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Críticas

CRÍTICA: "Evil Dead" (2012)

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Por Queops Negronski
Confesso que antes de ir assistir ao filme tive muita vontade de rever o original. No fim das contas, decidi não fazê-lo por achar que seria injusto com a nova obra, pois chegaria munido de lembranças recentes e ao invés de me divertir, perderia o meu tempo fazendo comparações.
Dito isso, que venham as primeiras coisas primeiro: esse “Evil Dead” não é um remake e sim, uma outra história passada no mesmo universo, só que décadas depois. Vemos o carro de Ash abandonado e enferrujado como parte da paisagem do lugar. Isso mesmo: Ash (interpretado por Bruce Campbell nos três filmes anteriores da franquia) e companhia não estão lá, apenas a cabana… e o Livro dos Mortos.
O filme começa muito bem, mostrando uma outra possessa tendo o coisa-ruim tirado de seu corpo de maneira não muito salutar, enchendo de esperança os corações de nós, fãs do gênero. Pouco depois, vemos um grupo de amigos indo passar alguns dias na cabana (que conta apenas com um caminho para chegar e sair) por um motivo deveras nobre: ajudar uma delas, Mia (Jane Levy), irmã de David (Shiloh Rodriguez), a passar por um processo de desintoxicação por causa do vício em drogas ilícitas, fato que cria um interessante ponto de tensão, abrindo caminho para um outro tipo de horror.
Notem que falei que um grupo de “pessoas” e não de “amigos” estão na empreitada. É muito claro que um dia eles já foram mais próximos, mas as relações estão desgastadas (por exemplo, não é a primeira vez que eles se reúnem para ajudar Mia a se desintoxicar), e a convivência que se vê dentro da cabana é de mais de “questão de honra” do que de amizade propriamente dita. E num ambiente assim, nada melhor a fazer do que se distrair como se pode.
É quando um deles, Eric (Lou Taylor Pucci, de Carriers), decide ler/decifrar um livro amarrado com arame farpado (!) achado horas antes no porão da cabana (que reconhecemos como o lugar onde aconteceu o exorcismo que abre o filme). O livro que diz explicitamente com caligrafia escrita com sangue (!!) para não fazê-lo e se fazê-lo, não folheá-lo e se folheá-lo, não dizer em voz alta certas palavras que ali estão.
No entanto, este é um filme de terror, certo? É lógico que o rapaz desconsidera os avisos e tudo começa a dar errado. Muito errado! Começando com uma crise aguda de abstinência (que convenhamos, aconteceria com ou sem demônios vindos do inferno) que faz com que Mia tente fugir do lugar, encontrando no caminho a entidade liberada por Eric ao mesmo tempo em que ela empreende a fuga.
E então chegamos ao momento mais temido pelo apreciador do cinema de horror: a ladeira abaixo. Mesmo com algumas mudanças para melhor, como os efeitos especiais que pouco ou nada se utilizaram do digital e a fotografia, que faz com que o lugar onde a trama se passa pareça ser o melhor lugar do mundo para se viver ou morrer, tudo fica guiado pelo fácil e pelo clichê. Ao invés dos roteiristas se desvincularem o mais que pudessem da história original, a partir de um certo momento o filme se torna mero pastiche da obra de 1981.
Enfim, Evil Dead, apesar do alarde, está muito longe de ser o filme de horror do ano. De qualquer ano.
*O autor agradece a Espaço Z pela oportunidade de ver o filme na sessão cabine de imprensa.

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CRÍTICA: Extermínio – A Evolução (2025)

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Extermínio - A Evolução

Quer arruinar uma franquia e não sabe como? Pergunte a Danny Boyle e Alex Garland. Fizeram juntos o primeiro hit de filmes de “zumbis/infectados” nos anos 2000 com o primeiro Extermínio(28 Days Later) para chegar agora com um arremedo das piores temporadas de “The Walking Dead” e “Guerra Mundial Z” em paisagens rurais.

Cercado de expectativas, o novo longa desses “pioneiros” na revitalização do gênero acabou repleto de soluções fáceis e uma história forçada com cenas que explodem de clichês. Da premissa original, praticamente o que conhecemos da franquia só aparece no começo pra contextualizar a parada. Poucos minutos depois, surge o título na tela e é como se “Extermínio – A Evolução” fosse outro negócio. É quando começam a despontar coisas, no mínimo, questionáveis.

Pois bem… de 28 dias, passaram-se 28 semanas e agora são 28 anos no pobre reino da Grã-Bretanha. O fato é que o vírus da Raiva do Cão Chupando Manga se alastrou de forma incontrolável pela Inglaterra e os países na Europa acharam por bem isolar o país numa quarentena sem fim. A ilha ficou em estado de Gaza sem ajuda e sem nenhum tipo de empatia por parte do mundo. Então quem ficou por lá já se presume que morreu ou está como um morto-vivo ambulante.

Mas ainda assim, existem sobreviventes que estão em uma pequena aldeia em uma ilhota ligada ao continente por uma passagem estreita que só pode ser usada na maré baixa. É nesta típica aldeia de recursos escassos que vivem Spike (Alfie Williams), seu pai aventureiro Jamie (Aaron Taylor-Johnson) e sua mãe Isla (Jodie Comer), que sofre de uma doença crônica não-detectada.

Vez por outra os habitantes da aldeia cruzam a travessia e vão caçar e treinar seus filhos em um terreno bem maior que o povoado onde se abrigam. É por lá que Spike vai aprender a matar infectados e ter um primeiro contato com uma Inglaterra devastada e isolada do mundo. É também quando os problemas de “Extermínio – A Evolução” começam a ficar evidentes…

Não satisfeitos com os inserts, flashbacks e placas/legendas que mostram até para o espectador mais desavisado o que está acontecendo, Boyle/Garland metem um “dadsplaining” em que Jamie vai detalhando tudo o que se passa a seu filho. Aparentemente é tudo coisa que a escola da vila não ensina às crianças e jovens da ilha.

É graças a essas divagações que começamos a ver que não existem só os infectados-maratonistas tão conhecidos do primeiro filme. Agora existem também os Rastejadores(!), que são infectados obesos que se arrastam de forma discreta e silenciosa… E como se não bastasse isso, temos aqui os infectados “Alfa” que são mais fortes e inteligentes que os demais. Qualquer semelhança com produções ruins tipo “Army of the Dead” não é lá muita coincidência, tendo em vista que até infectada grávida aparece em cena.

Na tentativa de tentar dar um viés crítico e mais político à trama, militares vindos de uma certa organização do Atlântico Norte surgem do nada no meio da história para ajudar a situar os personagens sobre o que está acontecendo no mundo exterior. E se você pensa que já viu coisa demais, creia que o longa ainda cai na cafonice trazendo uma tentativa de superação de traumas e conformismo com a morte.

Se no primeiro filme, a raiva era transmitida por animais e as pessoas tinham o maior receio em até estar junto deles, aqui vemos até os pássaros beberem sangue de infectados sem acontecer nada demais. Isso sem falar do descuido dos humanos sadios em entrar em contato com o sangue dos doentes no meio da confusão generalizada.

Incoerente e repleto de situações que extrapolam nossa boa vontade, “Exterminio – A Evolução” só vale a pena assistir se você não tiver visto nenhum outro filme de mortos-vivos nos últimos 28 anos.

Escala de tocância de terror:

Titulo original: 28 Years Later
Direção: Danny Boyle
Roteiro Alex Garland
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Jodie Comer, Alfie Williams e mais
Ano de lançamento: 2025

* Filme visto em Cabine de Imprensa promovida pela Espaço Z no Cinemark RioMar Recife

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CRÍTICA: Prédio Vazio (2025)

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Prédio Vazio

“Quer viver um sonho lindo que eu vivi?
Vá viver a maravilha de Guarapari”

Assim diz a letra da antiga valsinha de Pedro Caetano interpretada por Nuno Roland. Cidade do litoral do Espírito Santo, Guarapari fica bastante animada no verão, especialmente durante o carnaval onde costuma ser muito visitada por turistas. Em baixa temporada acaba sendo uma ótima pedida para curtir alguns dias de descanso, comer um peixe e tomar uma cerveja num quiosque à beira do mar.

E é buscando viver o sonho guarapariense que Marina (Rejane Arruda) resolve juntar-se ao companheiro para curtir a folia de momo no início de “Prédio Vazio“. Porém o sonho começa a virar pesadelo ao se hospedar em um antigo e decrépito edifício onde nada funciona… Enquanto conversa ao telefone com a filha, Marina presencia a morte de uma antiga moradora do prédio e, para completar, descobre que o parceiro a traiu. Ao entrar em uma violenta briga com ele, o embate só não tem um final trágico graças à intervenção da zeladora Dora (Gilda Nomacce) que nocauteia o brutamontes com um martelo.

Preocupada com a mãe, Luna (Lorena Corrêa) decide ir para Guarapari e o simpático e apaixonado Fábio (Caio Macedo), mesmo contra a vontade dela, vai junto. Lá chegando, dão de cara com a porta do Edifício Magdalena que, com o final da temporada, parece completamente vazio. Dando um “jeitinho” de conseguir entrar no prédio o casal vai descobrir da pior forma que, contrariando o título do filme, o prédio de vazio não tem nada!

O diretor Rodrigo Aragão, que o Toca o Terror acompanha a obra há muito tempo (a gente exibiu A Noite do Chupacabras em 2013!) e também já teve o prazer de encontrar e bater papo algumas vezes, dessa vez resolve contar uma história mais urbana, ambientada em sua cidade natal.

Rodrigo, entre quilos de maquiagem e galões de sangue falso, gosta de abordar algumas temáticas sociais e em Prédio Vazio não fez diferente. O filme além de ser um conto de fantasmas, também é uma crítica ao desmatamento e consequente crescimento urbano desenfreado. “Um desperdício de espaço” como diz o motorista que leva Luna e Fábio ao amaldiçoado edifício.

O decadente Edifício Magdalena, fruto da direção de arte de Priscilla Huapaya, remete aos filmes de Bava e Argento, com seus vitrais coloridos dando deixa para a fotografia de Alexandre Barcelos usar uma paleta com tons esverdeados e/ou avermelhados nos personagens. O prédio, obviamente, também traz similaridades ao elevador e os corredores de “O Iluminado“, de Stanley Kubrick. Algumas das mortes (das agora almas atormentadas) que nos são apresentadas por flashbacks ou pelo prólogo, como é o caso do simpático casal de velhinhos, impactam pela caprichada maquiagem e efeitos práticos com a assinatura do parceiro de longas datas, Joel Caetano, e supervisionadas pelo próprio diretor.

Algumas coisas infelizmente não funcionam tão bem em “Prédio Vazio“: a montagem, que só engata no último terço do filme, quando a obra abraça aspectos mais surreais. Em relação ao elenco, o casal protagonista não tem uma química muito boa apesar dos personagens funcionarem de forma independente e algumas escolhas estéticas também não me agradaram (aí é questão pessoal). Mas isso não atrapalha o conjunto da obra que é mais uma mostra do comprometimento, esmero e amor ao gênero que o diretor tem mostrado em toda sua carreira.

Curiosidades: O filme faz parte de um projeto chamado “Filme-Escola” onde Aragão aproveita a realização da obra para ensinar um grupo de alunos a fazer cinema (dessa vez foram mais de 100 pessoas!). Os fãs poderão perceber vários easter eggs remetendo a outros filmes do “Aragãoverso”, como “O Cemitério das Almas Perdidas” e “A Mata Negra“. Houve ainda a estreia da filha mais nova do casal Rodrigo Aragão e Mayra Alarcón (que também faz uma pontinha em uma cena em que sai do elevador), Alícia Margarida Aragão.

Prédio Vazio, que estreou no 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes, recebeu o Prêmio Retrato Filmes de distribuição no valor de R$ 100.000,00 (Cem mil reais), garantindo sua chegada aos cinemas no próximo 12 de junho. Prestigiem!

Escala de tocância de terror:

Título original: Prédio Vazio
Diretor: Rodrigo Aragão
Roteiro: Rodrigo Aragão
Elenco: Rejane Arruda, Gilda Nomacce, Lorena Corrêa e Caio Macedo
Origem: Brasil
Ano de produção: 2024

* Filme visto em pré-estreia promovida pela Sinny Comunicação e Retrato Filmes

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CRÍTICA: Rua do Medo – Rainha do Baile (2025)

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Rua do Medo - Rainha do Baile

Comprada pela Netflix, a franquia “Rua do Medo” (Fear Street) se revelou um baita sucesso para a plataforma de streaming. Os primeiros filmes arrebataram tanto os fãs dos livros em que foi baseada, como também um novo público. E agora quatro anos depois daquele primeiro lançamento, um novo filme foi lançado.

No ano de 1988, a cidade de Shadyside está prestes a presenciar mais um massacre quando um misterioso assassino mascarado está eliminando todas as candidatas a Rainha do Baile e qualquer um que apareça em seu caminho. Alheias a isso num primeiro momento, as candidatas se envolvem em dramas teens no mesmo estilo Meninas Malvadas (2004) e vão em breve descobrir que os problemas adolescentes são os menores dos problemas que enfrentarão.

Eu já adianto que não sou grande fã da franquia. Gostei mesmo do segundo filme “Rua do Medo: 1978” (2023) que é uma homenagem aos slashers de acampamento. Partes do terceiro filme da saga, “Rua do Medo: 1666” (2023) também merece uma olhada, já que ele segue a linha do folk horror. Dito isso, não estava muito animado com o hype para esse novo capítulo da saga.

Ainda assim posso dizer que a produção me surpreendeu. E como era de se esperar, “Rua do Medo: Rainha do Baile” é um divertido slasher teen no melhor e pior sentido. A estrutura básica é a mesma de sempre, podendo ter desenvolvido mais a maioria das personagens para que não fossem só pedaços de carne indo para o abate. Eu sei que a maioria dos slashers são assim e eu amo, mas seria um diferencial. A protagonista tem um bom pano de fundo e a atriz é carismática, coisa que não aconteceu com as protagonistas dos filmes anteriores.

A direção é bem convencional e poderia ter brilhado nos momentos de perseguição, mas eu acho que o diretor estava com certa preguiça de criar tensão nesses momentos ou medo de deixar o público alvo muito nervoso. Agora, onde o filme brilha mesmo são nas sequências de assassinatos. O sangue jorra e o longa brilha prestando homenagens a slashers não tão conhecidos como “Quem Matou Rosemary“, “Pouco Antes do Amanhecer” e, claro, “A Morte Convida Para Dançar“. Todos vindos dos anos 80.

Resumindo… “Rua do Medo: Rainha do Baile” diverte a quem curte slashers. O filme é meio boboca e sangrento, mas mesmo sem ter muitas conexões com os filmes anteriores, isso não me irritou. E por isso mesmo pode ser visto de forma isolada pra quem ficou com preguiça de ver os demais da série.

Escala de tocância de terror:

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