desafio lançado para sua audiência. Este só não é tão esquecível feito o seu A COLINA ESCARLATE por conta do peso da obra original. Aí fica o questionamento: foram estas escolhas dele ou imposições da Netflix? No fim, nem importa tanto, pois o que fica é a obra como foi concebida.

Escala de tocância de terror:

Título original: FRANKENSTEIN
Diretor: Guillermo del Toro
Roteiro: Guillermo del Toro
Elenco: Oscar Isaac, Jacob Elordi, Christoph Waltz, Mia Goth
Origem: EUA, México

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Críticas

CRÍTICA: Predador – Terras Selvagens (2025)

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Predador - Terras Selvagens

Dan Trachtenberg se empolgou tanto com a franquia Predador que, só em 2025, o diretor lançou duas produções sobre o alienígena caçador. Depois da animação Assassino de Assassinos, temos agora Predador: Terras Selvagens (Predator: Badlands), que chega aos cinemas nesta quinta-feira.

Para quem não lembra, Trachtenberg já havia revivido o personagem em O Predador: A Caçada, mantendo a mitologia criada nos dois primeiros filmes (com Arnold Schwarzenegger, em 1987; e Danny Glover, em 1990). A pegada no mais recente longa, porém, dá um ‘duplo twist carpado’.

Ao invés de antagonista, o Predador é quem acompanhamos em Terras Selvagens. Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi) é um jovem extraterrestre da raça Yautja. Como todo membro dessa espécie, ele precisa passar por um ritual de caça para obter lugar em seu clã.

Dek, no entanto, não é um dos mais atléticos da sua linhagem. Assim, para provar de uma vez por todas o seu valor como guerreiro, ele resolve enfrentar Kalisk, um super monstro que é supostamente imortal.

O problema é que esse bichão vive em um planeta onde existe uma centena de ameaças tão grandes quanto ele. Nessa saga, Dek vai contar com a ajuda de Thia (Elle Fanning), uma androide avariada que ele encontra no meio do caminho.

A ideia de acompanhar o ETzão numa jornada nem é tão novidade (algo parecido já havia acontecido no famigerado Alien vs. Predador). Mas vê-lo alçado à categoria de anti-herói. lutando por justiça e fazendo amizades é bem esquisito.

Antes de qualquer coisa, falta carisma a Dek (e nem é pela clássica feiura da criatura). Pela personalidade do Predador, estabelecida ao longo dos anos, não é possível lhe atribuir características clássicas de protagonista, como senso de humor ou transparência emotiva.

A interação com a sintética Thia tenta dar uma carga dramática à história, e por vária vezes servir de alívio cômico, só que fica bem deslocado. Também é preciso muita força de vontade para acompanhá-lo numa peregrinação que culminará apenas num objetivo pessoal.

Predador: Terras Selvagens, todavia, não é um estudo de personagem, então vamos à ação e efeitos especiais. Infelizmente, também não são lá grande coisa. O planeta Genna é até decepcionante, o design de produção foi bem preguiçoso na criação da fauna local e nenhum dos monstrengos é muito marcante. Nem a conexão com a franquia Alien (a Weyland-Yutani aparece como oponente) enche os olhos, poderia ser qualquer megacorporação do mal que tava ok.

Não dá para dizer, apesar de tudo isso, que Dan Trachtenberg estragou a franquia. Mas, ao final, fica muito óbvio que a intenção do realizador é levar a trama para uma espécie de aventura espacial, numa vibe mais próxima de filme de super herói do que de terror sci-fi de carnificina. Eu prefiro o Predador caçando e desmembrando humanos do que pagando de íntegro, porém fica a critério de cada um.

Escala de tocância de terror:

Direção: Dan Trachtenberg
Roteiro: Patrick Aison
Elenco: Elle Fanning, Dimitrius Schuster-Koloamatangi e Reuben de Jong
Origem: EUA

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CRÍTICA: Bom Menino (2025)

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Bom Menino

O filme que viralizou nos últimos meses, graças ao seu protagonista canino em um filme de terror, estreia em pleno Halloween, nos cinemas nacionais. No entanto, “Bom Menino” (Good Boy) não se resume apenas à fofura do doguinho (e adianto que ele é muito fofo mesmo).

Na trama, acompanhamos Indy, um cachorro leal que se muda com seu tutor para uma casa no meio da floresta, após o homem enfrentar um sério problema de saúde. O cão percebe imediatamente que há algo de errado com o local, e, com o tempo, essas manifestações sobrenaturais colocarão suas vidas em perigo.

Indy é, indiscutivelmente, a estrela do filme. Garanto que muitos atores gostariam de ter metade de seu carisma e presença de tela. Em poucos minutos de projeção, já estamos torcendo por ele. O trabalho de adestramento foi impecável, e é difícil imaginar o esforço que o realizador, que também é o tutor real do animal deve ter tido. Desde as cenas de afeto até as de terror, nota-se o cuidado e a boa realização em “Bom Menino“.

O diretor acerta ao usar enquadramentos e jogos de câmera quase sempre na perspectiva de Indy. Em alguns momentos, me lembrei do desenho dos Muppets Babies, em que nunca vemos o rosto da babá, embora aqui, em planos mais convencionais, sejam mostrados vislumbres ou o rosto inteiro dos personagens humanos.

O terror aqui é mais contido: uma sombra aqui e ali, vultos passageiros, mas sem o uso de trilha sonora alta ou aparições exageradas. O ritmo é lento, e a ambientação vai da casa inicialmente decrépita à mata semienevoada, com suas árvores sinistras.

Temos um longa envolto a uma atmosfera de desconforto e medo. Não espere sustos frequentes e jumpscares. Eles existem, mas em quantidade bem menor.

Apesar de em termos técnicos, a coisa funcionar, nem tudo são flores. Mesmo sendo um filme curto, com pouco mais de 70 minutos, é possível notar que a história seria mais bem contada em um curta ou média-metragem. Existem recursos narrativos que se repetem pelo menos três vezes em uma clara tentativa de esticar a duração.

A trama é a clássica da casa mal-assombrada, e a verdadeira inovação está em ser contada sob a perspectiva do cachorro. É algo eficiente que não teria o mesmo destaque se fosse narrada por humanos.

“Bom Menino” é uma agradável surpresa neste ano, dando novo fôlego a uma história que já vimos inúmeras vezes. Indy é um poço de carisma e fofura. Podem assistir sem medo, mas não espere um filme de gritos e sustos constantes.

Escala de tocância de terror:

Título original: Good Boy
Direção: Ben Leonberg
Roteiro: Ben Leonberg e Alex Cannon
Elenco: Indy, Shane Jensen, Arielle Friedman

* Filme visto em Cabine de Imprensa virtual promovida pela Espaço Z

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