Críticas
CRÍTICA: Annabelle (2014)

Nada mais batido no gênero horror do que objetos amaldiçoados que acabam por detonar todo e qualquer tipo de harmonia do lugar onde ele está. O objeto em questão é “Annabelle”, a horrenda (diga-se de passagem) boneca que aparece no superestimado filme “Invocação do Mal”, de James Wan, que inclusive, é produtor desse $pin off.

O filme não empolga em nenhum momento e os poucos momentos inspirados são tão poucos, mas tão poucos, que não acrescentam valor à obra. Sem falar que a própria boneca Annabelle é tão mal aproveitada que, esquecemos de que ela é a “atriz principal” do filme. Outra coisa chatíssima no filme é o viés judaico-cristão de culpa/dor/redenção que faz com que o espectador mais perspicaz saiba exatamente o que vai acontecer.

Diante de tudo isso, chegamos à conclusão de que o filme poderia ter sido lançado diretamente em DVD. Teria sido até mais justo pro espectador e pros produtores, que, ao lançar a obra nas telonas, provaram pra quem quisesse ver que Annabelle é meramente um produto raso e desmerecedor de elogios.
Enfim, “Annabelle” consegue ser tão chato, mas tão chato, que consegue fazer com que “Invocação do Mal” pareça ser legal, coisa que não é.
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Gary Dauberman
Elenco: Ward Horton, Annabelle Wallis, Alfre Woodard
Origem: EUA
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=paFgQNPGlsg?rel=0&w=560&h=315]
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Críticas
CRITICA: Frankenstein (2025)

Quando saiu o anúncio de que a nova versão cinematográfica para FRANKENSTEIN concebida por Guillermo del Toro. Como fã do livro e do diretor, fiquei animado ao mesmo tempo que receoso por motivos de: Netflix.

FRANKENSTEIN (ou O PROMETEU MODERNO) foi um livro cabuloso escrito por Mary Shelly lançado em 1818 que basicamente cravou a junção de terror com ficção científica. Sua história já foi amplamente adaptada em diversas mídias desde então, sendo até apropriada por Hollywood como um dos monstros da Universal com o clássico de 1931 no qual Boris Karllof interpreta a criatura cujo o visual ficou como o definitivo no imaginário da cultura pop. Outra adaptação que ficou marcada foi a de 1994 com Robert DeNiro encarnando o retalho de corpos ambulante. Para além do cinema, o que não faltam são adaptações e versões, diretas ou indiretas desta icônica obra literária.
Estamos em 2025 e agora temos a versão de Guillermo del Toro (O LABIRINTO DO FAUNO, ESPINHA DO DIABO, HELLBOY, BLADE 2) cineasta que marcou sua filmografia com monstros carismáticos, memoráveis, icônicos e grotescos. Na trama, a grosso modo, acompanhamos Victor Frankenstein, um médico que é obcecado em vencer a morte a todo custo. Para isso ele não poupa esforços numa empreitada para desvendar como reanimar um corpo montado a partir de vários outros cadáveres. Quando enfim tem êxito, percebe que passou dos limites e precisa encarar sua monstruosa criação.

O filme é visualmente impecável. Dos cenários ao figurino, tudo é hipnotizante. Realmente o trabalho de direção de produção, figurino e efeitos são impressionantes. É tanta exuberância que até o gore fica bonito e é aí que a versão de Guillermo del Toro para FRANKENSTEIN se mostra não tão cabulosa como o esperado, ou prometido por sua filmografia. Na medida que o filme avança, a trama não aprofunda, fica redundante e estaciona no lugar comum de um filme apenas “lindo”.
Fica nítido que del Toro não busca desafiar a audiência em momento algum, escolhendo o maniqueísmo fácil, buscando até um didatismo que chega a ser verborrágico. Até visualmente, o cineasta, tão conhecido por trazer criaturas icônicas com visuais que fogem do padrão, prefere uma estética agradável para a criatura, ousando não entregar o esperado, mas ao mesmo tempo, optando pelo caminho mais fácil para o apreço do público pelo quebra-cabeça de defuntos ambulante. O que é até contraditório com toda nojeira apresentada até então, com corpos mutilados para experimentos em todo lugar.

O elenco em geral faz o que o longa pede. O ótimo Oscar Isaac entrega um Victor Frankenstein extremamente desequilibrado e detestável sem muitas nuances, reforçando o maniqueísmo simplório do roteiro. Mia Goth faz sua versão rebelde de Elizabeth, Jacob Elord encarna uma criatura que é basicamente ele mesmo mais pálido com “cicatrizes” perfeitas e o cultuado Christoph Waltz interpreta um personagem criado para esta versão que tem seus momentos, mas no fim acaba sendo só o próprio Christoph Waltz mesmo.
Há diferenças com a obra original, e tá tudo bem sendo até esperado. O foco aqui é mais no drama familiar entre Victor e seu pai, e de Victor com a criatura. O terror fica apenas para as cenas nojentas dos experimentos do doutor e do monstro, trucidando os tripulantes de um navio, por exemplo. Dividido em capítulos, del Toro traz também o ponto de vista da criatura que pretende gerar contrapontos de julgamento, mas poderia ter ido muito além. Assim seguimos nesta dinâmica dualista: de um lado, temos o doutor extremamente babaca, horrível e odiável; do outro, uma criatura inocente, bela e amável. Assim é fácil demais, hein, Guillermo?

Infelizmente, FRANKENSTEIN, de Guillermo del Toro, não vai muito além do belo, não desafiando para uma superação do horrendo, nem instigando reflexões mais profundas. Até em A FORMA DA ÁGUA, em que o cineasta pega mais leve, tem um certo grau de desafio lançado para sua audiência. Este só não é tão esquecível feito o seu A COLINA ESCARLATE por conta do peso da obra original. Aí fica o questionamento: foram estas escolhas dele ou imposições da Netflix? No fim, nem importa tanto, pois o que fica é a obra como foi concebida.
Título original: FRANKENSTEIN
Diretor: Guillermo del Toro
Roteiro: Guillermo del Toro
Elenco: Oscar Isaac, Jacob Elordi, Christoph Waltz, Mia Goth
Origem: EUA, México
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Críticas
CRÍTICA: Predador – Terras Selvagens (2025)

Dan Trachtenberg se empolgou tanto com a franquia Predador que, só em 2025, o diretor lançou duas produções sobre o alienígena caçador. Depois da animação Assassino de Assassinos, temos agora Predador: Terras Selvagens (Predator: Badlands), que chega aos cinemas nesta quinta-feira.
Para quem não lembra, Trachtenberg já havia revivido o personagem em O Predador: A Caçada, mantendo a mitologia criada nos dois primeiros filmes (com Arnold Schwarzenegger, em 1987; e Danny Glover, em 1990). A pegada no mais recente longa, porém, dá um ‘duplo twist carpado’.

Ao invés de antagonista, o Predador é quem acompanhamos em Terras Selvagens. Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi) é um jovem extraterrestre da raça Yautja. Como todo membro dessa espécie, ele precisa passar por um ritual de caça para obter lugar em seu clã.
Dek, no entanto, não é um dos mais atléticos da sua linhagem. Assim, para provar de uma vez por todas o seu valor como guerreiro, ele resolve enfrentar Kalisk, um super monstro que é supostamente imortal.
O problema é que esse bichão vive em um planeta onde existe uma centena de ameaças tão grandes quanto ele. Nessa saga, Dek vai contar com a ajuda de Thia (Elle Fanning), uma androide avariada que ele encontra no meio do caminho.

A ideia de acompanhar o ETzão numa jornada nem é tão novidade (algo parecido já havia acontecido no famigerado Alien vs. Predador). Mas vê-lo alçado à categoria de anti-herói. lutando por justiça e fazendo amizades é bem esquisito.
Antes de qualquer coisa, falta carisma a Dek (e nem é pela clássica feiura da criatura). Pela personalidade do Predador, estabelecida ao longo dos anos, não é possível lhe atribuir características clássicas de protagonista, como senso de humor ou transparência emotiva.
A interação com a sintética Thia tenta dar uma carga dramática à história, e por vária vezes servir de alívio cômico, só que fica bem deslocado. Também é preciso muita força de vontade para acompanhá-lo numa peregrinação que culminará apenas num objetivo pessoal.

Predador: Terras Selvagens, todavia, não é um estudo de personagem, então vamos à ação e efeitos especiais. Infelizmente, também não são lá grande coisa. O planeta Genna é até decepcionante, o design de produção foi bem preguiçoso na criação da fauna local e nenhum dos monstrengos é muito marcante. Nem a conexão com a franquia Alien (a Weyland-Yutani aparece como oponente) enche os olhos, poderia ser qualquer megacorporação do mal que tava ok.
Não dá para dizer, apesar de tudo isso, que Dan Trachtenberg estragou a franquia. Mas, ao final, fica muito óbvio que a intenção do realizador é levar a trama para uma espécie de aventura espacial, numa vibe mais próxima de filme de super herói do que de terror sci-fi de carnificina. Eu prefiro o Predador caçando e desmembrando humanos do que pagando de íntegro, porém fica a critério de cada um.
Direção: Dan Trachtenberg
Roteiro: Patrick Aison
Elenco: Elle Fanning, Dimitrius Schuster-Koloamatangi e Reuben de Jong
Origem: EUA
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Críticas
CRÍTICA: Bom Menino (2025)

O filme que viralizou nos últimos meses, graças ao seu protagonista canino em um filme de terror, estreia em pleno Halloween, nos cinemas nacionais. No entanto, “Bom Menino” (Good Boy) não se resume apenas à fofura do doguinho (e adianto que ele é muito fofo mesmo).
Na trama, acompanhamos Indy, um cachorro leal que se muda com seu tutor para uma casa no meio da floresta, após o homem enfrentar um sério problema de saúde. O cão percebe imediatamente que há algo de errado com o local, e, com o tempo, essas manifestações sobrenaturais colocarão suas vidas em perigo.
Indy é, indiscutivelmente, a estrela do filme. Garanto que muitos atores gostariam de ter metade de seu carisma e presença de tela. Em poucos minutos de projeção, já estamos torcendo por ele. O trabalho de adestramento foi impecável, e é difícil imaginar o esforço que o realizador, que também é o tutor real do animal deve ter tido. Desde as cenas de afeto até as de terror, nota-se o cuidado e a boa realização em “Bom Menino“.

O diretor acerta ao usar enquadramentos e jogos de câmera quase sempre na perspectiva de Indy. Em alguns momentos, me lembrei do desenho dos Muppets Babies, em que nunca vemos o rosto da babá, embora aqui, em planos mais convencionais, sejam mostrados vislumbres ou o rosto inteiro dos personagens humanos.
O terror aqui é mais contido: uma sombra aqui e ali, vultos passageiros, mas sem o uso de trilha sonora alta ou aparições exageradas. O ritmo é lento, e a ambientação vai da casa inicialmente decrépita à mata semienevoada, com suas árvores sinistras.
Temos um longa envolto a uma atmosfera de desconforto e medo. Não espere sustos frequentes e jumpscares. Eles existem, mas em quantidade bem menor.

Apesar de em termos técnicos, a coisa funcionar, nem tudo são flores. Mesmo sendo um filme curto, com pouco mais de 70 minutos, é possível notar que a história seria mais bem contada em um curta ou média-metragem. Existem recursos narrativos que se repetem pelo menos três vezes em uma clara tentativa de esticar a duração.
A trama é a clássica da casa mal-assombrada, e a verdadeira inovação está em ser contada sob a perspectiva do cachorro. É algo eficiente que não teria o mesmo destaque se fosse narrada por humanos.
“Bom Menino” é uma agradável surpresa neste ano, dando novo fôlego a uma história que já vimos inúmeras vezes. Indy é um poço de carisma e fofura. Podem assistir sem medo, mas não espere um filme de gritos e sustos constantes.
Título original: Good Boy
Direção: Ben Leonberg
Roteiro: Ben Leonberg e Alex Cannon
Elenco: Indy, Shane Jensen, Arielle Friedman
* Filme visto em Cabine de Imprensa virtual promovida pela Espaço Z
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rebeca
12 de outubro de 2014 at 18:28
invocação do mal nao é legal? poxa
Blog Toca o Terror
12 de outubro de 2014 at 23:46
Rimou!
Fred
11 de junho de 2016 at 10:11
Caras babacas que fazem critica aqui, só sabem falar mal, terror é isso aí, não tem como retirar esses elementos, se eles não gostam de filme de terror não comentem, vão comentar drama! BABACAS demais velho, ridiculo esse blog, queria saber qual o terror 5 estrelas pra eles???
raji
14 de outubro de 2014 at 00:51
Menino, acabei de assistir com a sala lotada e pelo que percebi a grande maioria gostou di filme.
Júlio Carvalho (@JxCxBOZO)
14 de outubro de 2014 at 10:49
Eu acredito. Por isso que vai continuar aparecendo filmes assim. 🙁
Geraldo de Fraga
16 de outubro de 2014 at 13:24
Eu imagino que seja um filme bem dirigido e com um monte de sustos. E só precisa disso mesmo para agradar o grande público.
Clinton Freitas
19 de outubro de 2014 at 11:37
Já tô curioso pra ver o filme! Gostei de invocação do mal. Mas diminuindo a expectativa, pode ser que goste.
Epifania Gangrenosa (@JxCxBOZO)
22 de outubro de 2014 at 01:13
~diminuindo a expectativa, pode ser que goste~ HAHAHAHAHAHAHAHA…
André Vale
22 de outubro de 2014 at 00:00
Invocação do Mal foi um bom filme de terror, afinal, terror é aquilo que passa a sensação de medo, agora carnificina, da medo a alguém? Só meu filho de 5 anos que não pode ver um braço partido que chora….abraços. Já que são especialistas em terror ao extremo , me passem cinco filmes de terror que merecem aplauso!
Blog Toca o Terror
22 de outubro de 2014 at 00:54
Desafio aceito, seguem cinco dicas:
* I Am a Ghost (2012)
http://blogtocaoterror.wordpress.com/2014/08/25/resenha-i-am-a-ghost-2012
* La Casa del Fin de Los Tiempos (2013)
http://blogtocaoterror.wordpress.com/2014/02/16/resenha-la-casa-del-fin-de-los-tiempos-2013
* Afflicted (2013)
http://blogtocaoterror.wordpress.com/2014/07/21/resenha-afflicted-2013/
* Bairokêshon (2013)
http://blogtocaoterror.wordpress.com/2014/08/20/resenha-bairokeshon-2013
* The Den (2014)
http://blogtocaoterror.wordpress.com/2014/07/16/resenha-the-den-2014
Max
9 de novembro de 2014 at 10:52
“The Den” é muuuuuuuuito bom. Esse sim merecia ter uma estreia em todo mundo. Ele dá susto e ainda deixa um gostinho de quero mais. Adorei a lista <3
"Afflicted" é TOP demais. Adorei tbm.
Faz uma critica ou assista um filme que se chama "Random" (2014). Ele é muito bom também. A protagonista de "Random" lembra a protagonista de "You're Next".
obrigado pela critica de Anabelle.
Renan Gomes
10 de abril de 2015 at 22:30
Bem, tirando The Den que é de 2014, e de fato é muito bom, qual outro do mesmo ano você indicaria que seja melhor do que Invocação do Mal? Ah, e sinceramente dois filmes distintos em suas tramas e propostas, nada a ver comparar. The Den é bom? É! Invocação do mal também. O filme mais competente de 2014, e que foi uma ‘megaprodução’. Nao só agradou publico, mas agradou aos fãns do horror que almejavam algo novo, mas se nao veio..ao menos foi interessante e assustador.
Blog Toca o Terror
11 de abril de 2015 at 04:21
Oi Renan, falamos dos melhores filmes de 2014 aqui: http://tocaoterror.com/2014/12/23/podcast-s03e20-retrospectiva-2014-cinema
Max
9 de novembro de 2014 at 10:48
Acredito que o filme será um sucesso de bilheteria até porque clichê e farofa vende que é uma beleza, mas o filme não acrescenta nada de novo ao gênero, não passa de uma mesmice sem fim, com uma narrativa que se arrasta por longos 90 minutos sem fim. (podiam ter cortado para 80 ou 70) e eu particularmente quase dormi no cinema de tão chato.