Críticas
CRÍTICA: O Estranho Thomas (2013)
![odd-thomas-poster01[1]](https://tocaoterror.com.br/wp-content/uploads/2014/11/odd-thomas-poster011.jpg)
Por Jota Bosco
Imagine que o menininho d’O Sexto Sentido cresceu. Agora imagine ele ajudando a polícia a solucionar assassinatos. Agora imagine, apesar de todo mundo na cidade achar ele mó esquisitão, o menininho namorando a menina mais bacana e gata da cidade… Esse é Odd Thomas (sim o nome dele é Odd).

“O Estranho Thomas”, filme de Stephen Sommers (Van Helsing), baseado nos livros de Dean R. Koontz, conta a história de Odd. O jovem em questão é interpretado por Anton Yelchin (o Chekov, de Star Trek) e é um vidente/medium que herdou seus “poderes” da mãe e que trabalha como cozinheiro/malabarista/mungangueiro numa pequena lanchonete. Odd até teria uma vida normal em uma cidadezinha no deserto se não fosse o pequeno detalhe de ver mortos e uns tais de Bodachs, criaturas que se alimentam da desgraça alheia e geralmente “farejam” quando algo de muito ruim está pra acontecer.

Oi! Eu sou a irmã gêmea má do Geléia dos Caça Fantasmas
Quando o “Bob Fungo” aparece, Odd percebe que os tais bichos gosmo-gelatinosos circundam esse camarada feito mosca na bosta. E são muitos!!! Daí a desconfiança que o fulano está por trás de algo muito terrível que está por acontecer na cidade. Sendo assim, ele procura o Chefe Wyatt (Willen Dafoe) que ACREDITA (sim, policiais nesse filme acreditam em videntes e médiuns) e mobiliza a polícia na investigação. Mas como a Justiça tem suas limitações burocráticas, cabe à Odd fazer sua investigação particular e aí é que o bicho começa a pegar…

“Alô? Queria falar com meu agente e saber por quê ele me colocou nesse filme, por favor”
Pra quem espera tomar muitos sustos e se mijar nas calças, esqueça. “O Estranho Thomas” vira uma grande aventura juvenil com um protagonista simpático cheia de câmera lenta que depois fica rápida. Tem um aspecto meio “parece piloto de série” e que por sorte economiza nos efeitos especiais, pois são bem fraquinhos. Tão fraquinhos quanto a química entre Odd e Stormy (Addison Timlin, de Californication). Certo humor negro e cameos de algumas figuras como Arnold Vosloo (A Múmia) e Patton Oswalt (Ratatouille) seguram a onda do espectador que está a fim de comer uma pipoca e assistir a um filme que você vai esquecer depois de amanhã.

“Coloco o dedinho na boca de uma forma sensual pra você não perceber que a química com meu namorado é = zero”
Os fãs dos livros aparentemente gostaram. Eu nem achei que é uma desgraça mas me lembrou em vários momentos o infinitamente superior “Os Espíritos“, de Peter Jackson.
Nota: 6,0
Título original: Odd Thomas
Direção: Stephen Sommers
Roteiro: Stephen Sommers (baseado em uma obra de Dean R. Koontz)
Elenco: Anton Yelchin, Ashley Sommers e Leonor Varela
Origem: EUA
Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!
Críticas
CRÍTICA: Bom Menino (2025)

O filme que viralizou nos últimos meses, graças ao seu protagonista canino em um filme de terror, estreia em pleno Halloween, nos cinemas nacionais. No entanto, “Bom Menino” (Good Boy) não se resume apenas à fofura do doguinho (e adianto que ele é muito fofo mesmo).
Na trama, acompanhamos Indy, um cachorro leal que se muda com seu tutor para uma casa no meio da floresta, após o homem enfrentar um sério problema de saúde. O cão percebe imediatamente que há algo de errado com o local, e, com o tempo, essas manifestações sobrenaturais colocarão suas vidas em perigo.
Indy é, indiscutivelmente, a estrela do filme. Garanto que muitos atores gostariam de ter metade de seu carisma e presença de tela. Em poucos minutos de projeção, já estamos torcendo por ele. O trabalho de adestramento foi impecável, e é difícil imaginar o esforço que o realizador, que também é o tutor real do animal deve ter tido. Desde as cenas de afeto até as de terror, nota-se o cuidado e a boa realização em “Bom Menino“.

O diretor acerta ao usar enquadramentos e jogos de câmera quase sempre na perspectiva de Indy. Em alguns momentos, me lembrei do desenho dos Muppets Babies, em que nunca vemos o rosto da babá, embora aqui, em planos mais convencionais, sejam mostrados vislumbres ou o rosto inteiro dos personagens humanos.
O terror aqui é mais contido: uma sombra aqui e ali, vultos passageiros, mas sem o uso de trilha sonora alta ou aparições exageradas. O ritmo é lento, e a ambientação vai da casa inicialmente decrépita à mata semienevoada, com suas árvores sinistras.
Temos um longa envolto a uma atmosfera de desconforto e medo. Não espere sustos frequentes e jumpscares. Eles existem, mas em quantidade bem menor.

Apesar de em termos técnicos, a coisa funcionar, nem tudo são flores. Mesmo sendo um filme curto, com pouco mais de 70 minutos, é possível notar que a história seria mais bem contada em um curta ou média-metragem. Existem recursos narrativos que se repetem pelo menos três vezes em uma clara tentativa de esticar a duração.
A trama é a clássica da casa mal-assombrada, e a verdadeira inovação está em ser contada sob a perspectiva do cachorro. É algo eficiente que não teria o mesmo destaque se fosse narrada por humanos.
“Bom Menino” é uma agradável surpresa neste ano, dando novo fôlego a uma história que já vimos inúmeras vezes. Indy é um poço de carisma e fofura. Podem assistir sem medo, mas não espere um filme de gritos e sustos constantes.
 
Título original: Good Boy
Direção: Ben Leonberg
Roteiro: Ben Leonberg e Alex Cannon
Elenco: Indy, Shane Jensen, Arielle Friedman 
* Filme visto em Cabine de Imprensa virtual promovida pela Espaço Z
Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!
Críticas
CRÍTICA: Medo Real (2025)

Nesta temporada de Halloween de 2025, a Netflix trouxe para seus assinantes a série documental “Medo Real” (True Haunting), que aborda dois casos sobrenaturais ocorridos na história recente dos EUA. A produção ainda tem a grife de James Wan para agregar mais valor, mas será que vale seu tempo ou está mais para um derivado sem graça de tantas outras obras sobrenaturais?

As histórias mostradas são:
– O Caso de Erie Hall: Nos anos 80, um jovem promissor consegue entrar numa renomada faculdade de NY. Entre estudos e farras, o jovem começa a ser assediado por uma força sobrenatural que cerca o local e que, com o tempo, se mostra uma ameaça a todos que o cercam.
– Essa Casa Me Matou: Mostra uma família que se muda para a casa dos sonhos e acaba descobrindo que é um lar de pesadelos.
Esses eventos são mostrados ao longo de cinco episódios – três para o primeiro caso e dois para o segundo, respectivamente. A série conta com a presença de vários envolvidos, e seus relatos são dramatizados.
Embora seja em caráter documental, é inegável a influência da série de filmes “Invocação do Mal” nos momentos de dramatização. Inclusive, o casal Warren faz uma rápida participação em um dos casos (claro, interpretado por outros atores). O tom e a trilha sonora remetem muito aos filmes famosos, mas com uma vibe mais contida. Não espere sustos a cada cinco minutos.

“Medo Real” tem alguns bons momentos exatamente por não optar por exageros, embora eles também existam, o que demonstra a indecisão dos realizadores sobre o tom que queriam dar ao material. A forma de conduzir as histórias lembra programas como “Linha Direta” e as matérias sobrenaturais vistas no “Domingo Legal” nos anos 90. Sim, existem programas assim no exterior, e inclusive alguns produtores daqui são desse tipo de programa, mas quis usar exemplos nacionais.

No geral, a série é bacana, servindo mais como uma diversão escapista do que algo sério e relevante. Não existem contrapontos para a história, e, para mim, essa é a pior falha – não dá para acreditar em tudo o que é mostrado como verdade absoluta.
Finalizando, “Medo Real” é uma série relativamente curta, com episódios de cerca de 30 minutos, que se mostra superior (mas nem tanto) ao que normalmente chega ao catálogo de originais da Netflix quando o assunto é terror.
 
Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!
Críticas
CRÍTICA: Faça Ela Voltar (2025)

Dois anos após o sucesso de Fale Comigo, chega aos cinemas brasileiros o segundo filme dos irmãos Danny e Michael Philippou. Mais uma vez com distribuição da badalada A24, a dupla agora emplaca Faça Ela Voltar (Bring Her Back), um conto de horror suburbano que aborda o luto.

Após perderem o pai, os irmãos Andy (Billy Barratt) e Piper (Sora Wong) são colocados sob os cuidados de Laura (Sally Hawkins), uma ex-assistente social que faz de sua casa uma espécie de lar adotivo. Além deles, vive no local o menino Oliver (Jonah Wren Phillips), uma criança que não se comunica e possui hábitos estranhos.
Não demora para sabermos que Laura tem segundas intenções. Seu objetivo em acolher os órfãos é trazer o espírito da sua filha de volta e colocá-la no corpo de Piper. Para executar esse plano diabólico ela tem em mãos uma fita VHS que contém, literalmente, o passo a passo de um ritual satânico que, entre outras bizarrices, inclui até canibalismo.

Mitologia escatológica à parte, Faça Ela Voltar é mais sobre o sentimento da perda do que qualquer outra coisa. Mesmo retratada na maior parte do tempo como vilã metódica, Laura ainda deixa transparecer seu lado humano. Uma mulher que não aceita a partida da filha e que acaba deturpando seu amor icondicional, por puro desespero.
A dupla de irmãos também ganha sua cota de drama, quando Laura tenta jogar um contra o outro, pois Andy é um empecilho para o que ela planeja. Nada disso, porém, funcionaria se o trio de protagonistas não estivesse tão afiado. Sally Hawkins, Billy Barratt e Sora Wong conseguem passar credibilidade o tempo todo, seja nos momentos sóbrios ou nos sinistros.
O que nos leva para outro destaque do elenco: o pequeno Jonah Wren Phillips. A transformação pela qual seu Oliver passa ao longo da trama já o elevou ao status de mini ícone do terror do ano. São com ele as cenas mais perturbadoras, em ocasiões que fica quase impossível não desviar os olhos da tela.

A direção dos Philippou em Faça Ela Voltar segue competente, com ótimos enquadramentos e cuidado aos detalhes (preste atenção nos círculos). Como Piper é deficiente visual, a câmara brinca muito com imagens desfocadas, o que faz um paralelo interessante com a condição da personagem.
O roteiro, assinado em parceria com Bill Hinzman, consegue balancear bem o terror e o drama, no entanto deixa um gostinho de quero mais ao esconder muito sobre a origem do ritual. Mas isso é apenas eu reclamando de barriga cheia (o trocadilho fará sentido quando você assistir ao filme).
 
Título original: Bring Her Back
Direção: Danny Philippou e Michael Philippou
Roteiro: Danny Philippou e Bill Hinzman
Elenco: Sally Hawkins, Billy Barratt e Sora Wong
Origem: Austrália
Gosta de nosso trabalho? Então nos dê aquela forcinha contribuindo através do PicPay!
- 
																	  Críticas5 anos ago Críticas5 anos agoCRÍTICA: Tumba Aberta (2013) 
- 
																	  Críticas5 anos ago Críticas5 anos agoCRÍTICA: February (2015) 
- 
																	  Críticas6 anos ago Críticas6 anos agoCRÍTICA: Banana Splits – O Filme (2019) 
- 
																	  Críticas4 anos ago Críticas4 anos agoCRÍTICA: O Homem nas Trevas (2016) 
- 
																	  Críticas12 anos ago Críticas12 anos agoCRÍTICA: Begotten (1991) 
- 
																	  Críticas10 anos ago Críticas10 anos agoCRÍTICA: A Bruxa (2016) 
- 
																	  Dicas6 anos ago Dicas6 anos agoCURIOSIDADES: 13 Fatos que Você não Sabia sobre Jason e a Franquia Sexta-Feira 13 
- 
																	  Dicas6 anos ago Dicas6 anos agoDICA DA SEMANA: Flu (2013) 























Sarah Connor
18 de fevereiro de 2015 at 17:23
É sério que Dafoe está no elenco? Nao creio!
thomas
22 de maio de 2015 at 16:10
não é tão ruim assim, filme é acessível.
thomas
22 de maio de 2015 at 16:10
não é tão ruim assim, filme é acessível.
Daniel Afonso
9 de outubro de 2015 at 18:15
Filme bom demais. Esse J Bosco é um babaca que não sabe fazer melhor, aliás como todo “critico” que é imbecil por natureza. Não vão pelo texto desse otário!!!!
Daniel Afonso
9 de outubro de 2015 at 18:15
Filme bom demais. Esse J Bosco é um babaca que não sabe fazer melhor, aliás como todo “critico” que é imbecil por natureza. Não vão pelo texto desse otário!!!!
Katharine
1 de setembro de 2016 at 17:29
E bom assusta mais não é de terror. E bom gostei um pouco assustador mais vale apena
Celso Moraes
25 de junho de 2017 at 15:56
Acabo de ver! Gostei! Excelente como diversão, os efeitos são passáveis, e a Timlin é simplesmente linda!!! Dafoe, como sempre, é uma presença fortíssima, mesmo em filmes nem tanto! E que pena que Yelchin bateu as botas (de verdade e numa morte ridícula), poderia fazer uma continuação (sim, o filme tem cara de piloto de série).
Cris
11 de julho de 2017 at 21:39
Concordo plenamente com Daniel Afonso…o filme é ótimo. Adorei!!!
Caique Simões
21 de setembro de 2017 at 01:42
Um dos melhores filmes que já assisti, excelente!