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CRÍTICA: V/H/S 2 (2013)

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Por Geraldo de Fraga

Mais do que uma crítica, esse texto que você está prestes a ler é um aviso: fique longe de V/H/S 2. Se o primeiro filme oxigenou o estilo found footage, que se encontrava num período de marasmo, essa continuação não conseguiu trazer nada de bom em nenhum dos segmentos. E olhe que o filme, assim como seu antecessor, contou um batalhão de diretores. Foram sete dessa vez.

Mas se você resolver encarar a fita, saiba que o tradicional found footage foi abandonado de vez. Aqui você verá várias tomadas vindas de ângulos onde não há câmeras na história. Ou seja: são apenas curtas feitos com equipamentos caseiros, sem compromisso nenhum em manter o formato de fita encontrada.

Essa mudança pode ter tido dois propósitos: ampliar as possibilidades dos diretores ou preguiça de bolar roteiros mais sofisticados que justificassem o uso da câmera na mão. Eu fico com a segunda alternativa, tendo em vista a porcaria que saiu. Mas não para por aí. Além de as histórias serem fracas, a qualidade técnica das produções é sofrível.

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Assim como no primeiro filme, há uma história que une os curtas. Aqui, dois detetives particulares procuram um estudante desaparecido e encontram uma casa cheia de fitas de vídeo. Em quatro delas estão estão os segmentos que compõem o longa.

No primeiro, um homem que perdeu o olho esquerdo ganha um implante com uma câmera. A filmagens que ela registra é a forma de a empresa que lhe cedeu o novo órgão, testar o experimento. O problema é que o aparelho começa a captar fantasmas. Com muita boa vontade, dá até para elogiar os efeitos desse aqui, mas fica só nisso. A história não diz nada, não revela nada e termina de uma maneira que todo mundo já adivinhava. Não começou bem.

O segundo curta é uma aula de como não fazer um filme de terror para ser levado a sério. Um cara sai para passear de bicicleta em um parque e acaba sendo atacado por um zumbi e, posteriormente, contaminando mais pessoas. Com uma câmera na capacete, esse segmento tenta mostrar a história pelo ângulo do morto-vivo. Seria interessante se a produção não fosse tão ruim, com os zumbis caricatos e mal maquiados.

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Na terceira fita, saímos dos EUA, e vamos até a Indonésia, onde um grupo de jornalistas consegue uma entrevista com um líder de uma seita religiosa, que também lhes concede acesso ao templo onde ele e seus seguidores moram. Nesse, o diretor Timo Tjahjanto começa bem, mantendo um clima de tensão entre a equipe de filmagem e os “fiéis”, mas quando descamba para a ação fica muito confuso. Sem contar que, no final, sofre do mesmo problema do segmento anterior no quesito “produção”.

O quarto curta é o que começa melhor. Quatro adolescente e mais um casal de jovens estão sem os pais em casa, quando alienígenas invadem o local. O visual das criaturas é tosco, mas não compromete. O principal problema é que durante o ataque extraterrestre pouco se consegue entender sobre o que está acontecendo, pois a câmera treme demais. Porém, esse segmento ainda dá conta do recado se você abstrair essas falhas.

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Fechando o longa, temos a conclusão da história dos detetives que estavam assistindo a todas essas fitas. Com um roteiro previsível e as atuações bizarras dos atores Lawrence Michael Levine e Kelsy Abbott, o desfecho acabou jogando uma pá de cal em um dos piores filmes de horror de 2013. Mas o povo não cansou. Em outubro estreia V/H/S: Viral. Vamos ver no que é que dá.

Nota: 1,0

Direção: Simon Barrett, Jason Eisener, Gareth Evans, Gregg Hale, Eduardo Sánchez, Timo Tjahjanto e Adam Wingard
Roteiro: Simon Barrett, Jamie Nash, Jason Eisener, Gareth Evans, John Davies, Timo Tjahjanto e Brad Miska
Elenco: Lawrence Michael Levine, Kelsy Abbott, Adam Wingard
Origem: EUA, Canadá e Indonésia

[youtube=http://youtu.be/63Tv0lhD1fw]

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CRÍTICA: Presença (2025)

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Presença

No fim de 2024, o anúncio do novo filme de Steven Soderbergh surge dando o que falar. Primeiro por se tratar de um filme de gênero do diretor e, segundo, por prometer nos colocar literalmente no ponto de vista do malassombro.

Em PRESENÇA (Presence), acompanhamos a rotina de uma família que acaba de chegar de mudança, porém nunca saímos da casa, pois, como dito, vemos tudo pelo olhar da presença sobrenatural que ali habita. Nesta dinâmica, vagamos com o fantasma por todos os cômodos, sempre procurando ficar perto dos personagens, ora evitando ser notado, ora interagindo com o ambiente.

É interessante que de início temos uma estranheza por estarmos no ponto de vista da tal presença, mas não demora pra nos acostumarmos ao ponto de chegarmos a ser o malassombro em si. É legal que suas – ou seriam nossas? – Interações físicas com as personagens e ambiente são simples, eficazes e críveis. Detalhe que a câmera não flutua, mas anda com movimentos humanos reforçando sempre que este personagem existe em cena.

Seteven Soderbergh é um cineasta com uma longa trajetória no audiovisual. Desde a década de 80 vem realizando vídeos clipes, curtas, séries, filmes etc, somando mais de 40 anos de carreira com produções undergrounds e mainstreams, sempre buscando experimentar formatos com muito apuro estético. Como o parâmetro geral é o Oscar, ele já teve 3 indicações, vencendo em 2001 pela direção de TRAFFIC. Para além, ele tem muitos filmes conhecidos como ONZE HOMENS E UM SEGREDO, 2 longas sobre Che Guevara (um deles com Rodrigo Santoro no elenco), CONTÁGIO, que foi amplamente revisitado durante a pandemia da COVID-19, um remake de SOLARIS e muitos outros.

Aqui em PRESENÇA, o cineasta também busca experimentar. Agora com uma câmera de mão e uma lente 14mm que funciona como o olhar do espírito – e nosso! – que passeia pelos cômodos da casa. O uso de mínimo de equipamentos não é uma novidade na filmografia de Soderbergh. Vide o seu interessante DISTÚRBIO (Unsane, 2017), também de terror, que foi filmado só com um iPhone 7.

Estamos diante de um caso raro em que a busca pelo realismo funciona sem perder a magia. Soderbergh trabalha o drama familiar de uma forma tão palpável que beira a realidade. Os diálogos soam naturais e precisos, rendendo momentos legitimamente ternos e tensos. Apesar de termos a veterana Lucy Liu, que vive a mãe, no elenco, é focada na sua filha Cloe, vivida por Callina Liang, na qual todas as motivações pairam. Os outros arcos das demais personagens são muito bem trabalhados também.

Apesar das qualidades, nem tudo é legal aqui. Por exemplo, o excesso de cortes secos com longas pausas em tela preta que sinalizam saltos temporais. Isso não seria um problema se não fosse pela quantidade e em curtos espaços de tempo. Essas interrupções constantes podem incomodar e até tirar da imersão pretendida que vinha sendo bem construída. Algo que também pode desagradar, é a simplicidade de toda situação. Pra quem espera sequências mais elaboradas, tão comuns e esperadas em filmes da mesma temática, a falta de muita “pirotecnia” pode soar frustrante.

Simples, direto e eficaz, PRESENÇA acerta o tom dentro do formato proposto, entregando exatamente o que promete sendo um ótimo começo de ano para o terror. Sem contar que é sempre bom ver cineastas de longa data se aventurando em filmes “menores” e de gênero.

Escala de tocância de terror:

Título original: Presence
Diretor: Steven Soderbergh
Roteiro: David Koepp
Elenco: Lucy Liu, Chris Sullivan, Callina Liang
Origem: EUA
Ano de produção: 2024

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CRÍTICA: Desconhecidos (2025)

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Desconhecidos

A graça de ver filmes em uma narrativa não-linear é que a todo instante nossa atenção está em jogo para ligar os pontos e entender melhor a história como um todo. É com base neste recurso de edição que “Desconhecidos” (Strange Darling) de JT Mollner se dá bem.

É explicado desde o início que esta é uma história em seis capítulos. Sendo que o filme já começa no Capítulo 3! E esta é justamente uma das sequências mais instigantes do longa para prender a atenção do espectador desde o começo.

O lance, é que nesta aparente perseguição entre homem e mulher em alta velocidade, sabemos muito pouco sobre cada um deles. A introdução de quem é quem e suas motivações só aparece na parte 5 de “Desconhecidos“, que equivale ao “Capítulo 2”.

Pode parecer confuso, mas funciona como um slasher também. Ainda assim, a Miramax que lançou o filme não estava botando fé e tentou na pós-produção organizar o filme em um formato convencional na ordem em que as cenas ocorrem sem consentimento do diretor.

Diante dessa briga, JT Mollner retomou as rédeas da obra se apegando a cláusulas contratuais. E foi possivelmente por conta desse impasse que estamos vendo este filme sendo lançado tão tardiamente.

Mesmo passando metade de “Desconhecidos” sem termos certeza de quem está com razão ou quem é a real vítima, a atuação de Willa Fitzgerald é a que engrandece um filme com um roteiro aparentemente tão simples, mas cheio de reviravoltas. Mas se o título nacional se refere de forma vaga aos principais personagens, isso também se deve porque eles não tem nome na trama. Foi até uma boa sacada.

Veja sem ficar com pé atrás e curta a diversão regada a sangue e muitos tiros.

Escala de tocância de terror:

Título original: Strange Darling
Diretor: JT Mollner
Roteiro: JT Mollner
Elenco: Willa Fitzgerald, Kyle Gallner, Madisen Beaty, Barbara Hershey e outros
Ano de lançamento: 2025

* Filme visto em Cabine de Imprensa virtual promovida pela Espaço Z e Paris Filmes

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CRÍTICA: Entre Montanhas (2025)

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Entre Montanhas

Diretor de O Exorcismo de Emily Rose, Livrai-nos do Mal e O Telefone Preto, é inegável que Scott Derrickson transformou seu nome numa pequena grife. Com um currículo recheado de filmes medianos, mas lucrativos, foi nele que a Apple TV apostou para comandar Entre Montanhas (The Gorge, 2025), escrito por Zach Dean, autor de A Guerra do Amanhã e Velozes & Furiosos 10.

Na trama, acompanhamos dois snipers excepcionais que são recrutados para passarem um ano vigiando um desfiladeiro num lugar remoto, cuja localização é desconhecida de ambos. Levi (Miles Teller) é um ex-fuzileiro americano, deprimido e sem amigos. Drasa (Anya Taylor-Joy) é uma mercenária bielorrussa em luto pela morte do pai.

Descobrimos então que o tal precipício é o lar de criaturas maléficas e que a missão deles é impedir que as coisas saiam do buraco. Eles, porém, não estão juntos, cada um fica de um lado do abismo, isolado em sua própria torre, armados até os dentes, mas impedidos de se comunicarem.

Essa regra, claro, é quebrada. Aí rola uma química, uma paquera, o casal se apaixona e resolve se encontrar. Quando os monstros promovem um ataque pesado e eles precisam agir juntos, Entre Montanhas vira uma mistura de Sr. & Sra. Smith com Resident Evil, que passeia por vários gêneros: terror, ficção científica, ação e comédia romântica.

O problema é que, em nenhum deles, o filme empolga. E olhe que são quase duas horas e um roteiro que entope o longa com várias revelações. Scott Derrickson até nos brinda com uma cena boa, aqui e ali, e a dupla de protagonistas se esforça para nos dar um casal com um mínimo de química.

Só que a história de Zach Dean funcionaria melhor como um videogame, onde a jogabilidade preencheria o espaço da ação. Apenas assisti-la é totalmente desinteressante. A sub-trama sobre quem comanda a vigilância do desfiladeiro ainda deixa a participação de Sigourney Weaver subaproveitada.

Entre Montanhas começa com uma premissa interessante, um bom background dos personagens, mas quando o bicho pega é uma repetição de tudo que a gente já viu. Isso nem seria ruim, se fosse uma repetição de tudo que a gente já viu e gostou. Com ação genérica e soluções fáceis, é só tédio mesmo.

Escala de tocância de terror:

Título original: The Gorge
Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Zach Dean
Elenco: Anya Taylor-Joy, Miles Teller e Sigourney Weaver
Origem: EUA e Inglaterra

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