Críticas
CRÍTICA: Annabelle (2014)
Nada mais batido no gênero horror do que objetos amaldiçoados que acabam por detonar todo e qualquer tipo de harmonia do lugar onde ele está. O objeto em questão é “Annabelle”, a horrenda (diga-se de passagem) boneca que aparece no superestimado filme “Invocação do Mal”, de James Wan, que inclusive, é produtor desse $pin off.
O filme não empolga em nenhum momento e os poucos momentos inspirados são tão poucos, mas tão poucos, que não acrescentam valor à obra. Sem falar que a própria boneca Annabelle é tão mal aproveitada que, esquecemos de que ela é a “atriz principal” do filme. Outra coisa chatíssima no filme é o viés judaico-cristão de culpa/dor/redenção que faz com que o espectador mais perspicaz saiba exatamente o que vai acontecer.
Diante de tudo isso, chegamos à conclusão de que o filme poderia ter sido lançado diretamente em DVD. Teria sido até mais justo pro espectador e pros produtores, que, ao lançar a obra nas telonas, provaram pra quem quisesse ver que Annabelle é meramente um produto raso e desmerecedor de elogios.
Enfim, “Annabelle” consegue ser tão chato, mas tão chato, que consegue fazer com que “Invocação do Mal” pareça ser legal, coisa que não é.
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Gary Dauberman
Elenco: Ward Horton, Annabelle Wallis, Alfre Woodard
Origem: EUA
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=paFgQNPGlsg?rel=0&w=560&h=315]
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Críticas
CRÍTICA: Rua do Medo – Rainha do Baile (2025)
Comprada pela Netflix, a franquia “Rua do Medo” (Fear Street) se revelou um baita sucesso para a plataforma de streaming. Os primeiros filmes arrebataram tanto os fãs dos livros em que foi baseada, como também um novo público. E agora quatro anos depois daquele primeiro lançamento, um novo filme foi lançado.
No ano de 1988, a cidade de Shadyside está prestes a presenciar mais um massacre quando um misterioso assassino mascarado está eliminando todas as candidatas a Rainha do Baile e qualquer um que apareça em seu caminho. Alheias a isso num primeiro momento, as candidatas se envolvem em dramas teens no mesmo estilo Meninas Malvadas (2004) e vão em breve descobrir que os problemas adolescentes são os menores dos problemas que enfrentarão.
Eu já adianto que não sou grande fã da franquia. Gostei mesmo do segundo filme “Rua do Medo: 1978” (2023) que é uma homenagem aos slashers de acampamento. Partes do terceiro filme da saga, “Rua do Medo: 1666” (2023) também merece uma olhada, já que ele segue a linha do folk horror. Dito isso, não estava muito animado com o hype para esse novo capítulo da saga.
Ainda assim posso dizer que a produção me surpreendeu. E como era de se esperar, “Rua do Medo: Rainha do Baile” é um divertido slasher teen no melhor e pior sentido. A estrutura básica é a mesma de sempre, podendo ter desenvolvido mais a maioria das personagens para que não fossem só pedaços de carne indo para o abate. Eu sei que a maioria dos slashers são assim e eu amo, mas seria um diferencial. A protagonista tem um bom pano de fundo e a atriz é carismática, coisa que não aconteceu com as protagonistas dos filmes anteriores.
A direção é bem convencional e poderia ter brilhado nos momentos de perseguição, mas eu acho que o diretor estava com certa preguiça de criar tensão nesses momentos ou medo de deixar o público alvo muito nervoso. Agora, onde o filme brilha mesmo são nas sequências de assassinatos. O sangue jorra e o longa brilha prestando homenagens a slashers não tão conhecidos como “Quem Matou Rosemary“, “Pouco Antes do Amanhecer” e, claro, “A Morte Convida Para Dançar“. Todos vindos dos anos 80.
Resumindo… “Rua do Medo: Rainha do Baile” diverte a quem curte slashers. O filme é meio boboca e sangrento, mas mesmo sem ter muitas conexões com os filmes anteriores, isso não me irritou. E por isso mesmo pode ser visto de forma isolada pra quem ficou com preguiça de ver os demais da série.

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CRÍTICA: Until Dawn – Noite de Terror (2025)
Eu tenho um carinho especial por Until Dawn. Foi o game que me fez querer de fato um PlayStation 4. Tanto é que ganhei da minha irmã pouco antes de ter o console. E como sabem, slashers são minha paixão antiga. Com isso, a chance de moldar os eventos do game foi muito tentadora. O jogo é uma clássica história desse subgênero e no fim me diverti muito. E quando o filme foi anunciado, fiquei cabreiro. Quando saiu o trailer, o receio parecia real. Hoje, tendo assistido ao longa “Until Dawn – Noite de Terror“, fiquem com as minhas impressões abaixo…
Antes, vamos ao enredo. Uma garota viaja acompanhada com seus amigos a procura de pistas de sua irmã desaparecida um ano atrás. A busca os leva para uma casa no meio do nada que esconde um segredo mortal: todas as noites algo tenebroso ronda o local e o objetivo é sobreviver até o amanhecer, sendo que a morte não significa o fim. Uma vez tendo falhado, você volta pouco antes do anoitecer para uma nova rodada de terror com novas ameaças, repetindo o ciclo até conseguir derrotar as criaturas terríveis ou se tornar parte da escuridão.
Olha, eu nunca imaginei uma adaptação direta do game porque por mais que tenha gostado no fim é uma história básica… Um slasher com todos os clichês possíveis com o diferencial da possibilidade de moldar a história. A adaptação me pareceu ser um roteiro que já estava pronto e os roteiristas e diretor só incluíram alguns detalhes visuais do jogo pra justificar o título como um desses filmes com loop de tempo.
Nunca reclamei de elenco de slashers… Geralmente são atores fracos mesmo e em início de carreira, mas aqui eles meteram o louco e escalaram atores tão ruins, mas tão ruins que não conseguem nem o básico. Sério, fiquei impressionado com a mediocridade desses personagens mesmo sendo rascunho de pessoas e sendo estereótipos ambulantes.
A trama segue fraca servindo uma colcha de retalhos de vários estilos, mas nenhum deles realmente dignos de nota. “Until Dawn” tem, obviamente, jumpscares tão cretinos que até eu que levo susto com minha sombra não fui afetado. O real chamariz é o gore e o filme de fato justifica sua classificação 18 anos. O sangue, vísceras e partes de corpos explodem com gosto pra cima da tela.
Esse filme faz parte de uma iniciativa da PlayStation em expandir suas franquias para outras mídias. Na Tv e no streaming, por exemplo, a série “The Last Of Us” está sendo um sucesso total, mas no cinema, a empresa de games ainda não encontrou algo pra chamar de hit. Basta ainda lembrar do fraco “Uncharted: Fora do Mapa” (2023).
Mas bem, sinceramente esperem “Until Dawn – Noite de Terror” em algum serviço de streaming porque no cinema não dá pra recomendar.

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Críticas
CRÍTICA: Pecadores (2025)
“Se você continua a dançar com o diabo, um dia ele vai te seguir até sua casa.”
Estas são as palavras do pastor Jedidiah para o filho que volta para casa, como na parábola do filho pródigo. Cansado, machucado e arrependido, ele é a testemunha dos acontecimentos que conheceremos ao longo da história de Pecadores (Sinners).
Mississippi, 1932. Os irmãos Elias e Elijah, mais conhecidos como Fuligem e Fumaça (interpretados por Michael B. Jordan), retornam à sua cidade natal após uma temporada em Chicago, com o objetivo de abrir um juke joint (um tipo de inferninho com comida farta, bebida, jogatina e muita música) e recomeçar suas vidas. Para a inauguração do estabelecimento, os gêmeos começam a reunir sua “trupe”.
É assim que conhecemos ‘Pastorzinho’ Sammie (o cantor Miles Caton, em sua estreia), o jovem do começo do filme, primo dos gêmeos, que, apesar da pouca idade, se mostra um talentoso bluesman. O pianista Delta Slim (Delroy Lindo, fazendo jus ao sobrenome como sempre), os Chow (Yao e Helena Hu), Cornbread (Omar Miller) e Annie (Wunmi Mosaku), ex-esposa de Fumaça e sacerdotisa hoodoo, que será responsável pela cozinha do lugar (e também por explicar aos demais os acontecimentos sobrenaturais que virão). Com a chegada inesperada de Mary (Hailee Steinfeld), ex-namorada de Fuligem, o núcleo está completo.
Ryan Coogler, que dirigiu anteriormente filmes como Creed: Nascido para Lutar e os Pantera Negra, não tem pressa em chegar às vias de fato: dedica a primeira hora de Pecadores a um drama com tons ensolarados e ritmo refinado.
O foco está na construção cuidadosa de um mundo marcado pela persistente sombra da escravidão e pelas desigualdades de um Sul dos Estados Unidos em que pessoas que acordam antes do amanhecer para colher algodão recebem o pagamento em moedas de madeira ou títulos de plantação, em vez de dinheiro; presidiários acorrentados trabalham nas estradas; e a Ku Klux Klan que pode, a qualquer momento, bater à sua porta.
Nessa realidade, o blues oferece uma fuga e uma cura. A música, que permeia todo o filme, é refúgio e ponte entre o passado e o futuro. Isso é demonstrado de forma magistral em um dos momentos mais belos — e ao mesmo tempo estranhos — do filme, durante a inauguração do empreendimento dos gêmeos. Mas tanta energia positiva, gerada por aqueles que são musical ou metafisicamente talentosos, acaba atraindo seu oposto. E é aí que entra o charmoso e ameaçador Remmick.
Remmick (Jack O’Connell) bate à porta de Bert (Peter Dreimanis) e sua esposa Joan (Lola Kirke) — que logo descobrimos serem membros da KKK —, pedindo ajuda e alegando estar sendo perseguido por “terríveis indígenas”. No entanto, tudo não passa de um disfarce para conseguir ser convidado a entrar na casa deles. O convite selará seus destinos (e também mudará o ritmo da história dali em diante).
Apesar de ser o primeiro trabalho totalmente autoral de Coogler, Pecadores também confirma parcerias de longa data. O compositor Ludwig Göransson e Michael B. Jordan estão presentes em todos os filmes do diretor. O mesmo vale para a montagem de Michael P. Shawver. A direção de fotografia é de Autumn Durald Arkapaw, que também trabalhou em Pantera Negra: Wakanda para Sempre. Enfim, trata-se de um filme em que o entrosamento da equipe é notável e que Ryan conduz como um blues de Buddy Guy (que faz uma pontinha na cena entre-créditos): de vez em quando tem umas notinhas fora, mas ainda assim é uma obra-prima.
P.S.: Tem uma cena pós-créditos que quem gostou do filme, como eu, vai curtir.
P.S.2: Não vou postar teaser nem trailer pois eles têm muita revelação desnecessária. Aliás, façam como eu e não leiam mais nada além dessa resenha, nem assistam os trailers de Pecadores. Apenas vão pro cinema e assistam (no IMAX, se possível).

Título original: Sinners
Diretor: Ryan Coogler
Roteiro: Ryan Coogler
Elenco: Michael B. Jordan, Miles Caton, Delroy Lindo
Origem: EUA
Ano de produção: 2024
* Filme visto em pré-estreia promovida pela Espaço Z no IMAX do UCI Recife
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rebeca
12 de outubro de 2014 at 18:28
invocação do mal nao é legal? poxa
Blog Toca o Terror
12 de outubro de 2014 at 23:46
Rimou!
Fred
11 de junho de 2016 at 10:11
Caras babacas que fazem critica aqui, só sabem falar mal, terror é isso aí, não tem como retirar esses elementos, se eles não gostam de filme de terror não comentem, vão comentar drama! BABACAS demais velho, ridiculo esse blog, queria saber qual o terror 5 estrelas pra eles???
raji
14 de outubro de 2014 at 00:51
Menino, acabei de assistir com a sala lotada e pelo que percebi a grande maioria gostou di filme.
Júlio Carvalho (@JxCxBOZO)
14 de outubro de 2014 at 10:49
Eu acredito. Por isso que vai continuar aparecendo filmes assim. 🙁
Geraldo de Fraga
16 de outubro de 2014 at 13:24
Eu imagino que seja um filme bem dirigido e com um monte de sustos. E só precisa disso mesmo para agradar o grande público.
Clinton Freitas
19 de outubro de 2014 at 11:37
Já tô curioso pra ver o filme! Gostei de invocação do mal. Mas diminuindo a expectativa, pode ser que goste.
Epifania Gangrenosa (@JxCxBOZO)
22 de outubro de 2014 at 01:13
~diminuindo a expectativa, pode ser que goste~ HAHAHAHAHAHAHAHA…
André Vale
22 de outubro de 2014 at 00:00
Invocação do Mal foi um bom filme de terror, afinal, terror é aquilo que passa a sensação de medo, agora carnificina, da medo a alguém? Só meu filho de 5 anos que não pode ver um braço partido que chora….abraços. Já que são especialistas em terror ao extremo , me passem cinco filmes de terror que merecem aplauso!
Blog Toca o Terror
22 de outubro de 2014 at 00:54
Desafio aceito, seguem cinco dicas:
* I Am a Ghost (2012)
http://blogtocaoterror.wordpress.com/2014/08/25/resenha-i-am-a-ghost-2012
* La Casa del Fin de Los Tiempos (2013)
http://blogtocaoterror.wordpress.com/2014/02/16/resenha-la-casa-del-fin-de-los-tiempos-2013
* Afflicted (2013)
http://blogtocaoterror.wordpress.com/2014/07/21/resenha-afflicted-2013/
* Bairokêshon (2013)
http://blogtocaoterror.wordpress.com/2014/08/20/resenha-bairokeshon-2013
* The Den (2014)
http://blogtocaoterror.wordpress.com/2014/07/16/resenha-the-den-2014
Max
9 de novembro de 2014 at 10:52
“The Den” é muuuuuuuuito bom. Esse sim merecia ter uma estreia em todo mundo. Ele dá susto e ainda deixa um gostinho de quero mais. Adorei a lista <3
"Afflicted" é TOP demais. Adorei tbm.
Faz uma critica ou assista um filme que se chama "Random" (2014). Ele é muito bom também. A protagonista de "Random" lembra a protagonista de "You're Next".
obrigado pela critica de Anabelle.
Renan Gomes
10 de abril de 2015 at 22:30
Bem, tirando The Den que é de 2014, e de fato é muito bom, qual outro do mesmo ano você indicaria que seja melhor do que Invocação do Mal? Ah, e sinceramente dois filmes distintos em suas tramas e propostas, nada a ver comparar. The Den é bom? É! Invocação do mal também. O filme mais competente de 2014, e que foi uma ‘megaprodução’. Nao só agradou publico, mas agradou aos fãns do horror que almejavam algo novo, mas se nao veio..ao menos foi interessante e assustador.
Blog Toca o Terror
11 de abril de 2015 at 04:21
Oi Renan, falamos dos melhores filmes de 2014 aqui: http://tocaoterror.com/2014/12/23/podcast-s03e20-retrospectiva-2014-cinema
Max
9 de novembro de 2014 at 10:48
Acredito que o filme será um sucesso de bilheteria até porque clichê e farofa vende que é uma beleza, mas o filme não acrescenta nada de novo ao gênero, não passa de uma mesmice sem fim, com uma narrativa que se arrasta por longos 90 minutos sem fim. (podiam ter cortado para 80 ou 70) e eu particularmente quase dormi no cinema de tão chato.