conecte-se conosco

Críticas

CRÍTICA: The Walking Dead (5ª temporada)

Publicados

em

Walking_Dead_Season_5_Poster[1]

Por Geraldo de Fraga

Mesmo que zumbis sejam alguns dos vilões mais legais do cinema e terem virado febre mundial na última década, parece que eles são personagens que não funcionam muito bem em histórias longas. É desse mal que padece The Walking Dead, que após o oitavo episódio da quinta temporada, entrou em seu tradicional recesso de fim de ano e só retorna em fevereiro de 2015.

Nesse exato momento da história, acompanhamos o que acontece assim que os personagens principais se reecontram, porém, descobrindo que o tal santuário que todos procuravam não é lá um lugar de sossego. Os dois primeiros episódios são concentrados nesse local, em um evento sangrento bem parecido com o que aconteceu no fim da temporada anterior. Também seguimos o arco que aborda a missão de Eugene (Josh McDermitt) em sua busca pela cura da epidemia zumbi.

Quem assiste à série, sabe que, desde o início, os roteiristas e produtores procuraram se concentrar nos conflitos entre os sobreviventes. Ou era isso, ou a série ficaria apenas mostrando um monte de gente fugindo de zumbis o tempo todo. E o cenário pós-apocalíptico dá um leque de opções gigantesco para várias tramas.

Agradando, a gente sabe que está, pois o programa já foi inclusive renovado para o sexto ano. Só que, por outro lado, uma boa parcela dos fãs de horror critica o fato de The Walking Dead focar muito na ação e por vezes deixar o terror um pouco de lado. E essa temporada está seguindo esse mesmo caminho.

the-walking-dead-season-5-scene

O lance é que, historicamente, zumbis foram usados em metáforas sociais e vê-los como coadjuvantes de uma aventura ofende os mais pudicos. É aí que devemos levar em consideração o produto que está sendo vendido. Não é porque uma série tem zumbis que ela precisa ser necessariamente focada no terror.

Esse não é o problema. O problema de fato é o espiral em que a série se meteu. Se o objetivo era evitar uma história que mostrasse apenas pessoas fugindo de zumbis, acabou ficando uma narrativa onde humanos fogem de humanos, o tempo todo. Os caminhos que os personagens seguem nunca levam a lugar algum e, pior, isso acontece justamente porque não há lugar algum para ir. Não há nenhum objetivo pré-estabelecido pelos personagens, a não ser a luta pela sobrevivência. Essa sinopse poderia bastar para um longa de 1h30, mas The Walking Dead parece um filme que já dura quatro anos.

Há bons sustos e boas maquiagens (além de efeitos de CGI bem feitos) e alguns atores como Andrew Lincoln (Rick), Norman Reedus (Daryl) e Danai Gurira (Michonne) roubam as cenas. A parte técnica é louvável, mas sem um fio condutor mais objetivo, talvez até os fãs mais calorosos comecem a se entediar. E o mais impressionante é que a série vai ganhar um spin off mostrando outros personagens, no mesmo universo, mas em uma outra cidade. Será que lá onde eles estiverem, a coisa será mais interessante?

Nota: 5 (de 0 a 10)

Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!

1 comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Críticas

CRÍTICA: Presença (2025)

Publicados

em

Presença

No fim de 2024, o anúncio do novo filme de Steven Soderbergh surge dando o que falar. Primeiro por se tratar de um filme de gênero do diretor e, segundo, por prometer nos colocar literalmente no ponto de vista do malassombro.

Em PRESENÇA (Presence), acompanhamos a rotina de uma família que acaba de chegar de mudança, porém nunca saímos da casa, pois, como dito, vemos tudo pelo olhar da presença sobrenatural que ali habita. Nesta dinâmica, vagamos com o fantasma por todos os cômodos, sempre procurando ficar perto dos personagens, ora evitando ser notado, ora interagindo com o ambiente.

É interessante que de início temos uma estranheza por estarmos no ponto de vista da tal presença, mas não demora pra nos acostumarmos ao ponto de chegarmos a ser o malassombro em si. É legal que suas – ou seriam nossas? – Interações físicas com as personagens e ambiente são simples, eficazes e críveis. Detalhe que a câmera não flutua, mas anda com movimentos humanos reforçando sempre que este personagem existe em cena.

Seteven Soderbergh é um cineasta com uma longa trajetória no audiovisual. Desde a década de 80 vem realizando vídeos clipes, curtas, séries, filmes etc, somando mais de 40 anos de carreira com produções undergrounds e mainstreams, sempre buscando experimentar formatos com muito apuro estético. Como o parâmetro geral é o Oscar, ele já teve 3 indicações, vencendo em 2001 pela direção de TRAFFIC. Para além, ele tem muitos filmes conhecidos como ONZE HOMENS E UM SEGREDO, 2 longas sobre Che Guevara (um deles com Rodrigo Santoro no elenco), CONTÁGIO, que foi amplamente revisitado durante a pandemia da COVID-19, um remake de SOLARIS e muitos outros.

Aqui em PRESENÇA, o cineasta também busca experimentar. Agora com uma câmera de mão e uma lente 14mm que funciona como o olhar do espírito – e nosso! – que passeia pelos cômodos da casa. O uso de mínimo de equipamentos não é uma novidade na filmografia de Soderbergh. Vide o seu interessante DISTÚRBIO (Unsane, 2017), também de terror, que foi filmado só com um iPhone 7.

Estamos diante de um caso raro em que a busca pelo realismo funciona sem perder a magia. Soderbergh trabalha o drama familiar de uma forma tão palpável que beira a realidade. Os diálogos soam naturais e precisos, rendendo momentos legitimamente ternos e tensos. Apesar de termos a veterana Lucy Liu, que vive a mãe, no elenco, é focada na sua filha Cloe, vivida por Callina Liang, na qual todas as motivações pairam. Os outros arcos das demais personagens são muito bem trabalhados também.

Apesar das qualidades, nem tudo é legal aqui. Por exemplo, o excesso de cortes secos com longas pausas em tela preta que sinalizam saltos temporais. Isso não seria um problema se não fosse pela quantidade e em curtos espaços de tempo. Essas interrupções constantes podem incomodar e até tirar da imersão pretendida que vinha sendo bem construída. Algo que também pode desagradar, é a simplicidade de toda situação. Pra quem espera sequências mais elaboradas, tão comuns e esperadas em filmes da mesma temática, a falta de muita “pirotecnia” pode soar frustrante.

Simples, direto e eficaz, PRESENÇA acerta o tom dentro do formato proposto, entregando exatamente o que promete sendo um ótimo começo de ano para o terror. Sem contar que é sempre bom ver cineastas de longa data se aventurando em filmes “menores” e de gênero.

Escala de tocância de terror:

Título original: Presence
Diretor: Steven Soderbergh
Roteiro: David Koepp
Elenco: Lucy Liu, Chris Sullivan, Callina Liang
Origem: EUA
Ano de produção: 2024

Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!

Continue lendo

Críticas

CRÍTICA: Desconhecidos (2025)

Publicados

em

Desconhecidos

A graça de ver filmes em uma narrativa não-linear é que a todo instante nossa atenção está em jogo para ligar os pontos e entender melhor a história como um todo. É com base neste recurso de edição que “Desconhecidos” (Strange Darling) de JT Mollner se dá bem.

É explicado desde o início que esta é uma história em seis capítulos. Sendo que o filme já começa no Capítulo 3! E esta é justamente uma das sequências mais instigantes do longa para prender a atenção do espectador desde o começo.

O lance, é que nesta aparente perseguição entre homem e mulher em alta velocidade, sabemos muito pouco sobre cada um deles. A introdução de quem é quem e suas motivações só aparece na parte 5 de “Desconhecidos“, que equivale ao “Capítulo 2”.

Pode parecer confuso, mas funciona como um slasher também. Ainda assim, a Miramax que lançou o filme não estava botando fé e tentou na pós-produção organizar o filme em um formato convencional na ordem em que as cenas ocorrem sem consentimento do diretor.

Diante dessa briga, JT Mollner retomou as rédeas da obra se apegando a cláusulas contratuais. E foi possivelmente por conta desse impasse que estamos vendo este filme sendo lançado tão tardiamente.

Mesmo passando metade de “Desconhecidos” sem termos certeza de quem está com razão ou quem é a real vítima, a atuação de Willa Fitzgerald é a que engrandece um filme com um roteiro aparentemente tão simples, mas cheio de reviravoltas. Mas se o título nacional se refere de forma vaga aos principais personagens, isso também se deve porque eles não tem nome na trama. Foi até uma boa sacada.

Veja sem ficar com pé atrás e curta a diversão regada a sangue e muitos tiros.

Escala de tocância de terror:

Título original: Strange Darling
Diretor: JT Mollner
Roteiro: JT Mollner
Elenco: Willa Fitzgerald, Kyle Gallner, Madisen Beaty, Barbara Hershey e outros
Ano de lançamento: 2025

* Filme visto em Cabine de Imprensa virtual promovida pela Espaço Z e Paris Filmes

Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!

Continue lendo

Críticas

CRÍTICA: Entre Montanhas (2025)

Publicados

em

Entre Montanhas

Diretor de O Exorcismo de Emily Rose, Livrai-nos do Mal e O Telefone Preto, é inegável que Scott Derrickson transformou seu nome numa pequena grife. Com um currículo recheado de filmes medianos, mas lucrativos, foi nele que a Apple TV apostou para comandar Entre Montanhas (The Gorge, 2025), escrito por Zach Dean, autor de A Guerra do Amanhã e Velozes & Furiosos 10.

Na trama, acompanhamos dois snipers excepcionais que são recrutados para passarem um ano vigiando um desfiladeiro num lugar remoto, cuja localização é desconhecida de ambos. Levi (Miles Teller) é um ex-fuzileiro americano, deprimido e sem amigos. Drasa (Anya Taylor-Joy) é uma mercenária bielorrussa em luto pela morte do pai.

Descobrimos então que o tal precipício é o lar de criaturas maléficas e que a missão deles é impedir que as coisas saiam do buraco. Eles, porém, não estão juntos, cada um fica de um lado do abismo, isolado em sua própria torre, armados até os dentes, mas impedidos de se comunicarem.

Essa regra, claro, é quebrada. Aí rola uma química, uma paquera, o casal se apaixona e resolve se encontrar. Quando os monstros promovem um ataque pesado e eles precisam agir juntos, Entre Montanhas vira uma mistura de Sr. & Sra. Smith com Resident Evil, que passeia por vários gêneros: terror, ficção científica, ação e comédia romântica.

O problema é que, em nenhum deles, o filme empolga. E olhe que são quase duas horas e um roteiro que entope o longa com várias revelações. Scott Derrickson até nos brinda com uma cena boa, aqui e ali, e a dupla de protagonistas se esforça para nos dar um casal com um mínimo de química.

Só que a história de Zach Dean funcionaria melhor como um videogame, onde a jogabilidade preencheria o espaço da ação. Apenas assisti-la é totalmente desinteressante. A sub-trama sobre quem comanda a vigilância do desfiladeiro ainda deixa a participação de Sigourney Weaver subaproveitada.

Entre Montanhas começa com uma premissa interessante, um bom background dos personagens, mas quando o bicho pega é uma repetição de tudo que a gente já viu. Isso nem seria ruim, se fosse uma repetição de tudo que a gente já viu e gostou. Com ação genérica e soluções fáceis, é só tédio mesmo.

Escala de tocância de terror:

Título original: The Gorge
Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Zach Dean
Elenco: Anya Taylor-Joy, Miles Teller e Sigourney Weaver
Origem: EUA e Inglaterra

Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!

Continue lendo

Trending