Críticas
CRÍTICA: O Estranho Thomas (2013)
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Por Jota Bosco
Imagine que o menininho d’O Sexto Sentido cresceu. Agora imagine ele ajudando a polícia a solucionar assassinatos. Agora imagine, apesar de todo mundo na cidade achar ele mó esquisitão, o menininho namorando a menina mais bacana e gata da cidade… Esse é Odd Thomas (sim o nome dele é Odd).

“O Estranho Thomas”, filme de Stephen Sommers (Van Helsing), baseado nos livros de Dean R. Koontz, conta a história de Odd. O jovem em questão é interpretado por Anton Yelchin (o Chekov, de Star Trek) e é um vidente/medium que herdou seus “poderes” da mãe e que trabalha como cozinheiro/malabarista/mungangueiro numa pequena lanchonete. Odd até teria uma vida normal em uma cidadezinha no deserto se não fosse o pequeno detalhe de ver mortos e uns tais de Bodachs, criaturas que se alimentam da desgraça alheia e geralmente “farejam” quando algo de muito ruim está pra acontecer.

Oi! Eu sou a irmã gêmea má do Geléia dos Caça Fantasmas
Quando o “Bob Fungo” aparece, Odd percebe que os tais bichos gosmo-gelatinosos circundam esse camarada feito mosca na bosta. E são muitos!!! Daí a desconfiança que o fulano está por trás de algo muito terrível que está por acontecer na cidade. Sendo assim, ele procura o Chefe Wyatt (Willen Dafoe) que ACREDITA (sim, policiais nesse filme acreditam em videntes e médiuns) e mobiliza a polícia na investigação. Mas como a Justiça tem suas limitações burocráticas, cabe à Odd fazer sua investigação particular e aí é que o bicho começa a pegar…

“Alô? Queria falar com meu agente e saber por quê ele me colocou nesse filme, por favor”
Pra quem espera tomar muitos sustos e se mijar nas calças, esqueça. “O Estranho Thomas” vira uma grande aventura juvenil com um protagonista simpático cheia de câmera lenta que depois fica rápida. Tem um aspecto meio “parece piloto de série” e que por sorte economiza nos efeitos especiais, pois são bem fraquinhos. Tão fraquinhos quanto a química entre Odd e Stormy (Addison Timlin, de Californication). Certo humor negro e cameos de algumas figuras como Arnold Vosloo (A Múmia) e Patton Oswalt (Ratatouille) seguram a onda do espectador que está a fim de comer uma pipoca e assistir a um filme que você vai esquecer depois de amanhã.

“Coloco o dedinho na boca de uma forma sensual pra você não perceber que a química com meu namorado é = zero”
Os fãs dos livros aparentemente gostaram. Eu nem achei que é uma desgraça mas me lembrou em vários momentos o infinitamente superior “Os Espíritos“, de Peter Jackson.
Nota: 6,0
Título original: Odd Thomas
Direção: Stephen Sommers
Roteiro: Stephen Sommers (baseado em uma obra de Dean R. Koontz)
Elenco: Anton Yelchin, Ashley Sommers e Leonor Varela
Origem: EUA
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CRÍTICA: Predador – Terras Selvagens (2025)

Dan Trachtenberg se empolgou tanto com a franquia Predador que, só em 2025, o diretor lançou duas produções sobre o alienígena caçador. Depois da animação Assassino de Assassinos, temos agora Predador: Terras Selvagens (Predator: Badlands), que chega aos cinemas nesta quinta-feira.
Para quem não lembra, Trachtenberg já havia revivido o personagem em O Predador: A Caçada, mantendo a mitologia criada nos dois primeiros filmes (com Arnold Schwarzenegger, em 1987; e Danny Glover, em 1990). A pegada no mais recente longa, porém, dá um ‘duplo twist carpado’.

Ao invés de antagonista, o Predador é quem acompanhamos em Terras Selvagens. Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi) é um jovem extraterrestre da raça Yautja. Como todo membro dessa espécie, ele precisa passar por um ritual de caça para obter lugar em seu clã.
Dek, no entanto, não é um dos mais atléticos da sua linhagem. Assim, para provar de uma vez por todas o seu valor como guerreiro, ele resolve enfrentar Kalisk, um super monstro que é supostamente imortal.
O problema é que esse bichão vive em um planeta onde existe uma centena de ameaças tão grandes quanto ele. Nessa saga, Dek vai contar com a ajuda de Thia (Elle Fanning), uma androide avariada que ele encontra no meio do caminho.

A ideia de acompanhar o ETzão numa jornada nem é tão novidade (algo parecido já havia acontecido no famigerado Alien vs. Predador). Mas vê-lo alçado à categoria de anti-herói. lutando por justiça e fazendo amizades é bem esquisito.
Antes de qualquer coisa, falta carisma a Dek (e nem é pela clássica feiura da criatura). Pela personalidade do Predador, estabelecida ao longo dos anos, não é possível lhe atribuir características clássicas de protagonista, como senso de humor ou transparência emotiva.
A interação com a sintética Thia tenta dar uma carga dramática à história, e por vária vezes servir de alívio cômico, só que fica bem deslocado. Também é preciso muita força de vontade para acompanhá-lo numa peregrinação que culminará apenas num objetivo pessoal.

Predador: Terras Selvagens, todavia, não é um estudo de personagem, então vamos à ação e efeitos especiais. Infelizmente, também não são lá grande coisa. O planeta Genna é até decepcionante, o design de produção foi bem preguiçoso na criação da fauna local e nenhum dos monstrengos é muito marcante. Nem a conexão com a franquia Alien (a Weyland-Yutani aparece como oponente) enche os olhos, poderia ser qualquer megacorporação do mal que tava ok.
Não dá para dizer, apesar de tudo isso, que Dan Trachtenberg estragou a franquia. Mas, ao final, fica muito óbvio que a intenção do realizador é levar a trama para uma espécie de aventura espacial, numa vibe mais próxima de filme de super herói do que de terror sci-fi de carnificina. Eu prefiro o Predador caçando e desmembrando humanos do que pagando de íntegro, porém fica a critério de cada um.
Direção: Dan Trachtenberg
Roteiro: Patrick Aison
Elenco: Elle Fanning, Dimitrius Schuster-Koloamatangi e Reuben de Jong
Origem: EUA
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CRÍTICA: Bom Menino (2025)

O filme que viralizou nos últimos meses, graças ao seu protagonista canino em um filme de terror, estreia em pleno Halloween, nos cinemas nacionais. No entanto, “Bom Menino” (Good Boy) não se resume apenas à fofura do doguinho (e adianto que ele é muito fofo mesmo).
Na trama, acompanhamos Indy, um cachorro leal que se muda com seu tutor para uma casa no meio da floresta, após o homem enfrentar um sério problema de saúde. O cão percebe imediatamente que há algo de errado com o local, e, com o tempo, essas manifestações sobrenaturais colocarão suas vidas em perigo.
Indy é, indiscutivelmente, a estrela do filme. Garanto que muitos atores gostariam de ter metade de seu carisma e presença de tela. Em poucos minutos de projeção, já estamos torcendo por ele. O trabalho de adestramento foi impecável, e é difícil imaginar o esforço que o realizador, que também é o tutor real do animal deve ter tido. Desde as cenas de afeto até as de terror, nota-se o cuidado e a boa realização em “Bom Menino“.

O diretor acerta ao usar enquadramentos e jogos de câmera quase sempre na perspectiva de Indy. Em alguns momentos, me lembrei do desenho dos Muppets Babies, em que nunca vemos o rosto da babá, embora aqui, em planos mais convencionais, sejam mostrados vislumbres ou o rosto inteiro dos personagens humanos.
O terror aqui é mais contido: uma sombra aqui e ali, vultos passageiros, mas sem o uso de trilha sonora alta ou aparições exageradas. O ritmo é lento, e a ambientação vai da casa inicialmente decrépita à mata semienevoada, com suas árvores sinistras.
Temos um longa envolto a uma atmosfera de desconforto e medo. Não espere sustos frequentes e jumpscares. Eles existem, mas em quantidade bem menor.

Apesar de em termos técnicos, a coisa funcionar, nem tudo são flores. Mesmo sendo um filme curto, com pouco mais de 70 minutos, é possível notar que a história seria mais bem contada em um curta ou média-metragem. Existem recursos narrativos que se repetem pelo menos três vezes em uma clara tentativa de esticar a duração.
A trama é a clássica da casa mal-assombrada, e a verdadeira inovação está em ser contada sob a perspectiva do cachorro. É algo eficiente que não teria o mesmo destaque se fosse narrada por humanos.
“Bom Menino” é uma agradável surpresa neste ano, dando novo fôlego a uma história que já vimos inúmeras vezes. Indy é um poço de carisma e fofura. Podem assistir sem medo, mas não espere um filme de gritos e sustos constantes.
Título original: Good Boy
Direção: Ben Leonberg
Roteiro: Ben Leonberg e Alex Cannon
Elenco: Indy, Shane Jensen, Arielle Friedman
* Filme visto em Cabine de Imprensa virtual promovida pela Espaço Z
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CRÍTICA: Medo Real (2025)

Nesta temporada de Halloween de 2025, a Netflix trouxe para seus assinantes a série documental “Medo Real” (True Haunting), que aborda dois casos sobrenaturais ocorridos na história recente dos EUA. A produção ainda tem a grife de James Wan para agregar mais valor, mas será que vale seu tempo ou está mais para um derivado sem graça de tantas outras obras sobrenaturais?

As histórias mostradas são:
– O Caso de Erie Hall: Nos anos 80, um jovem promissor consegue entrar numa renomada faculdade de NY. Entre estudos e farras, o jovem começa a ser assediado por uma força sobrenatural que cerca o local e que, com o tempo, se mostra uma ameaça a todos que o cercam.
– Essa Casa Me Matou: Mostra uma família que se muda para a casa dos sonhos e acaba descobrindo que é um lar de pesadelos.
Esses eventos são mostrados ao longo de cinco episódios – três para o primeiro caso e dois para o segundo, respectivamente. A série conta com a presença de vários envolvidos, e seus relatos são dramatizados.
Embora seja em caráter documental, é inegável a influência da série de filmes “Invocação do Mal” nos momentos de dramatização. Inclusive, o casal Warren faz uma rápida participação em um dos casos (claro, interpretado por outros atores). O tom e a trilha sonora remetem muito aos filmes famosos, mas com uma vibe mais contida. Não espere sustos a cada cinco minutos.

“Medo Real” tem alguns bons momentos exatamente por não optar por exageros, embora eles também existam, o que demonstra a indecisão dos realizadores sobre o tom que queriam dar ao material. A forma de conduzir as histórias lembra programas como “Linha Direta” e as matérias sobrenaturais vistas no “Domingo Legal” nos anos 90. Sim, existem programas assim no exterior, e inclusive alguns produtores daqui são desse tipo de programa, mas quis usar exemplos nacionais.

No geral, a série é bacana, servindo mais como uma diversão escapista do que algo sério e relevante. Não existem contrapontos para a história, e, para mim, essa é a pior falha – não dá para acreditar em tudo o que é mostrado como verdade absoluta.
Finalizando, “Medo Real” é uma série relativamente curta, com episódios de cerca de 30 minutos, que se mostra superior (mas nem tanto) ao que normalmente chega ao catálogo de originais da Netflix quando o assunto é terror.
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Sarah Connor
18 de fevereiro de 2015 at 17:23
É sério que Dafoe está no elenco? Nao creio!
thomas
22 de maio de 2015 at 16:10
não é tão ruim assim, filme é acessível.
thomas
22 de maio de 2015 at 16:10
não é tão ruim assim, filme é acessível.
Daniel Afonso
9 de outubro de 2015 at 18:15
Filme bom demais. Esse J Bosco é um babaca que não sabe fazer melhor, aliás como todo “critico” que é imbecil por natureza. Não vão pelo texto desse otário!!!!
Daniel Afonso
9 de outubro de 2015 at 18:15
Filme bom demais. Esse J Bosco é um babaca que não sabe fazer melhor, aliás como todo “critico” que é imbecil por natureza. Não vão pelo texto desse otário!!!!
Katharine
1 de setembro de 2016 at 17:29
E bom assusta mais não é de terror. E bom gostei um pouco assustador mais vale apena
Celso Moraes
25 de junho de 2017 at 15:56
Acabo de ver! Gostei! Excelente como diversão, os efeitos são passáveis, e a Timlin é simplesmente linda!!! Dafoe, como sempre, é uma presença fortíssima, mesmo em filmes nem tanto! E que pena que Yelchin bateu as botas (de verdade e numa morte ridícula), poderia fazer uma continuação (sim, o filme tem cara de piloto de série).
Cris
11 de julho de 2017 at 21:39
Concordo plenamente com Daniel Afonso…o filme é ótimo. Adorei!!!
Caique Simões
21 de setembro de 2017 at 01:42
Um dos melhores filmes que já assisti, excelente!