Connect with us

Dicas

DICA DA SEMANA: Dose Dupla – Cientistas Loucos

Published

on

Hoje os cientistas loucos são vilões um tanto esquecidos da safra mais recente de produções do cinema fantástico. Talvez haja receio que os filmes aparentem a adoção de um discurso anti-ciência em meio a um cenário político mundial tão sensível a esses temas. Mas houve um período em que vimos esse tipo de personagem dominar boa parte dos filmes de terror e ficção científica, em especial nas décadas de 30 a 50.

Por isso hoje indicamos não apenas um longa, mas uma sessão dupla com filmes curiosos e esquecidos protagonizados por esses vilões.

O HOMEM QUE MUDOU DE ALMA
(The Man Who Changed His Mind, 1936)

Cinco anos depois de ter alcançado fama e sucesso no clássico “Frankenstein” (1931), Boris Karloff desta vez é o cientista que desafia toda a moral e a ética nesta produção britânica dirigida por Robert Stevenson (“Mary Poppins“). O seu Dr. Laurience tem os seus estudos e pesquisas rejeitados pela comunidade científica, passando a conduzir suas experiências em uma mansão pra lá de sinistra em uma pequena cidade da Inglaterra muito distante de Londres.

A curiosa Dra. Clare Wyatt (Anna Lee), que chegou a ser sua protegida, visita o recluso cientista que apresenta a ela a evolução de seu trabalho com troca de corpos e manipulação da mente. Ele consegue, com êxito, fazer a experiência com dois macacos. Não vai demorar muito para que Laurience pense em utilizar a sua descoberta com seres humanos…

Além de termos Karloff em uma de suas melhores atuações (sem exagero!), outro grande destaque é vermos a atriz Anna Lee como a Dra. Clare. Sempre é muito bacana vermos exemplos de uma protagonista feminina inteligente, destemida e independente em um longa tão antigo do gênero. Há uma forçada de barra para termos o esperado final feliz, mas nada que tire o brilho de um ótimo filme que o espectador assiste com prazer do início ao fim.

Tá a fim de ver Boris Karloff como outro cientista louco? Já recomendamos “Sexta-Feira 13” (Black Friday) aqui no site.


A VINGANÇA DOS ZUMBIS
(Revenge of the Zombies, 1943)

Outra figurinha carimbada do cinema de horror das décadas de 30 e 40 é o ator John Carradine. Em A VINGANÇA DOS ZUMBIS, temos ele interpretando (claro!) mais um vilão.

Depois de saber sobre o falecimento de sua irmã Lila (Veda Ann Borg), o protagonista Scott Warrington (Mauritz Hugo) acha tudo bem suspeito e viaja para os pântanos da Louisiana acompanhado do detetive Larry Adams (Robert Lowery). Eles são convidados, junto com o medroso motorista Jeff (o comediante Mantan Moreland), a se hospedar na velha e sombria mansão – olha ela aqui de novo… – do seu cunhado, o cientista alemão Dr. Max Von Altermann (Carradine).

O que eles não sabem é que o Dr. Altermann é um nazista que está criando zumbis para que o exército do Terceiro Reich ocupe os EUA mais rapidamente e, inclusive, ele sequer poupou a sua própria esposa.

A VINGANÇA DOS ZUMBIS é o legítimo filme B do período produzido pela Monogram, estúdio da ‘Poverty Row‘. Não tem nada de muito memorável aqui, apesar da premissa mais do que curiosa. Quem está acostumado aos zumbis “pós-Romero” vai ficar tremendamente desapontado com os zumbis deste filme. Há mais humor do que se espera, cortesia das cenas em que Mantan Moreland aparece, sempre o alívio cômico em filmes como esse, o anterior “O Rei dos Zumbis” (1941) e a série do personagem Charlie Chan.

Em resumo, é o famoso filminho simples, rápido e rasteiro, mas a diversão é garantida para quem já tem alguma familiaridade com os ‘B’s’ mais antigos. Dá até para fazer um “drinking game” com algo bem típico desses filmes: a quantidade de cenas em que os personagem ficam abrindo e fechando as portas pela casa.

Os 2 filmes comentados neste texto podem ser facilmente encontrados no YouTube, com legendas em português.

Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!

Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Dicas

DICA DA SEMANA: A Volta dos Mortos-Vivos 3 (1993)

Published

on

A Volta dos Mortos-Vivos 3

Vamos falar de continuações, de novo! O filme da vez é “A Volta dos Mortos-Vivos 3” (Return of the Living Dead 3), um dos principais filmes do cânone de zumbis pós-George Romero.

Não é preciso explicar que o primeiro longa desta franquia, dirigido por Dan O’Bannon é super divertido e cravou no universo pop a expressão “Braaains!” ao se referir aos seres bizarros semi-mortos que atacam humanos. Também não é preciso ir muito longe para falar que o segundo é praticamente uma cópia do anterior sem muita criatividade.

Mas o que faz com que a obra de Brian Yuzna se destaque em uma franquia que dava sinais de desgaste, é que ele acabou juntando dois filmes em um. No caso, pegou as referências do LivingDeadVerso e juntou com o que fez com a “Noiva do Re-Animator” anteriormente.

E se você nunca viu, o lance é o seguinte… um casal de jovens tipicamente fora da linha, daqueles que usam casaco de couro, possuem amigos “da pesada” e andam de moto, resolve entrar clandestinamente em uma base militar. Como o boyzinho é filho de um coronel de alta patente, ele consegue acesso à base com o crachá do pai e inadvertidamente vê com sua namorada um experimento ultra-secreto.

Basta saber que aquele gás chamado de Trioxin que reanima os mortos no primeiro filme da franquia é o mesmo que os milicos estão usando para testar em cadáveres como cobaias. O problema é que uma vez morto, mesmo que “reviva”, o ser decomposto só quer saber de atacar e devorar os vivos. E não tem bala, faca, murro ou qualquer tentativa de golpe que os detenha.

Nisso aí, o casal Curt (J. Trevor Edmond) e Julie (Melinda Clarke) com medo do que presenciaram, resolvem fugir às pressas. No entanto, a adrenalina e a emoção da fuga foi tão grande que perderam o controle na estrada ao desviar de um caminhão e Julie acabou morrendo ao se chocar com um poste.

A história dos dois pombinhos poderia ter acabado aí, se não fosse a “brilhante” ideia do namorado que acha que podia resolver o problema ao levar a noiva cadáver para a base militar e usar o Trioxin “do jeito certo”. Neste caso, apesar dos atropelos, a missão foi “bem sucedida”, mas reacordou a mulher desorientada e com muita “fome”. O efeito colateral é que ao abrir o tambor de Trioxin, eles ajudaram a despertar outros monstrengos. Daí em diante é fácil entender o que se sucede, considerando que este é uma obra de terror.

Sendo que o mais legal em “A Volta dos Mortos-Vivos 3” é a transformação gradual de Julie, que era apenas uma jovem rebelde em uma zumbi sedutora e masoquista que se auto-mutila com caco de vidro, agulhas, pregos e o que mais tiver, convertendo-se num ícone do cinema de horror. E nesta saga inevitável rumo a um desfecho trágico, esta versão from hell de “Romeu & Julieta” segue sendo interessante pra ver e rever trinta anos depois.

O resultado é um bizarra história de amor e zumbis que funciona tanto pelo lado do horror, quanto do romance ou da comédia. Depende de como estiver seu clima no dia. E se você nunca viu (2), aproveite as facilidades da Internet para assistir a “A Volta dos Mortos-Vivos 3” no catálogo do Plex ou da Darkflix.

Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!

Continue Reading

Dicas

DICA DA SEMANA: Criatura da Noite (1982)

Published

on

Criatura da Noite

Mais uma Dica da Semana do sommelier de obscuridades e filmes B que vos fala, ou seja, mais uma pérola indicada para pessoas de gosto esquisito. Desta vez, vamos de CRIATURA DA NOITE (Nightbeast, 1982), exemplar do chamado ‘regional horror’ que tanto nos entregou filmes pra lá de divertidos produzidos com baixíssimo orçamento. O título de hoje não é exceção.

A premissa não poderia ser mais simples: nave espacial com um alienígena malvado acaba caindo no Planeta Terra, mais precisamente em uma pequena cidade do interior dos EUA.

Basta o bichão sair da nave, que explode logo em seguida, para começar um massacre. O xerife e uma delegada, junto com alguns bravos e corajosos civis, lutam pela sua sobrevivência e a dos demais moradores do lugar.

CRIATURA DA NOITE é uma espécie de sequência/remake de THE ALIEN FACTOR, pelo seu mesmo diretor, Don Dohler. O cineasta de Baltimore, Maryland (mesma terra natal de ninguém menos que John Waters) se especializou em filmes ultra baratos que entregam aquilo que o povão gosta. Com menos de 15 minutos de filme, já vemos a criatura alienígena por completo e um bom número do total de mortes que ela causa ao longo do desenrolar da história.

Não faltam atuações canastronas e péssimas do elenco de amadores, criatividade no uso dos (poucos) recursos ao alcance da produção e efeitos práticos e visuais que às vezes surpreendem por serem até legais para um filme ‘gore’ tão barato dos anos 80 ou por serem MUITO risíveis. Também deve ser dado um destaque para o registro daquela que deve ser a cena de sexo mais constrangedora da história do gênero.

Sabemos que CRIATURA DA NOITE tem falhas evidentes: o bom ritmo não se sustenta por muito tempo, assim como o excesso de personagens com diálogo que fazem o alienígena aparecer menos (se bem que a extensa maioria vira defunto). Aliás, o filme tem um total de quase 30 mortes em seus 82 minutos de duração. Mas o fato é que o filme, com todo o seu charme e ingenuidade, diverte mais qualquer espectador do que muita produção multi-milionária dos dias de hoje.

Com distribuição internacional dos nossos queridos amigos da Troma, CRIATURA DA NOITE chegou a ser lançado no Brasil somente em VHS. O filme está disponível com cópia restaurada na plataforma Tubi.tv (com opção de legenda em inglês) ou em qualidade inferior no YouTube (sem legenda).

Curiosidade: Uma boa parcela da trilha sonora foi composta pelo hoje famoso roteirista, produtor e diretor J.J. Abrams que então era um garoto de 16 anos.

Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!

Continue Reading

Dicas

DICA DA SEMANA: A Vila (2004)

Published

on

A Vila

Para algumas pessoas, 2004 foi o ano em que a carreira de M. Night Shyamalan desandou. Foi quando “A Vila” saiu. Essas pessoas, no entanto, estão completamente enganadas. Você pode até não embarcar na história de crítica ao mundo violento dos dias de hoje ou na história de amor entre a dupla de protagonistas, mas é inegável a parte técnica do filme e os detalhes narrativos que permeiam o roteiro.

Em “A Vila“, acompanhamos uma comunidade rural americana do século XIX, que vive isolada do resto do mundo. Por conta disso, o povoado sofre com alguns problemas, como a falta de acesso a medicamentos. Quando uma criança fica doente e morre, Lucius (Joaquin Phoenix) pede autorização aos conselho de anciões para ir até a cidade mais próxima e adquirir os remédios que lhes faltam.

O simples pedido, no entanto, tem um grande empecilho. A floresta que rodeia o vale é habitada por criaturas monstruosas, que proíbem os humanos de entrar em seus domínios. Acostumado a criar reviravoltas em seus enredos, Shyamalan já nos dá a primeira bem antes do fim, quando a história muda de protagonista e Ivy Walker (Bryce Dallas Howard) entra em cena.

Após um ataque de ciúmes, Noah Percy (Adrien Brody) esfaqueia Lucius e cabe a Ivy, que é cega, se encarregar da ideia inicial e partir rumo ao desconhecido para conseguir os remédios que salvarão a vida do seu noivo. É aí que começam as grandes discussões da obra. Os líderes da comunidade temem que seu isolamento, algo construído a duras penas e tido como um ideal de vida, chegue ao fim caso um dos jovens deixe a vila.

Por outro lado, o chefe do povoado, Edward Walker (William Hurt), se sente responsável pelo acontecimento, já que a vida de Lucius não está em risco por um acidente ou doença e sim por uma tentativa de assassinato. É nos explicado que aquele aglomerado de pessoas escolheu seu estilo de vida para fugir da violência do mundo exterior, então aquilo que eles mais temiam ocorreu em seu santuário.

Como eu disse anteriormente, talvez as metáforas do roteiro não agradem todo mundo, mas se é terror que vocês querem, tem também. Começo elogiando a forma como Shyamalan filma as criaturas, mostrando-as sempre por detalhes e algumas vezes fora de foco para manter o mistério sobre sua aparência. Até mesmo quando o diretor nos revela o grande segredo. A cena de perseguição na floresta é outro grande momento.

Destaco também as atuações do trio Bryce Dallas Howard, Joaquin Phoenix e Adrien Brody. Esses dois últimos protagonizam uma cena de tentativa de assassinato dirigida de forma quase brilhante. Enfim, tem gente que odeia “A Vila” mas eu amo, vi no cinema e já virei fã desde aquela época. Para quem quiser conhecer ou rever tem no streaming da Disney+.

Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!

Continue Reading

Trending