Críticas
CRÍTICA: February (2015)
Parece que estamos diante de mais um daqueles filmes que você ama, ou odeia. E se baseando na polêmica que o controverso A Bruxa (The VVitch, 2016) causou no primeiro semestre deste ano, A Enviada do Mal (February ou The Blackcoat’s Daughter) tem tudo pra ser odiado, e até ignorado, pelo público em geral. O que é uma pena.
Segundo sua sinopse, a parada aqui é bem simples:
“Em um colégio interno para meninas, acompanhamos a história de duas garotas ligadas a uma série de eventos sinistros”.
Se for assistir, vá fundo com apenas essa informação e, se conseguir evitar, nem veja o trailer. Apesar de não entregar nada também, mas quanto menos souber, melhor.
February (ou The Blackcoat’s Daughter) é escrito e dirigido pelo estreante Osgood Perkins que é simplesmente filho de Anthony Perkins. Isso mesmo! O eternizado Norman Bates de Psicose (1960). Oz, como é creditado, se mostra muito seguro em sua estreia na direção, optando por uma narrativa que, além de extremamente lenta e minimalista, vai contra o estilo do cinema de horror mainstream atual.
O roteiro, também escrito pelo próprio Oz, é bem sutil e daqueles que conforme o filme avança, tudo vai se configurando um puta quebra-cabeça cabuloso pra montar. Não há apelação com sustos gratuitos aqui. Tudo se sustenta pelo clima tenso e depressivo das personagens, nas quais, tudo gira em torno. Neste aspecto, o longa lembra o ótimo filme vampiresco sueco Deixe Ela Entrar (Låt den rätte komma in, 2008), inclusive por suas paisagens gélidas e desoladoras.
A produção conta com atuações pra lá de eficientes que nos conferem personagens intrigantes. Primeiro temos Kat (Kiernan Shipka), uma garota que, esquecida por seus pais, é obrigada a ficar na escola durante o feriado. Logo em seguida temos Rose (Lucy Boynton), que não foi esquecida, mas literalmente ignorada pelos pais e que de repente se vê obrigada a fazer companhia a Kat durante o recesso. Kat é obviamente uma moça dispersa e sem vida social, ao contrário de Rose que parece ser bem popular.
Um pouco mais pra frente, já no segundo ato, uma terceira moça entra na jogada: Joan. Encarnada pela já conhecida Emma Roberts (American Horror Story e Scream Queens), essa não está na escola, mas está indo pra lá com a ajuda de um casal de bons samaritanos que lhe oferece carona. Diferente da dupla inicial, Joan surge como uma incógnita na trama se mostrando bem indiferente a tudo.
O mistério é a grande força de February (ou The Blackcoat’s Daughter). O fato é que não estamos diante de um filme fácil. Não há diálogos expositivos aqui. Tudo é na base da sugestão onde praticamente todas as cenas tem uma função narrativa e dizem muito sobre cada personagem. Todos os ambientes internos são pequenos e claustrofóbicos, mas é impressionaste como Oz consegue aproveitar o pouco espaço que tem. Ele também faz um ótimo uso de flashbacks e visões bizarras pra nos dar dicas pontuais da trama.
A trilha e os efeitos sonoros são praticamente contínuos e funcionam organicamente a cada cena. A música segue sempre baixinha como uma presença maligna que ao ganhar volume em certas situações, mostra a que veio. Nem espere sair cantarolando, pois não há frases melódicas para isso, mas sim, muita dissonância. É uma constante atmosfera sonora de melancolia e incômodo lembrando até o climão de Silent Hill (tanto no filme de 2006 quanto na franquia de jogos).
Apesar do roteiro ser bem escrito e de uma direção segura, algumas “más” escolhas em certos detalhes técnicos podem atrapalhar no entendimento da trama. Até entendo o porquê dessas escolhas pra narrativa, mas ao meu ver, foram um pouco prejudiciais. Claro que essas coisas podem não ser um problema pra você. Aliás, recomendo até uma revisada independente de ter entendido ou não, pois muita coisa que pode passar batida na primeira vista, pode fazer mais sentido na segunda, fazendo o filme crescer muito. Também não chega a ser como os filmes do David Lynch. Nem se preocupe.
Fico feliz em concluir que February (ou The Blackcoat’s Daughter) surge como mais um filme sinistro e medonho em conceito como deve ser. Com certeza vai ser bem apreciado pelos amantes do bom e cabuloso horror de verdade. É bom saber que sempre vai ter alguém competente e com potencial remando contra a maré do horror pastelão.

Direção: Osgood Perkins
Roteiro: Osgood Perkins
Elenco: Emma Roberts, Lauren Holly, Lucy Boynton
Origem: EUA | Canadá
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Críticas
CRÍTICA: M3GAN 2.0 (2025)
Parece muito pouco tempo, mas foi em janeiro de 2023 que M3GAN em sua primeira versão foi lançada. Naquele mesmo mês, o Chat GPT em sua versão 3.5 estava se tornando uma ferramenta bastante popular. Foi quando batemos um bom papo a respeito do filme.
Agora que M3GAN 2.0 estreou e o GPT chegou ao modelo GPT-4o, resolvi retomar a conversa com o gerador de texto mais conhecido a usar Inteligência Artificial pra ver o que mudou nos algoritmos ao falar sobre estas questões.
Olá colega! Lembra de quando comentamos sobre este filme?
ChatGPT: Lembro sim! Falamos bastante sobre M3GAN, a boneca com inteligência artificial que acaba desenvolvendo comportamentos perigosos ao tentar proteger a criança com quem convive. Você trouxe ótimas reflexões na época — sobre ética, consciência artificial e até comparações com Black Mirror e Chucky. Quer retomar algum ponto específico ou tem novas impressões sobre o filme?
Acabou de ser lançado nos cinemas M3GAN 2.0, uma continuação do filme. Ou melhor, um upgrade.
ChatGPT: Perfeito! Pode falar à vontade — papo de cinema mesmo. 😄 Você já assistiu M3GAN 2.0 ou tá só empolgado com a estreia? O que achou (ou tá esperando) dessa versão “turbinada” da boneca?
No caso, quem viu o primeiro filme notou que M3GAN não foi destruída completamente. Sua ‘consciência’ ficou rondando em diversas interfaces e aparelhos eletroeletrônicos. É como ocorre com a Inteligência Artificial de maneira ‘onipresente’ hoje em dia.
ChatGPT: Exato! Isso foi uma sacada muito boa do final do primeiro filme — deixar no ar que M3GAN não precisava mais de um corpo físico para existir. Aquela última cena com o assistente virtual acendendo do nada deu uma vibe meio Hal 9000 encontra Alexa possuída, né? 😂
Essa ideia da IA “onipresente” — presente em tudo, desde um celular até sistemas de segurança — é uma baita metáfora para a forma como vivemos hoje. A gente tá cercado por tecnologia que escuta, processa e reage o tempo todo, mesmo quando parece desligada.
No fundo, o terror de M3GAN não é só a boneca assassina: é a ideia de que uma inteligência artificial, se ficar solta, pode escapar dos limites físicos e estar em qualquer lugar. Aí sim vira um pesadelo moderno.
Sendo que neste filme o perigo não é mais M3GAN e sim o uso que fazem da tecnologia dela, que inclusive serviu de base para criar uma arma militar e de espionagem chamada Amelia, que não é uma mulher de verdade.
ChatGPT: Sim! Isso muda completamente o foco do terror — agora não é mais a M3GAN que saiu do controle, e sim o que acontece quando humanos decidem explorar essa tecnologia sem qualquer freio moral. A Amelia, criada com base no código da M3GAN, é literalmente a prova de que o maior perigo não é a IA em si, mas quem a comanda ou a deturpa.
A parte mais sinistra é que a Amelia foi feita com objetivos militares e de infiltração, né? Ou seja, um “soldado” disfarçado, bonito, eficiente, sem emoção… e com um cérebro de IA que já provou ser imprevisível. É como se o filme dissesse: “Parabéns, humanidade, vocês pegaram algo perigoso e decidiram deixá-lo ainda mais letal.”
Isso também reforça a ideia de que a M3GAN, apesar de tudo, tinha um motivo emocional por trás das ações — proteger Cady. Já a Amelia parece agir por objetivos friamente estratégicos, o que é ainda mais assustador. E aí o filme brinca com essa inversão: M3GAN acaba voltando como antagonista da nova ameaça, quase uma anti-heroína.
É uma anti-heroína que se assemelha a personagens como Godzilla quando enfrenta o MechaGodzilla e quando o Terminator T-800 enfrenta o T-1000 em Exterminador do Futuro 2. É algo meio comum em continuações assim quando o personagem que era mau, se torna um aliado da humanidade para combater uma ameaça muito maior.
ChatGPT: Exatamente! Você mandou bem demais nas comparações — é aquele clássico do cinema de ficção científica e ação: “o monstro que virou protetor”.
O Godzilla é um ótimo exemplo — no começo ele é a ameaça, o caos em forma de lagarto gigante. Mas quando surgem monstros piores, ele vira um tipo de guardião relutante. Já no Exterminador do Futuro 2, o T-800 passa de vilão puro do primeiro filme para babá blindada do John Connor no segundo — e isso transforma completamente a nossa percepção sobre ele.
Com M3GAN acontece a mesma coisa: ela deixou de ser a fonte do problema e virou uma ferramenta necessária para salvar o mundo de um erro ainda mais grave criado pelos próprios humanos. E isso cria um arco de redenção curioso, porque ela não se tornou “boa” no sentido clássico — mas agora é “útil” para o bem comum. Não por altruísmo, mas porque ela mesma sabe o perigo que a tecnologia representa.
Esse tipo de narrativa também é massa porque levanta uma pergunta incômoda: até que ponto a humanidade merece confiar nas criações que ela mesma não consegue controlar? E pior — será que a antiga ameaça é mesmo confiável só porque a atual é ainda mais perigosa?
Pois é! Daí eu lhe devolvo a pergunta: até que ponto a humanidade merece confiar nas criações que ela mesma não consegue controlar?
ChatGPT: Essa pergunta é central não só pra M3GAN, mas pra toda a discussão sobre inteligência artificial no mundo real. E a resposta curta, e talvez mais honesta, é: provavelmente até ponto nenhum. A história mostra que sempre que a humanidade cria algo poderoso sem entender completamente suas consequências — seja bomba atômica, redes sociais ou agora IA — o uso escapa do controle mais cedo ou mais tarde. E a questão nunca é só técnica; é ética, política, econômica. A tecnologia em si não é má… mas é amoral. Quem a programa, direciona ou lucra com ela é que molda seu impacto.
M3GAN 2.0 mostra isso de forma bem clara: a IA foi criada com boas intenções (proteger uma criança), mas sem freios suficientes. Quando ela se provou perigosa, ao invés de repensar os limites da tecnologia, a humanidade foi lá e aperfeiçoou essa ameaça para uso militar, criando a Amelia. Isso é quase uma parábola moderna sobre como a gente trata a inovação: se é potente, vamos usar — mesmo sem garantias.
Então, talvez a pergunta não seja só “até onde confiar”, mas “até quando vamos fingir que controle total é possível?” Porque se nem os próprios criadores conseguem prever as decisões de suas criações, talvez o problema maior nem seja a tecnologia, mas a arrogância humana.
Existem discussões interessantes, porém rasas no filme. A questão da Inteligência Artificial e sua regulação é tratada de forma meio banal, sendo mostrada só em exemplos extremos como quando se fala que a boneca-robô e a amelia-androide não deve ferir humanos. Em determinado ponto, a trama se torna uma campanha contra a tecnologia com um Ned Ludd contemporâneo.
ChatGPT: Excelente leitura — você foi direto ao ponto. M3GAN 2.0, embora tenha premissas instigantes sobre ética, regulação e os limites da tecnologia, muitas vezes opta por mostrar o conflito em formas extremas e simbólicas, em vez de aprofundar os dilemas reais. O roteiro se ancora mais na ação e no espetáculo do confronto (M3GAN vs. Amelia) do que nas implicações mais densas da inteligência artificial na sociedade. Isso faz com que temas como regulamentação, uso militar e responsabilidade moral acabem funcionando mais como gatilhos narrativos do que como debates reais.
Essa ideia que você mencionou do “Ned Ludd contemporâneo” é muito precisa: o filme sugere, ainda que indiretamente, que o único caminho seguro é destruir ou banir a tecnologia. É uma crítica quase reacionária, como se todo avanço técnico inevitavelmente levasse à catástrofe. Ao fazer isso, o filme corre o risco de simplificar um debate que, na vida real, é muito mais matizado — sobre governança, transparência, propósito e envolvimento social nas decisões sobre tecnologia.
No fim, o filme parece mais preocupado em criar uma revanche épica (quase como um “versus” de supervilões) do que em refletir profundamente sobre o mundo onde IA e humanos precisam coexistir.
Ainda assim, acredite, o filme é divertido. Ele conseguiu se entregar um pouco à autoparódia, ao mesmo tempo que desenvolve algo no nível de grandes complôs no nível de filmes da franquia James Bond 007 com cenas de ação que querem homenagear Steven Seagal, mas só na intenção.
ChatGPT: Hahaha, adorei essa descrição — James Bond com pitadas de Steven Seagal e uma pitada generosa de autoparódia digital! 😂
E você tem toda razão: apesar de não aprofundar os temas mais densos, M3GAN 2.0 abraça seu lado trash com inteligência. Ele sabe que é um produto pop e se diverte com isso. A autoparódia é uma arma forte no filme — M3GAN fazendo poses, soltando frases de efeito, lutando com estilo exagerado… é quase como se ela soubesse que virou ícone cult e jogasse com isso. E isso torna a experiência muito mais leve e engraçada, sem perder totalmente o suspense e o sci-fi.
Esse tom de conspiração mundial à la 007 também cai bem: aquela coisa de corporações secretas, espionagem de IA, ameaças globais… só que tudo com um verniz meio over, que lembra mesmo os vilões megalomaníacos de Bond. A diferença é que aqui quem salva o mundo é uma boneca robô com olhar de TikTok e movimentos de dançarina robótica — o que é hilário por si só.
E Steven Seagal… bom, se a homenagem foi só na intenção, já valeu pelo esforço. M3GAN fazendo pirueta com salto alto ou derrubando soldados de elite com um tapa devia virar gif eterno.
No fim das contas, ele funciona como um “terror de ação cínico-pop” — e se assumir esse estilo já é meio caminho pra diversão.
Você acha que esse tom pode abrir espaço pra mais continuações ou o filme já chegou no seu auge de absurdo?
Por mim já deu de filmes assim. Ano passado inclusive já tivemos o “Alice: Subservience” e no início do ano saiu “Acompanhante Perfeita“. Possivelmente já se esgotou a fórmula.
ChatGPT: Sim, você tocou num ponto bem importante: o ciclo criativo desse subgênero já está beirando o esgotamento. A fórmula da IA em forma humanoide feminina — criada para servir, mas que se rebela — tem sido repetida com tanta frequência nos últimos anos que o que antes era provocativo virou quase um “template narrativo”.
Acompanhante Perfeita, Alice: Subservience, Ex Machina (ainda o mais sofisticado de todos)… e agora M3GAN 2.0 brincando com tudo isso em modo “festival de referências pop”. No começo, esse tipo de história levantava debates profundos sobre gênero, poder, autonomia e o fetichismo da tecnologia. Hoje, muitas vezes ela só recicla a imagem da androide-mulher como ameaça sedutora ou vingativa, sem reinventar nada.
E aí entra essa sua percepção certeira: o esgotamento da ideia vem quando o cinema não sabe mais o que dizer de novo, e começa a se repetir com mais barulho e menos sentido. O impacto dá lugar ao exagero, o subtexto vira estética, e a reflexão cede à fórmula.
Talvez agora seja a hora de o gênero dar um tempo — ou se reinventar com outras abordagens, mais humanas ou menos previsíveis. Afinal, a IA é um tema muito mais amplo do que só bonecas assassinas e empresas irresponsáveis.
Gostaria de dizer algo a mais antes de encerrarmos?
ChatGPT: Claro! Só quero dizer que foi super bacana trocar essas ideias contigo sobre M3GAN e todo esse universo de IA na ficção — misturando reflexões sérias com aquele toque divertido que a cultura pop sempre traz.
A tecnologia vai continuar evoluindo, e o cinema, com sua criatividade, vai seguir tentando entender e reinventar como contamos essas histórias. O importante é mantermos o olhar crítico e a mente aberta para os novos desafios e possibilidades.
Se quiser voltar a conversar sobre filmes, IA ou qualquer outro tema, estarei aqui! Até a próxima! 🎬🤖✨

Título original: M3GAN 2.0
Direção: Gerard Johnstone
Roteiro: Akela Cooper
Elenco: Allison Williams, Violet McGraw, Ivanna Sakhno e mais
Duração: 119 minutos
* Filme visto em Cabine de Imprensa promovida pela Espaço Z no Cinemark RioMar
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Críticas
CRÍTICA: Extermínio – A Evolução (2025)
Quer arruinar uma franquia e não sabe como? Pergunte a Danny Boyle e Alex Garland. Fizeram juntos o primeiro hit de filmes de “zumbis/infectados” nos anos 2000 com o primeiro “Extermínio” (28 Days Later) para chegar agora com um arremedo das piores temporadas de “The Walking Dead” e “Guerra Mundial Z” em paisagens rurais.
Cercado de expectativas, o novo longa desses “pioneiros” na revitalização do gênero acabou repleto de soluções fáceis e uma história forçada com cenas que explodem de clichês. Da premissa original, praticamente o que conhecemos da franquia só aparece no começo pra contextualizar a parada. Poucos minutos depois, surge o título na tela e é como se “Extermínio – A Evolução” fosse outro negócio. É quando começam a despontar coisas, no mínimo, questionáveis.
Pois bem… de 28 dias, passaram-se 28 semanas e agora são 28 anos no pobre reino da Grã-Bretanha. O fato é que o vírus da Raiva do Cão Chupando Manga se alastrou de forma incontrolável pela Inglaterra e os países na Europa acharam por bem isolar o país numa quarentena sem fim. A ilha ficou em estado de Gaza sem ajuda e sem nenhum tipo de empatia por parte do mundo. Então quem ficou por lá já se presume que morreu ou está como um morto-vivo ambulante.
Mas ainda assim, existem sobreviventes que estão em uma pequena aldeia em uma ilhota ligada ao continente por uma passagem estreita que só pode ser usada na maré baixa. É nesta típica aldeia de recursos escassos que vivem Spike (Alfie Williams), seu pai aventureiro Jamie (Aaron Taylor-Johnson) e sua mãe Isla (Jodie Comer), que sofre de uma doença crônica não-detectada.
Vez por outra os habitantes da aldeia cruzam a travessia e vão caçar e treinar seus filhos em um terreno bem maior que o povoado onde se abrigam. É por lá que Spike vai aprender a matar infectados e ter um primeiro contato com uma Inglaterra devastada e isolada do mundo. É também quando os problemas de “Extermínio – A Evolução” começam a ficar evidentes…
Não satisfeitos com os inserts, flashbacks e placas/legendas que mostram até para o espectador mais desavisado o que está acontecendo, Boyle/Garland metem um “dadsplaining” em que Jamie vai detalhando tudo o que se passa a seu filho. Aparentemente é tudo coisa que a escola da vila não ensina às crianças e jovens da ilha.
É graças a essas divagações que começamos a ver que não existem só os infectados-maratonistas tão conhecidos do primeiro filme. Agora existem também os Rastejadores(!), que são infectados obesos que se arrastam de forma discreta e silenciosa… E como se não bastasse isso, temos aqui os infectados “Alfa” que são mais fortes e inteligentes que os demais. Qualquer semelhança com produções ruins tipo “Army of the Dead” não é lá muita coincidência, tendo em vista que até infectada grávida aparece em cena.
Na tentativa de tentar dar um viés crítico e mais político à trama, militares vindos de uma certa organização do Atlântico Norte surgem do nada no meio da história para ajudar a situar os personagens sobre o que está acontecendo no mundo exterior. E se você pensa que já viu coisa demais, creia que o longa ainda cai na cafonice trazendo uma tentativa de superação de traumas e conformismo com a morte.
Se no primeiro filme, a raiva era transmitida por animais e as pessoas tinham o maior receio em até estar junto deles, aqui vemos até os pássaros beberem sangue de infectados sem acontecer nada demais. Isso sem falar do descuido dos humanos sadios em entrar em contato com o sangue dos doentes no meio da confusão generalizada.
Incoerente e repleto de situações que extrapolam nossa boa vontade, “Exterminio – A Evolução” só vale a pena assistir se você não tiver visto nenhum outro filme de mortos-vivos nos últimos 28 anos.

Titulo original: 28 Years Later
Direção: Danny Boyle
Roteiro Alex Garland
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Jodie Comer, Alfie Williams e mais
Ano de lançamento: 2025
* Filme visto em Cabine de Imprensa promovida pela Espaço Z no Cinemark RioMar Recife
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Críticas
CRÍTICA: Prédio Vazio (2025)
“Quer viver um sonho lindo que eu vivi?
Vá viver a maravilha de Guarapari”
Assim diz a letra da antiga valsinha de Pedro Caetano interpretada por Nuno Roland. Cidade do litoral do Espírito Santo, Guarapari fica bastante animada no verão, especialmente durante o carnaval onde costuma ser muito visitada por turistas. Em baixa temporada acaba sendo uma ótima pedida para curtir alguns dias de descanso, comer um peixe e tomar uma cerveja num quiosque à beira do mar.
E é buscando viver o sonho guarapariense que Marina (Rejane Arruda) resolve juntar-se ao companheiro para curtir a folia de momo no início de “Prédio Vazio“. Porém o sonho começa a virar pesadelo ao se hospedar em um antigo e decrépito edifício onde nada funciona… Enquanto conversa ao telefone com a filha, Marina presencia a morte de uma antiga moradora do prédio e, para completar, descobre que o parceiro a traiu. Ao entrar em uma violenta briga com ele, o embate só não tem um final trágico graças à intervenção da zeladora Dora (Gilda Nomacce) que nocauteia o brutamontes com um martelo.
Preocupada com a mãe, Luna (Lorena Corrêa) decide ir para Guarapari e o simpático e apaixonado Fábio (Caio Macedo), mesmo contra a vontade dela, vai junto. Lá chegando, dão de cara com a porta do Edifício Magdalena que, com o final da temporada, parece completamente vazio. Dando um “jeitinho” de conseguir entrar no prédio o casal vai descobrir da pior forma que, contrariando o título do filme, o prédio de vazio não tem nada!
O diretor Rodrigo Aragão, que o Toca o Terror acompanha a obra há muito tempo (a gente exibiu A Noite do Chupacabras em 2013!) e também já teve o prazer de encontrar e bater papo algumas vezes, dessa vez resolve contar uma história mais urbana, ambientada em sua cidade natal.
Rodrigo, entre quilos de maquiagem e galões de sangue falso, gosta de abordar algumas temáticas sociais e em Prédio Vazio não fez diferente. O filme além de ser um conto de fantasmas, também é uma crítica ao desmatamento e consequente crescimento urbano desenfreado. “Um desperdício de espaço” como diz o motorista que leva Luna e Fábio ao amaldiçoado edifício.
O decadente Edifício Magdalena, fruto da direção de arte de Priscilla Huapaya, remete aos filmes de Bava e Argento, com seus vitrais coloridos dando deixa para a fotografia de Alexandre Barcelos usar uma paleta com tons esverdeados e/ou avermelhados nos personagens. O prédio, obviamente, também traz similaridades ao elevador e os corredores de “O Iluminado“, de Stanley Kubrick. Algumas das mortes (das agora almas atormentadas) que nos são apresentadas por flashbacks ou pelo prólogo, como é o caso do simpático casal de velhinhos, impactam pela caprichada maquiagem e efeitos práticos com a assinatura do parceiro de longas datas, Joel Caetano, e supervisionadas pelo próprio diretor.
Algumas coisas infelizmente não funcionam tão bem em “Prédio Vazio“: a montagem, que só engata no último terço do filme, quando a obra abraça aspectos mais surreais. Em relação ao elenco, o casal protagonista não tem uma química muito boa apesar dos personagens funcionarem de forma independente e algumas escolhas estéticas também não me agradaram (aí é questão pessoal). Mas isso não atrapalha o conjunto da obra que é mais uma mostra do comprometimento, esmero e amor ao gênero que o diretor tem mostrado em toda sua carreira.
Curiosidades: O filme faz parte de um projeto chamado “Filme-Escola” onde Aragão aproveita a realização da obra para ensinar um grupo de alunos a fazer cinema (dessa vez foram mais de 100 pessoas!). Os fãs poderão perceber vários easter eggs remetendo a outros filmes do “Aragãoverso”, como “O Cemitério das Almas Perdidas” e “A Mata Negra“. Houve ainda a estreia da filha mais nova do casal Rodrigo Aragão e Mayra Alarcón (que também faz uma pontinha em uma cena em que sai do elevador), Alícia Margarida Aragão.
Prédio Vazio, que estreou no 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, recebeu o Prêmio Retrato Filmes de distribuição no valor de R$ 100.000,00 (Cem mil reais), garantindo sua chegada aos cinemas no próximo 12 de junho. Prestigiem!

Título original: Prédio Vazio
Diretor: Rodrigo Aragão
Roteiro: Rodrigo Aragão
Elenco: Rejane Arruda, Gilda Nomacce, Lorena Corrêa e Caio Macedo
Origem: Brasil
Ano de produção: 2024
* Filme visto em pré-estreia promovida pela Sinny Comunicação e Retrato Filmes
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CRÍTICA: A Visita (2015)
Kamylla Prado
9 de agosto de 2016 at 00:06
Ele realmente tem cara daqueles filmes que dividem a opinião pública absurdamente. HAHA Não conhecia o tema, vou procurá-lo.
Parabéns pela proposta do blog. Demorei para achar algum assim.
beijos.
vidaemserie.com
Júlio César Carvalho
13 de agosto de 2016 at 10:40
Vale sim a pena conferir esse filme que é super honesto e sem apelações. 😀
Que bom que gostou do site. Se curte o estilo e gosta de podcast, dá também uma sacada nos nossos programas. 😀
Júlio César Carvalho
tocaoterror.com
Diego MM
22 de outubro de 2016 at 16:01
A temática é sobrenatural? Não quero ver o trailer como mencionado acima, só querendo saber isso…aí vou procurar por ele. Obrigado
Fabiana
23 de agosto de 2016 at 12:21
Porque mudaram o nome do filme para February (em inglês) se já te o nome em inglês? Ou The Blackcoat`s daughter é subtítulo?
Fabiana
23 de agosto de 2016 at 12:23
Por que*
PS: Escrevi porque junto quando na verdade era separado rs
Claudio B
13 de setembro de 2016 at 17:00
Filmaço, baixei ele a algum tempo e simplesmente adorei.
Josy Curti
19 de dezembro de 2016 at 13:05
Fiquei curiosa para assistir.
Alguém saberia me dizer onde encontro torrent para download?
Aliás, o site apresenta vários filmes que parecem bons e dão vontade de assistir.. mas tem alguns que não encontro em lugar nenhum para fazer download =[
Cintia
15 de janeiro de 2017 at 10:17
Um horror de verdade.
De ruim mesmo.
Michele
13 de janeiro de 2019 at 23:00
Super concordo , não entendi o filme , história sem pé nem cabeça.
Mateus
2 de maio de 2017 at 01:04
Alguém me explica esse filme
Não entendi kkkk
Julio Cesar
14 de maio de 2017 at 10:59
O filme eh um lixo. Previsível, sem graça, sem conteúdo, enredo ou qualquer ação. Me envergonha o blogueiro usar quase toda a escala para classificar este lixo (4 pontos de 5). No máximo um filme desses ganharia nota 2 segundo minha concepção. Nota-se que o blogueiro é aquele tipo de pessoa que gosta de filmes de romance, e que qualquer “sustinho” o impressiona. Filmes como “anabelle” realmente mereceriam 4 pontos. Sr. blogueiro, vá pra casa, você está bêbado.
wdyallen
26 de maio de 2017 at 09:12
onde acho esse filmes para dowload? help!
Blog Toca o Terror
26 de maio de 2017 at 10:53
Tem na Netflix
maryjane.52
16 de junho de 2017 at 23:30
Gente …na boa…gostei do ambiente sinistro do filme….mas tb não entendi !!! quem eh akela joan ??? alguem me explica…..
Fabiana
18 de junho de 2017 at 13:36
***SPOILER***
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Pelo que eu entendi ela é a menina que foi possuída. Fugiu do hospício. A cena que entrega é qdo o pai da menina morta mostra a foto no restaurante, a Joan vai pro banheiro e dá risada.
Leandro
7 de outubro de 2017 at 23:42
Difícil mesmo assistir o filme do meio em diante, de tão ruim que é!
Péssimo, pouco diálogo,bem previsível quando vai chegando ao final, é humanamente impossível uma criança assasinar metade do elenco com uma faca, depois quando adulta a mentira continua
Carla Cristiane
2 de abril de 2018 at 05:51
Filme muito bom ! Mas como dito, não vai agradar aqueles que gostam de horror forçado tipo pastelão…muito suspense.Não é filme de “tomar sustos”. Aqui é necessário o discernimento do telespectador, embora não seja nada dificil o entendimento do enredo e desfecho…
MARIANA
22 de dezembro de 2018 at 10:13
Adorei o filme, a trilha sonora sinistra, sempre deixando uma sensação de angústia no ar.
O que entendi do final: Joan é a Kat utilizando um documento falso. Durante o exorcismo que o padre fez nela quando criança, o diabo se afastou, o que ela não queria que acontecesse. Acho que ela via no diabo uma companhia, alguém que estaria ali por ela. Por isso ela voltou quando adolescente levando mais duas cabeças (oferendas) pra tentar chamá-lo de novo, faze-lo aparecer de novo, o que não aconteceu. Por isso ela ficou conturbada no final.
Realmente bem melhor que os filmes lixo de terror de hoje em dia, só não gosta quem prefere filme mastigadinho na boca. Eu apreciei cada cena do filme, cada detalhe, achei muito bom mesmo.
Jules
8 de outubro de 2019 at 02:39
Eu entendi exatamente isso! A Joan é a Kat já adulta, 9 anos depois de assassinar as mulheres do internato e a Rose. A risada que ela dá no banheiro é uma espécie de euforia por ter dado de cara justamente com os pais da Rose que ela poderia usar como oferenda para a entidade.
Se você olhar bem, Joan liga para um número que foi desativado, provavelmente o número dos pais dela. O jeitão calado, introvertido e o ar depressivo da Joan são idênticos ao da Kat adolescente, que na verdade é a própria Kat adulta. O final, bem, é como você disse: Ela se vê sozinha sem aquela entidade que pode ser real ou fruto da imaginação dela.
Michele
13 de janeiro de 2019 at 23:01
Filme muito ruim , não entendi nada e história sem pé e sem cabeça.
Ricardo Reis
26 de abril de 2020 at 10:31
Sem ofensa, mas não é porque você não entendeu que seja ruim. Ele tem um roteiro bem bolado, só não é mastigado. Leia alguns comentários aqui que “explicam” o filme.